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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A MÍDIA MANIPULA NO MUNDO O COMÉRCIO DA GUERRA




TUDO O QUE TEMOS A FAZER É  NOS DESLIGARMOS DAS FALSAS NOTÍCIA

tradução google
Em 1991, o mundo foi criado para a história emocional de Nairá, uma menina do Kuwait que testemunharam sobre as atrocidades cometidas pelas forças iraquianas no Kuwait.
O que o mundo nunca foi dito foi que o incidente havia sido de fato o trabalho de uma empresa de relações públicas, Hill e Knowltown, ea menina tinha sido realmente a filha do embaixador do Kuwait. Mais uma vez, o público foi batido em um frenesi de ódio para o regime de Hussein, e não para as atrocidades documentadas que tinha efectivamente cometidos em segmentos de sua própria população com armas fornecidas a eles pelos  Estados Unidos em si, mas com base em um história imaginária disse ao público através de suas televisões, orquestrada por uma empresa pr.
Como os tambores da guerra começam a bater mais uma vez no Irã, a Síria, o  Mar da China Meridional , e outros hotspots focos potenciais e todo o mundo, os cidadãos em causa são perguntando como um mundo tão doente de derramamento de sangue e uma população tão cansado de conflito poderia ser levou a este ponto, mais uma vez.
Para entender esse aparente paradoxo, é preciso primeiro entender a história secular de como a mídia tem sido usada para chicotear a nação em frenesi de guerra, desumanizar os inimigos supostos, e até mesmo para manipular o público em acreditar em causas para a guerra que, décadas mais tarde , foram admitidos para ser completamente fictícios.
Como os EUA e os governos iraniano aumentar as tensões na já volátilEstreito de Ormuz , e China e Rússia começam abertamente questionando a interferência de Washington na sua interna  política , o mundo permanece em uma lâmina de tensão militar. Longe de ser um observador desapaixonado destes desenvolvimentos, no entanto, a mídia tem sido de fato essencial para aumentar as tensões e preparar o público para esperar um confronto militar. Mas como a mídia on-line sobe para deslocar as formas tradicionais pelas quais o público as suas formas de compreensão do mundo, muitos estão começando a ver em primeira mão como a mídia se encontra o público para a guerra.por  grt.
http://bigvalleydiscountstore.blogspot.com/2012/01/faking-it-how-media-manipulates-world.htm

Os Mapeadores da Sociedade

O início de uma ditadura científica
Por Daniel Taylor
A fim de entender a nossa história, o desenvolvimento de nossa sociedade e estrutura política, a influência das grandes fundações na América é uma área essencial da pesquisa. O investimento nas ciências sociais e estabelecimento médico moldou sua direção para o século 20 e além. Controle social e da eugenia tornou-se uma directiva primária. Essas idéias, principalmente devido ao trabalho dos filantrópica Fundação Rockefeller e Carnegie, espalhados por todo o intelligentsia e círculos de elite em todo o mundo ocidental.
Essas idéias se espalhou por toda a intelligentsia e círculos de elite em todo o mundo ocidental.
O livro do Dr. Lily E. Kay, em 1993 "A Visão Molecular da Vida: Caltech, a Fundação Rockefeller, e da ascensão dos novos biologia" documentos muito da história antiga por trás do aumento da eugenia e ciências da vida. Kay demonstra que a unidade de controle social e da eugenia foi o grande responsável pelo surgimento e crescimento da ciência da biologia molecular. Dr. Kay é um receptor da Sociedade Smithsonian no Museu Nacional de História Americana, e um professor assistente de história da ciência no Massachusetts Institute of Technology. Dr. Kay de 2001obituário do MIT a descreve como "... um dos historiadores proeminentes da biologia de sua geaçãro."http://www.oldthinkernews.com/?p=7

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tem muito "jornalista" mais rico do que certos políticos


A intervenção estrangeira na Líbia para além da mídia de aluguel e dos perfeitos idiotas

O mesmo "direito de agressão" poderá ser usado para nos tomarem a Amazônia

“Que tipo de guerra “popular” foi aquela? O pessoal do serviço secreto trouxe-lhe em bandeja de prata a mais recente pesquisa Rasmussen – segundo a qual, só 20% dos norte-americanos apoiam hoje o escandaloso bombardeio por EUA/OTAN, sobretudo porque aqueles panacas bombardearam civis e mais civis, até crianças. Os europeus – os que contam, gente de verdade, não os burocratas panacas de Bruxelas – estão ainda mais incomodados que os norte-americanos”.
 Pepe Escobar, Asia Times Online -20/8/2011
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Imagem da tv Al-Jazira mostra Saif al-Islam, filho de Kadhafi nas ruas de Trípoli. Espelharam aos quatro ventos que ele fora capturado pelos “rebeldes”.
Preste atenção: todo aquele que defende a intervenção estrangeira na Líbia ou está levando grana ou é um perfeito idiota. Todo aquele que diz que Kadhafi enfrenta rebeldes defensores da democracia e da liberdade ou é um perfeito idiota ou leva grana dos grandes interessados na farra do petróleo líbio, o de melhor qualidade do mundo.

