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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Gemini! Gasene!!! Gás Termoeletricidade, consequências dos gasodutos (a serviço de quem?)

Nota minha: Nas tragédias anunciadas, como podemos saber se no governo atual realmente é feito o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O Inciso V do parágrafo 2o da resolução estabelece a necessidade de elaboração do EIA para as atividades de instalação de oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; - Braskem, Empresas X, Odebrecht, Sabes (A serviço de quem?) Enquanto isso, acontece os desmoronamentos, os deslizamentos, as tragédias como a de Mariana, Petrópolis, Angra, recentemente no Maranhão,... vão vendo...

- Na Petroquímica Braskem em Mauá divisa com Santo André SP, o gás chega sem o cheiro que o identifica e recebe uma substância odorizante, mercaptana, a qual permite a percepção olfativa em caso de vazamento.
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 NAFTA/DUTO de 22′, entre São Caetano DO Sul - SP  e PQU  Petroquímica União em Mauá - SP  (absorvida pela Braskem), com 8,5 km, em operação desde 1978.
Moacir Lacerda, geofísico espacial da UFMS do campus de Corumbá, apresentou dados que questionam a localização da área escolhida avaliando que as conseqüências poderiam ser desastrosas para população quando a Termopantanal, assim chamada a UTE, entrar em operação. A usina termelétrica TermoPantanal terá inicialmente uma potência de 44 MW e sua energia será para abastecer as indústrias siderúrgicas que devem se instalar futuramente no município de Corumbá. Os empreendedores da usina são: a Empresa MPX Mineração em parceria com a empresa norte-americana MDU Resources Group (North Dakota, USA). Estas empresas também fizeram parceria com a Cooperativa Rural de Eletrificação LTDA (CRE), responsável pela termelétrica de Puerto Suarez (BO), localizada a 15 minutos do centro de Corumbá, que está em funcionamento com uma potência de 10 megawatts e que deve ser ampliada para 160 MW. Em terreno limítrofe ao município de Ladário, considerando que essa não é uma região adequada para implantação de uma termelétrica e muito menos de um pólo industrial em face da proximidade do bairro residencial e das condições atmosféricas locais, que segundo informações do empreendedor, apresentam 90% de calmaria no período noturno, o que dificulta a dispersão dos poluentes.
Gasodutos podem gerar R$ 16,8 bilhões em investimentos

O transporte do gás natural de suas jazidas até as áreas de consumo realiza-se através de tubos de aço subterrâneos chamados de gasodutos de transporte. De grande diâmetro, os dutos ultrapassam fronteiras interestaduais e operam a elevadas pressões. Para a implantação de qualquer tipo de projeto, inclusive os dutoviários, alguns dispositivos legais devem ser atendidos como forma de controle do meio ambiente. São eles: Resolução Conama no 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabelece que, para qualquer projeto que ocasione algum impacto ao meio ambiente, deverá ser elaborado um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O Inciso V do parágrafo 2o da resolução estabelece a necessidade de elaboração do EIA para as atividades de instalação de oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários.