Vamos e venhamos: o que está acontecendo lá é uma tremenda trapaça bélica, uma agressão explícita acobertada muito mais pela mentirada midiática de que por qualquer peça jurídica em nome da democracia.

Não estou exagerando: a mídia que embola os cérebros dos cidadãos está cheia de corruptos. Tem muito “jornalista” mais rico do que certos políticos. E tais fortunas não são colhidas só dos seus salários, por maiores que sejam. Desde priscas eras, o “por fora” sempre existiu nas áreas mais influentes das redações.Também não é pra menos. De que vive um veículo de comunicação? Da venda direta aos consumidores, nem pensar. Foi-se o tempo de jornais como o PASQUIM, que se pagava com só nas bancas. Hoje, incrivelmente, até a tv a cabo é uma grande farsa: cobra os tubos dos assinantes, mas está cheia de anúncios. Coisa estapafúrdia que ninguém quer ver.
 Outro dia mesmo, pelos telegramas pinçados daquele site demolidor, soube-se dos nomes de alguns jornalistas brasileiros que prestam serviços de informações à Embaixada dos EUA. Um deles, aliás, nem jornalista é e se mandou para a Itália para não ter de dar explicações.
Quanto aos perfeitos idiotas, eles são fabricados em séries por faculdades que tratam muito pouco dos mistérios da reportagem em seus currículos, cobram uma grana preta e mandam os garotos sem vocação e sem o mínimo da necessária perspicácia correr atrás. Se forem bonitinhos, podem conseguir uma oportunidade nas televisões e adjacências. Isso alguns: os outros bonitinhos vão tentar a vida em outras praias.
Se Kadhafi fica ou será assassinado, a esta altura não é o que se pode comentar. Porque tudo pode estar acontecendo, inclusive uma manipulação sórdida das informações, técnica usada desde o tempo do bumba. 
Quando as potências estrangeiras começaram a despejar foguetes sobre Trípoli, escandalosas agências de notícia garantiram que o líder líbio havia fugido para a Venezuela. E muito bobalhão acreditou.
Pode ser até que agora, depois de 5 meses de bombardeios criminosos despejados por aviões e navios das decadentes potências ocidentais, principalmente França e Inglaterra, as condições de resistência sejam menores.
De fato, não é contra beduínos recrutados a peso de ouro que o governo luta: quem está fazendo estragos letais é a aviação estrangeira. E nisso, esses senhores das armas servem-se de uma fraude canalha e cruel: Em 18 de março, o Conselho de Segurança da ONU determinou tão somente, e não mais, fechar o espaço aéreo para impedir os vôos dos aviões líbios.
À época, escrevi que aquilo era uma grande mentira. Em horas, os norte-americanos estavam cravando foguetes no coração de Trípoli. Nada, portanto, com a fatídica resolução do conselho, manobrado pelos Estados Unidos. Resolução que, por si, já era uma aberração jurídica ao gosto do vale tudo quando se trata de dar cobertura à pirataria imperialista.
Países em que um mandato eletivo sai por uma fortuna, em que quem ganha uma sinecura trata logo de fazer seu pé de meia à custa do erário, se arvoram em símbolos da democracia e ainda se acham no direito de meter o bedelho nos países dos outros, especialmente se esse país dos outros for rico em petróleo e outras riquezas estratégicas.
Não mandam tropas nem bancam “rebeldes” em dezenas de países pobres, sob o chicote de ditaduras ferozes, algumas dedicadas ao extermínio de tribos rivais. Nessas regiões, milhares de pessoas morrem de fome todos os dias, enquanto seus tiranos vivem nababescamente, em estreita ligação com os governos da Europa e dos EUA.
A Líbia de Kadhafi não está sendo massacrada por ter um regime que permite a recondução do seu líder, algo necessário como elemento de unidade do seu mosaico tribal. Antes do coronel nacionalista, a Líbia era dominada por uma monarquia absoluta, que se impunha igualmente ao fatiamento tribal: lá há 4 habitantes por Km2, isto porque a maior parte do seu território é desértico, situação que Kadhafi está enfrentando com os mais grandiosos projetos de irrigação da face da terra.
Todos esses mercenários do computador que trabalham noite dia para fazer a caveira do coronel são incapazes de prever o que acontecerá sem ele. Os variados grupos que estão de olho no poder já brigam entre si desde o primeiro dia dos conflitos. O general que trocou o Ministério do Interior pelo comando dos insurgentes em Benghazi já foi assassinado por eles mesmos. Quem fala hoje pelos rebeldes poderá cair do cavalo amanhã.
Se finalmente Obama, Sarkozi e outros menos conhecidos puderem cantar vitória, com certeza os derrotados não serão o coronel Muammar Abu Minyar al-Kadhafi e os resistentes, mas a própria nação Libia, que ficará em petição de miséria e será dividida por gananciosas empresas estrangeiras do ramo, como aconteceu no Iraque.
Os “buchas de canhão” que foram recrutados por agentes da CIA instalados em Benghazi não terão como usufruir da mudança, porque o controle será exercido totalmente de fora através de títeres domesticados, como acontece no Afeganistão.
Democracia, pretexto para a agressão estrangeira como foi também para a ditadura que derrubou o governo constitucional de João Goulart, será uma palavra mais adequada ao folclore midiático.
Todos os esforços de progresso serão castrados e a Líbia será apenas um conglomerado de poços de petróleo, explorados sem leis e sem limites pelas companhias estrangeiras que precisam assaltar nações alheias para tirar suas metrópoles da pindaíba.
Só que ainda é cedo para os neocolonizadores cantarem vitória. Assim como a notícia da prisão dos filhos de Kadhafi não passou de um rotundo blefe, não me surpreenderá se as coisas não estiverem bem assim, como descrevem os jornalistas mercenários e repetem os perfeitos idiotas.
Se a intervenção estrangeira vingar, ninguém por estas bandas poderá chiar no dia que os imperialistas decidirem pôr na agenda a internacionalização da Amazônia.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mídia - Para que uma mentira pareça verdade, convém repeti-la incansavelmente

Mais Você: Ana Maria Braga recebe Dilma Rousseff nesta terça, dia 1

Presidente agradece apresentadora por apoio em fase difícil


Dilma Rousseff e Ana Maria Braga cozinham no Mais Você que vai ao ar na terça, dia 1º (Foto: TV Globo)
Na manhã desta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff esteve na casa de cristal do programa Mais Vocêe foi entrevistada pela apresentadora Ana Maria Braga para o programa que a Rede Globo exibe nesta terça-feira, dia 1, às 8h30, logo após Bom Dia Brasil.
Dilma chegou de helicóptero à Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, por volta de 11h20, e foi direto para a casa do Mais Você. Durante o trajeto, Ana Maria acompanhou os passos da presidente, contando um pouco de sua história e apresentando ao telespectador as instalações da TV Globo por onde passava a comitiva presidencial.
Presidente Dilma Rousseff elogia os jardins do Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
Ana Maria recebeu Dilma com um forte abraço e mostrou o estúdio e os jardins do programa, que foram muito elogiados pela presidente. No café da manhã, Dilma agradeceu a solidariedade de Ana Maria em um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando recebeu o diagnóstico de câncer. Ambas tiveram a mesma doença e conversaram sobre a luta que travaram para vencê-la. A apresentadora também comentou o fato de verem a presidente como uma pessoa dura:
- É interessante como esperam de nós, mulheres, uma certa fragilidade. Isso decorre do fato de que a mulher, quando assume um alto cargo, é vista fora do seu papel. Acho que, a partir de agora, isso vai começar a ser encarado como uma coisa normal e natural. As pessoas vão se acostumar com cada vez mais mulheres conquistando espaço - disse a presidente.
Ana Maria Braga recebe a presidente Dilma em um café da manhã no Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
No segundo bloco, o programa ouviu cidadãos de diferentes cidades do Brasil. Dilma se surpreendeu com os comentários, principalmente com a constatação de que os brasileiros a vêem como uma pessoa como eles. Questionada sobre a adoção da palavra ‘presidenta’, no feminino, Dilma explicou que é uma obrigação que tem com as mulheres brasileiras que, muito antes dela, saíram de suas casas para estudar, trabalhar e construir o Brasil de hoje:
- É para enfatizar que a agora existe uma mulher no mais alto cargo do país, que nós podemos sim chegar longe - explicou Dilma.
Participação especial do terceiro bloco, a ex-candidata à presidência da República Marina Silva perguntou, por vídeo, sobre a falta de igualdade de oportunidades e Dilma rapidamente enfatizou a necessidade de políticas sérias para, não só inserir cada vez mais a mulher no mercado de trabalho, como tratar a questão salarial. Dilma destacou também a violência contra a mulher e a importância que dará à lei Maria da Penha.


Rousseff e Ana Maria Braga preparam omelete de queijo no Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
No quarto bloco, a conversa saiu da mesa e foi parar na cozinha. Dilma colocou a mão na massa e, ao lado de Ana Maria, preparou uma omelete de queijo, mostrando seu lado dona-de-casa. A presidente se encarregou de todos os ingredientes, enquanto falava sobre o aumento do poder de compra do brasileiro. Mas, preocupada com o prato, chegou a interromper o assunto para continuar cozinhando. Ao fim da visita, as duas aprovaram a “omelete presidencial” e Dilma aproveitou para agradecer a oportunidade de falar ao público de Ana Maria.
A presidente Dilma agradece oportunidade de ir ao Mais Você (Foto: Divulgação/ TV Globo)
O programa Mais Você tem apresentação de Ana Maria Braga, direção de núcleo de J.B. de Oliveira, o Boninho, e direção-geral de Vivi de Marco. - 28/02/2011 15h30 - Atualizado em 28/02/2011 15h45

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ué! Caiu o ditador...



Caiu o ditador. Ué, Mubarak era ditador? A mídia não dizia isso até outro dia.

Barricada dos egípcios desmascara a hipocrisia semântica que manipula nossos corações e mentes.



"A corrupção ao estilo americano pode resultar em "prendas" de trilhões de dólares para companhias farmacêuticas, a compra de eleições com maciças contribuições de campanha e redução de impostos para milionários, enquanto a assistência médica aos mais pobres é cortada".
Joseph Eugene Stiglitz, economista norte-americano, analisando "o catalisador tunisiano".
 
Eles se amavam tanto e Obama e tinha como PRESIDENTE amigo
(Isso antes da massa tomar a praça e revelar que o amigo era ditador)

 
Antes de especular sobre o amanhã egípcio, gostaria de lhe fazer uma pergunta: desde quando você sabia que Muhammad Hosni Said Mubarak era um ditador? Isto mesmo, concito-o a revirar os jornais de dois meses atrás (ou um mês, talvez): como o governante de 30 anos no poder era chamado pela mídia que lhe embasbaca diariamente em doses cavalares?
Até agora, aqui e além-mar, nas ocidentais usinas de desinformação, Mubarak era tratado como presidente eleito e reeleito, um líder legítimo, incontestável, lúcido e tudo o mais que o jargão colonial exala. Ditador, não.
Ditador, para essa indústria de mentiras e hipocrisias, é quem contraria os interesses dos trustes, quem cai no desagrado dos Estados Unidos da América.
Hugo Rafael Chávez Frias foi eleito e reeleito nos moldes formatados pelos engenheiros da democr acia representativa. No pleito de 2006, ninguém me contou: eu estava lá e vi com os próprios olhos que a terra há de comer adversários poderosos, mídia majoritariamente contrária, urnas muito mais confiáveis do que as nossas, com impressão do voto, controle biométrico dos eleitores, enfim, tecnologia de última geração para garantir a vontade dos cidadãos venezuelanos.
No entanto, essa imprensa que até ontem chamavam Mubarak de senhor presidente, usa e abusa da má fé, referindo-se a Hugo Chávez como um ditador, dizendo a você, um descuidado inocente útil, que há uma ditadura na Venezuela, embora a grande mídia reacionária deite e role.
Não me venha de lorotas que eu o desminto na lata. Se quer tirar os noves foras, vá na internet e acesse os sites dos jornais El Nacional  e El Universal, os dois maiores jornalões da Venezuela.
Eu fui "agente do Al-Fatah" e não sabia
Pode ser que você esteja mais ansioso num palpite sobre o novo Egito. Como não sou leviano, nem metido a pitonisa, prefiro pegar a deixa para fazer minha própria manifestação sobre a hipocrisia semântica que faz diariamente a lavagem cerebral dos cidadãos de boa fé, como você.
E não preciso ir muito longe, não: nossa grande mídia fala hoje que houve uma ditadura militar no Brasil. E esconde que colaborava apaixonadamente com ela: sem seu nada a opor, ou o seu tudo a ver, provavelmente a ditadura teria durado menos e feito menor número de vítimas.
Mas, não: em 27 de junho de 1969, quando era o CHEFE DE REDAÇÃO da censuradíssima  TRIBUNA DA IMPRENSA, fui seqüestrado de madrugada e levado para lugar ignorado . Todo mundo sabia que estavam me metendo o cacete, mas nem a notícia da minha "prisão". No dia 16 de julho, o Cenimar (Servilço secreto da Marinha) exibiu 38 prisioneiros - eu, inclusive - apresentando-nos como os terroristas que queriam derrubar a ditadura de 180 mil soldados das três armas.
Samuel Wainer, que já estava de volta mediante negociações com os generais, pôs a minha foto na primeira página da ÚLTIMA HORA, o jornal onde dei os primeiros passos profissionais, com a legenda: "AGENTE DO AL-FATAH". Isso mesmo, para agradar os senhores do poder, o ex-exilado não fez por menos. Arranjou-me um epíteto de agente internacional de organização revolucionária, por minhas simpatias à causa palestina. Pior: entre os subordinados do patrão oportunista havia ex-colegas meus, que, bem, cala-te boca....
Aqui, tivemos ditadura, mas não se fala em ditador
Aliás, há algo muito despropositado na nossa mídia. Ela agora se refere à ditadura militar, via de regra a criminaliza, mas de forma original: não vi em nenhum órgão da imprensa escrita, falada ou televisada alguém se referir aos generais d'antão como ditadores. Concito-o a achar nessa mídia uma referência ao ditador Castelo Branco ou ao ditador Figueiredo, ou aos outros. Registra-se que tivemos ditadura, mas não se nomina nenhum general como ditador.
Afinal, quem é e quem não é ditador?
Insisto: quem é e quem não é ditador no mundo? Onde realmente se pode falar em democracia, no sentido original do termo, umbilicalmente ligado à idéia de liberdade, patrimônio existencial da humanidade?
Liberdade é o quê, caro parceiro? É essa pirâmide social desumana em que 10% dos brasileiros detêm 75,4% de toda a riqueza? Pobre goza doexercício da liberdade? Como? Pend urando-se nas migalhas dos programas sociais compensatórios? Se tem liberdade, o pobre é burro? Sim, porque 80% dos parlamentares eleitos não têm nada de pobre. Fazem parte, paradoxalmente, do topo da pirâmide, daqueles 10% que estão por cima da carne seca.
Segundo Márcio Pochmann, presidente do IPEA, órgão do governo federal, o Brasil, a despeito das mudanças políticas, continua sem alterações nas desigualdades estruturais. O rico continua pagando pouco imposto.
Democracia das elites é uma mentira
Trocando em miúdos, quem paga a conta nesta democracia onde reina a minoria é a maioria que vive com a corda nos pescoço. Dizer que um país socialmente piramidal vive numa democracia é uma grosseira fraude semântica.
Ou então a democracia é um regime de aparências, fundado na desigualdade e na lei do (bolso) mais forte.
Mas não é só nestas praias que a ressaca da realidade desautoriza o palavreado h ipócrita. Joseph Eugene Stiglitz, badalado economista dos EUA (foi chefe da equipe econômica de Clinton), escreveu esta semana sobre o "catalisador tunisiano":
"Apesar das virtudes da democracia - e a Tunísia mostrou que ela é muito melhor que a alternativa - não devemos esquecer das falhas daqueles que reivindicam seu manto, e que há muito mais na democracia do que eleições periódicas, mesmo quando conduzidas limpamente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a democracia foi acompanhada por uma desigualdade crescente, a tal ponto que os que estão entre os 1% mais ricos abocanham cerca de 25% da renda nacional".
Bem, perguntar-me-ão os parceiros, e o Egito, como é que fica? Já que se descobriu agora que estava mergulhado numa ditadura há 30 anos, o que virá com a renúncia de Mubarak, finalmente apontado no dicionário midiático como ditador?
O que quer afinal a multidão egípcia que ganhou a praça, inspirada talvez por Castro Alves?Que lição o mundo tirará desse levante dos cidadãos desarmados que em 18 dias derrubaram no grito um governante armado e cheirado pelos EUA há exatos 10 mil 950 dias?
Qual será o próximo "presidente" a sucumbir à jihad que devasta os tentáculos da corrupção, da cumplicidade e da hipocrisia?
É certo que essa unanimidade festiva sobre a queda de hoje é da boca pra fora. Todo mundo está na maior saia justa, porque, como os 10 milhões de tunisian os se livraram do "presidente" Bem Alli, o véu de mistério cobre as mil e uma noites dos 80 milhões de egípcios e pode transmitir outras novidades mágicas ao mundo, além dessa barricada que desmascarou a hipocrisia semântica e pôs alguns pingos nos is.
É esse amanhã que vai sinalizar uma nova referência para o mundo. 
CLIQUE AQUI, LEIA MATÉRIA COMPLETA  e comente direto no blog.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Jogo Mundial do Poder 2


O Jogo Mundial do Poder

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2

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Um meteoro no céu da mídia

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Nuno Rocha dos Santos de Almeida e Vasconcelos, 45 anos, mais conhecido como Nuno Vasconcelos, “dono” da Ongoing Strategy Investments, é o mais fulgurante meteoro que jamais riscou os céus do universo da mídia em Portugal.
De 2007 em diante, comprou 6,9% da Portugal Telecom (PT), o que fez dele o segundo maior acionista da maior empresa de Portugal; 3,5% da Zon Multimedia, antiga PT Multimediadesmembrada da empresa mãe em 2007 para operar todos os negócios da Portugal Telecom, excluídas a telefonia fixa e a telefonia móvel, e hoje controla 90% do mercado de TV por assinatura, é o maior provedor e tem o maior portal de internet e é dona da maior produtora de conteúdos para TV de Portugal (atua em todos esses ramos em outros países também);tornou-se sócio, com perto de 2%, do Banco Espírito Santo, o maior banco privado do país; comprou o Diário Econômico e o Semanário Econômico de Lisboa por um preço que os próprios vendedores consideraram “irrealista”; montou a Mobbit, que dá consultoria, desenha, hospeda e opera todo tipo desolução de internet tais como sites para qualquer finalidade (inclusive os dos jornais do grupo), iTVs corporativas, painéis informativos, displays de publicidade, etc, em Portugal e no Brasil; tentou comprar a TVI, a maior rede de televisão aberta de Portugal (ele já era sócio da segunda maior rede, pertencente à Impresa, da família Pinto Balsemão); fez uma oferta hostil pela maioria das ações da Impresa; lançou do zero o Brasil Econômico; comprou os três jornais e a licença de TV por assinatura do grupo carioca O Dia; promete para breve o lançamento de um jornal generalista em Brasília “para falar de política”; iniciou as transmissões da TV Econômico de Portugal em dois canais de cabo, um deles em HD; comprou a GPTI, empresa de outsorcing com 19 anos de atuação no Brasil e uma vasta carteira de clientes nas áreas de governo, finanças, telecomunicações, consumo e serviços; lançou o jornal econômico Expansão em parceria com o segundo maior grupo de mídia angolano, o Score Midia; anunciou para breve a assinatura de um acordo também com o primeiro grupo de mídia de Angola, o Media Nova, dono daTV Zimbo, da Radio Mais, do jornal O Pais, do semanário Econômico e da revista Exame; anunciou acordo, com opção de participação acionária, com o grupo Soico, de Moçambique, dono da STV (líder de audiência), da rádio SFM, do jornal O Pais e do jornal Border Post, bilíngüe, visto como “uma porta de entrada para a África Austral”; constituiu a CTN Transnational Contents, criada para oferecer conteúdos audiovisuais e consultoria para TVs de língua portuguesa, dirigida por Fernando Maia Cerqueira, que trabalhou sete anos em Macau implantando a TV local e é o encarregado de expandir a rede Ongoing para o Extremo Oriente.

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Sabões, náufragos e degredados

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Sede da Sociedade Nacional de Sabões
O capital em que se ancora todo este império, segundo Nuno Vasconcelos,  tem sua origem na prosaica Sociedade Nacional de Sabões (SNS) que chegou a ser uma potencia para os modestos padrões portugueses na fase em que produziu para o mercado local marcas mundiais, como Colgate e outras, sob licença.
Ele se diz “o único herdeiro” da SNS. Mas nem isso é verdade. Segundo fonte que conhece de muito perto a história da empresa, o avô materno de Nuno (família Rocha dos Santos) era, na verdade, sócio minoritário (40%) da SNS cujo maior dono era a família Beirão da Veiga (60%). Esse avô teve dois filhos, cabendo a cada um 20%. O tio de Nuno vendeu sua parte aos Beirão da Veiga em 1987. A parte de sua mãe,  “Belucha” (Isabel), foi vendida ao mesmo comprador em 1992, ano em que seu avo morreu, por um milhão de contos, equivalente a algo entre 5 e 6 milhões de euros.
Para cuidar do produto dessa venda foi criado um family office que, sob a chefia de Nuno, passaria a cuidar do dinheiro da família. É ele que dará origem, em 2004, à Ongoing Strategy Investments.
Já seu pai, Luis Vasconcelos, do qual viveu afastado em função do divorcio e do segundo casamento da mãe que levou a família para morar nos Estados Unidos, foi administrador e sócio (23%) de Francisco Pinto Balsemão, criador do jornalExpresso, o primeiro a se estabelecer depois da redemocratização. O jornal deu origem ao grupo Impresa, dono da segunda rede de TV, em audiência, do país – a SIC – e de uma editora de revistas.
Sobre o valor da herança do pai, morto em 2009, Nuno Vasconcelos em pessoa, depondo em março deste ano à Comissão Parlamentar de Ética da Assembléia da Republica que examina a conspiração do governo Jose Sócrates para por de joelhos a imprensa livre de Portugal, disse o seguinte: “Nos últimos dez anos não houve distribuição de dividendos pelos acionistas; a empresa vale metade do que valia e 75% do valor dos acionistas foi destruído“.
E, no entanto, partindo dessas duas heranças relativamente modestas, Nuno Vasconcelos se transformou, de repente, justamente durante os dois anos da maior crise que o mundo vira desde 1929, em que faltava dinheiro para tudo, no maior comprador de empresas de telecomunicações e de mídia da história de Portugal.
Barrado em seu país por violação das leis de proteção à concorrência e em função das suspeitas sobre a origem do dinheiro que movimenta e do envolvimento com o plano do governo para interferir com a liberdade de imprensa, Nuno Vasconcelos e a sua Ongoing, como os náufragos e os degredados do passado, veio dar com os costados na Terra de Vera Cruz.
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Do zero ao infinito

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Difícil não é saber de onde vem o dinheiro que a esposa de Nuno Vasconcelos alega ter investido para fundar o Brasil Econômico e comprar os jornais do grupo O Dia. Difícil é saber de onde vem o dinheiro do próprio Nuno Vasconcelos.
Mas é possível.
A súbita escalada do dono da Ongoing do tranqüilo vale do seu family office para os mais altos picos das finanças portuguesas coincide com a tentativa do grupoSonae, do empresário Belmiro de Azevedo, que fez dinheiro no ramo de supermercados mas também mantinha um pé nas telecomunicações, associado àFrance Telecom, de comprar o controle da Portugal Telecom por meio de uma oferta hostil por um mínimo de 50% + 1 do total das ações, apresentada no início de 2006.
Algo parecido com o que a Telefônica de Espanha está tentando fazer novamente neste momento.
Foi um verdadeiro terremoto em Portugal, pátria do “capitalismo de relacionamentos” onde nada se faz sem antes combinar cada passo com o governo e com a pequena confraria dos poderosos que estão sempre na sua órbita (ou será o contrario, visto que os governos se alternam e os poderosos continuam sempre os mesmos?).
O estado português detém pouco mais de 7% das ações da PT e mais 500 “golden share” que lhe dão direitos especiais. É ele quem nomeia um terço do conselho de administração, o seu presidente, estabelece os limites ao direito de voto dos demais acionistas e tem o poder de vetar decisões estratégicas. Esta ferramenta, sobretudo nas mãos de um “sócio” com os poderes do estado, tira a transparência da gestão e permite as obscuras manipulações mais voltadas a projetos de poder do que a criar valor para os acionistas em que a empresa se envolve, exatamente como estas que transformaram Nuno Vasconcelos, da noite para o dia, num dos membros do seleto grupo dos grandes acionistas da PT.
Partindo do principio de que a Portugal Telecom não esta entre as futuras consolidadoras do setor, muito pelo contrario, o projeto da Sonae propunha acabar com as “golden share”, descartorializar o setor, dar total liberdade aos acionistas para dispor como quisessem de suas ações, abandonar os negócios paralelos e focar a gestão na criação de valor para os acionistas. Isso sinalizava para o desmembramento das redes de cabo e de telefonia fixa, a separação das atividades de telefonia das de produção e distribuição de conteúdos (na época concentradas na PT Multimedia, hoje Zon) e até a possível venda dos 50% que a PT tem na Vivo à Telefônica. Seria a única maneira que o grupo Sonae teria de pagar o investimento feito na compra do controle da PT. Por esta, razão seu projeto foi apoiado pela companhia espanhola que detém 10% da PT e é dona dos outros 50% da Vivo.
Como o premio oferecido pela Sonae aos acionistas minoritários era muito tentador (como também ocorre hoje com a proposta da Telefônica), o perigo de que a oferta fosse aceita era real.
Em função disso, o governo e seus aliados trataram de protelar ao máximo a decisão, para ganhar o tempo necessário para organizar a resistência. Essa articulação envolveu desde a criação de novos sócios simpáticos à manutenção dostatus quo até manobras para impedir a articulação de acionistas minoritários de forma a reduzir o numero de votantes não comprometidos com a rejeição da oferta na reunião decisiva.
Foi nessa canoa que Nuno Vasconcelos embarcou rumo ao estrelato.

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O pai, o filho e o Espírito Santo

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Os mapas dos acionistas da PT publicados na época mostravam que a propriedade da companhia era – como continua a ser – muito  pulverizada. Mas é certo que a Ongoing e suas coligadas não constavam deles.
Em janeiro de 2006, quando a Sonae apresentou sua oferta, Nuno Vasconcelos e suas empresas ainda não tinham uma única ação da Portugal Telecom.
Na conturbada Assembléia Geral de Acionistas que finalmente se reuniu a 2 de março de 2007, mais de um ano depois, para decidir a aceitação ou rejeição da oferta da Sonae, a Ongoing já era dona de 3% da PT.
Para escândalo de muitos, Nuno Vasconcelos conseguiu, no momento da votação, cooptar o presidente da Associação dos Acionistas Minoritários para representar a sua pessoa e não os seus associados que, assim, acabaram não votando. Mas não foi só. No calor dessa mesma Assembléia Geral, Nuno Vasconcelos foi, de repente, eleito “administrador” da Portugal Telecom, fato que provocou contestações até na Assembléia da Republica onde deputados exigiram que fosse apresentado o seu curriculum para averiguar o que, nele, poderia recomendá-lo para essa função.
Hoje, Nuno Vasconcelos já tem 6.9% da PT. É o segundo maior acionista privado, portanto, depois do Banco Espírito Santo (BES) que tem pouco menos de 9% (acima do BES, só ha a Telefônica de Espanha, com 10%).
Junto com seu sócio, Rafael Mora, ele vinha armando esse bote ha anos. Os dois eram sócios numa empresa de “gestão de talentos”, a Heidrick & Struggles, que começou a operar em Portugal em 1995 e logo passou a assessorar aPortugal Telecom, o Banco Espírito Santo, o Banco Comercial Portuguêse outras empresas que seriam decisivas para o seu futuro salto financeiro e para compor a frente que barrou a aceitação da oferta da Sonae.
Dois anos depois, com a publicação, em 2009, do balanço de 2008 da Ongoinge as subseqüentes investigações sobre seus números, foi possível montar a história que correu nos bastidores sobre como foram financiadas as compras de Nuno Vasconcelos dentro e fora da Portugal Telecom.
O primeiro passo parece ter sido um empréstimo de 216,4 milhões de euros doCrédit Suisse (que também tinha uma participação de 2,34% na PT). Hoje parece claro que o banco recebeu garantias de alguém que as tinha mais sólidas do que as que a Ongoing podia oferecer. Esse dinheiro terá sido usado para comprar as primeiras ações da PT, que a Ongoing “deu como garantia” para outros empréstimos, daí por diante tomados a bancos bem mais maleáveis.
A maior fatia veio do Banco Comercial Português (BCP), banco privado com poderosas filiais em Angola e Moçambique, que está sob intervenção do governo socialista. O BCP é dirigido, no momento, por um personagem que carrega o sugestivo nome de Armando Vara e tem estado ao lado de José Sócrates desde os seus primeiros passos na política. Envolvido em todos os escândalos que atingiram o atual primeiro ministro, Armando Vara chegou a ser condenado por corrupção.  Mas logo depois da condenação, foi colocado por José Sócrates na direção da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o maior banco estatal de Portugal, de onde saltou para o BCP, como interventor, no momento em que era o pivô de mais uma investigação por corrupção, o “caso Face Oculta”,  no qual acabaram sendo colhidas as gravações sobre a conspiração socialista para comprar a TVI e outros órgãos da imprensa portuguesa.
BCP, sob Armando Vara, “emprestou” à Ongoing de Nuno Vasconcelos nada menos que 400 milhões de euros.
Mas ainda não era suficiente.
Ricardo Salgado
Foi então que o maior banco privado português, o Banco Espírito Santo e sua subsidiária, BES Investimentos, dirigidos por Ricardo Salgado, uma das figuras mais poderosas da republica, deslocou-se dos bastidores para a linha de frente. Já estava difícil contornar as regras bancárias para colocar ainda mais dinheiro no topo de uma pirâmide cuja base continuava a ser a modesta herança de Nuno Vasconcelos proveniente de um pedaço de uma velha fábrica de sabões e de uma participação  minoritária no quase falido empreendimento jornalístico dos Pinto Balsemão. O BES, portanto, só pôde “emprestar” à Ongoing 160 milhões de euros. Outros 60,8 milhões vieram do BES Investimentos, na forma de “investimento de risco” em commercial papers emitidos pela Ongoing, sem cotação no mercado.
Em julho de 2009 a Ongoing Strategy Investments publicou seu balanço relativo ao ano anterior. Ele dava conta de que a empresa terminou 2008 (antes, portanto, de dar início às suas compras d’além mar) com um passivo de 831 milhões de euros e um prejuízo consolidado, somente naquele ano, de 65 milhões de euros.
Notas do auditor independente alertavam para o “iminente risco de insolvência”, visto que 97,5% dessa dívida era exigível no curtíssimo prazo.
Mesmo assim, Nuno Vasconcelos mostrava-se tranqüilo e continuava falando grosso.
Disse à imprensa que tinha “excelentes garantias”, que todo o passivo estava sendo renegociado em prazos mais longos e que (apesar do vertiginoso mergulho das bolsas em plena crise do subprime) os dividendos que recebia de suas ações na Portugal Telecom eram suficientes para honrar todos os seus compromissos. Tanto assim que pretendia pagar os 157 milhões  de euros que oferecera pelaTVI “à vista e em cash”.
Com a posição que montou na Portugal Telecom graças à ilimitada confiança com que o tratavam esses banqueiros, Nuno Vasconcelos e seu sócio Rafael Mora conquistaram o direito de fazer parte do Conselho de Administração da Portugal Telecom.
Aí ficou mais fácil.

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Dentro do cofre

O presidente do fundo de pensão dos funcionários da PT, Fernando Soares Carneiro, também fazia parte do grupo de José Sócrates. Tinha sido plantado na companhia como um dos representantes do sócio estado no conselho, compondo o time que, a pretexto da tentativa de take over da Sonae, chegou à PT com a missão de derrubar o então presidente da empresa, Henrique Granadeiro, para colocar Zeinal Bava, o atual dirigente da confiança do grupo de Sócrates, em seu lugar. Executada a tarefa, Soares Carneiro passou a controlar o fundo de pensão dos funcionários.
Portugal Telecom era, agora, dos socialistas e de seus aliados. Mas havia, ainda, um elo fraco na corrente.
Na reunião de 30 de junho de 2009, quando o Conselho de Administração examinou as contas semestrais da PT, Jorge Tomé, membro do Comitê de Investimentos, deparou-se com uma ata em que se registrava a “aprovação por unanimidade” de um “investimento” de 35 milhões de euros do fundo de pensões dos funcionários da PT num fundo de private equity da Ongoing International , com sede no paraíso fiscal de Luxemburgo. Indignado ele interpelou o presidente do fundo de pensão e seus colegas do Comitê de Investimentos afirmando que tal aprovação nunca tinha acontecido e o caso sequer fora debatido no conselho de que fazia parte,  o que era duplamente grave porque beneficiava uma empresa que detinha ações da PT e cujos donos tinham assento no conselho encarregado de aprovar tais “investimentos”. Investigando mais fundo, constatou que outros “investimentos” do fundo dos empregados da PT tinham sido feitos na Ongoing International nos meses anteriores. Foram 105 milhões de euros, ao todo, por este canal.
Jorge Tomé, que tem uma sólida reputação nos meios financeiros portugueses, pediu a correção da ata, demitiu-se de seu cargo na PT e foi à imprensa delatar a ocorrência. Em depoimento à comissão de inquérito da Assembléia da Republica no mês passado, confirmou todas as acusações.
Interpelados, Nuno Vasconcelos e Rafael Mora afirmaram, na cara dura, em depoimento em que foram corroborados por Ricardo Salgado, do BES, que eles mesmos tinham sugerido ao fundo de pensões da PT que saísse das “aplicações mal remuneradas em que estava” e aplicasse o dinheiro no seu próprio fundo, que proporcionava “retornos de dois dígitos”. E mais disseram: que a Ongoing Strategy Investments e a Ongoing International eram empresas “totalmente independentes entre si” e que o dinheiro das pensões dos empregados da PT“jamais seria usado nas aquisições de veículos de mídia”.
Já sabemos, portanto, como é que foi vestido este santo, e quem foram os mais generosos entre os que depositaram nele a sua devoção. Aguarderm... qual o tipo de milagre que esperavam dele.
Fonte:http://vespeiro.com/2010/05/30/2800/ - maio 30th, 2010