Em território brasileiro o gasoduto terá 2.589 km, partindo de Corumbá, passando pelas importantes regiões metropolitanas de Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e chegando a Porto Alegre (RS) no sul do país . O  Pantanal mato-grossense é o trecho onde se concentram os maiores problemas ambientais. Estes problemas vão desde a retirada de vegetação, do possível uso de explosivos para fragmentação de rochas até a construção de aterros para instalação dos tubos. No Pantanal a construção destes aterros é grave por provocar o barramento ao livre fluxo das águas com repercussão em longas distâncias. Uma faixa com 20 metros de largura será desmatada em todo trajeto. um trecho da Floresta Nacional de Ipanema (área de experimento florestal) e remanescentes da Mata Atlântica na Serra de Paranapiacaba, áreas remanescentes da Floresta Tropical Pluvial. Também serão atingidos remanescentes de Florestas Montana e Ombrófila, Savanas gramíneo-lenhosas e Florestas de Galeria. Há sítios arqueológicos na área de passagem. Além da avaliação das condições geotécnicas das faixas de terra por onde passam os dutos, que podem ser afetados por condições climáticas como chuva, erosão e marés.                                                             
01) Guararema  junto ao gasoduto Bolívia-Brasil (GASBOL).
02) Oleodutos na encosta da Serra do Mar - em terrenos com alta declividade, como no interior da Mata Atlântica, na Serra do Mar ou em áreas alagadiças como o manguezal, onde as condições ambientais muitas vezes dificultam a localização do ponto exato do rompimento e, em função da necessidade de abrir passagem para as máquinas, o dano ecológico é agravado pelo desmatamento.Outro tipo de dificuldade ocorre em dutos situados em áreas ocupadas por pessoas de baixa renda, onde o acesso das equipes de emergência é controlado por certos moradores, nem sempre receptivos de imediato à entrada de pessoas estranhas.
Moradores querem indenização por causa de explosão de gasoduto em SC Gilmar de Souza/,
O Gasoduto começa em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) até Canoas (Rio Grande do Sul- Brasil), percorrendo os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cortando 135 municípios.
Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG) e Petrobras, rompimento de um tubo de gás da TBG no bairro Belchior, em Gaspar, também no Vale do Itajaí.
O ex-presidente da Bahiagás, e atual deputado federal, Davidson Magalhães (PCdoB,  o traçado previsto passa por Jequié e Maracás. Através de outros modais, em formato comprimido, o gás natural deverá chegar também a Vitória da Conquista, Itapetinga e Caetité. Nestes municípios, atenderá a indústrias, postos de GNV, estabelecimentos comerciais, hotéis e residências, além das grandes mineradoras instaladas na região.  (Giro em Ipiaú)
Gás vaza, pára estrada e esvazia casas
Rompimento de Gasoduto (GLP)-Barueri 
Acidente com Gasoduto da Petrobras e faixa de oleoduto aberta na Mata Atlântica

SC já não contrata mais nada de gás boliviano. Crise se avizinha de todo o Sul. Petrobrás não abre a boca.   (governo quer os russos no Brasil)

Está faltando gás natural para as indústrias de Santa Catarina. A SCGÁS, distribuidora do combustível no Estado, teve que negar o fornecimento imediato para 60 empresas, entre elas a General Motors (GM), em Joinville; a Bunge Alimentos, em Gaspar; e a Klabin, de Lages. E se já está difícil agora suprir a demanda do setor produtivo do Estado, a previsão é que daqui a seis anos, em 2019, as indústrias precisem de 2,9 milhões de metros cúbicos ao dia, 45% a mais do que o previsto em contrato pela Petrobras até a data.
Obra de gasoduto da Petrobras (aprovada pela Cetesb) causa dano ecológico de grave proporção nos últimos mananciais preservados formadores da represa Billings. Foto anexa mostra o rio limpo sendo totalmente destruído. Esse absurdo dano ecológico, em pleno bioma da Mata Atlântica, desmata, degrada e soterra o Ribeirão da Estiva, um dos últimos rios limpos formadores da represa Billings que sobrou.A Sabesp, que capta água diretamente desse rio para abastecer o Município de Rio Grande da Serra, nada fez para impedir essa imensa devastação. Igualmente, o Município que tem Conselho de Defesa do Meio Ambiente assiste inerme a Petrobras destruir seu último rio limpo.Esse irresponsável dano ecológico é obrado por agentes públicos ocupante dos órgãos de licenciamento ambiental, pessoas desatualizadas e inadequadas aos princípios de sustentabilidades do século XXI. Eles continuam no século XX, sendo serviçais da degradação, poluição e exploração insustentável dos recursos naturais.
Rio Polímero em construção,2002... 
A atividade petroquímica não pode se desviar dos seus fundamentos naturais. “É preciso estar perto da matéria-prima e do mercado consumidor”, afirmou. Dessa forma, a Rio Polímeros nasce junto à fonte de gás natural e no eixo Rio-São Paulo, o maior centro consumidor de resinas do País. Constituída por Suzano e Unipar, cada qual com 33% do capital, além de Petroquisa e BNDES, com 17% cada, a Rio Polímeros contratou a ABB Lummus para a construção e início de operação da fábrica, que deve acontecer em julho de 2004. Trata-se de projeto de US$ 1,1 bilhão de orçamento total, incluindo o separador de etano do gás natural, instalado junto à Refinaria de Duque de Caxias. O projeto obteve financiamentos internacionais para a metade da obra, com mais 30% vindos do BNDES, além de desembolsos de capital por parte dos sócios. “Colocamos cerca de US$ 150 milhões nesse projeto”, confirmou Garcia. Parte desse montante foi obtido pela venda da participação na Deten, produtora de alquilbenzeno linear, base para a fabricação de detergentes. “A Unipar decidiu concentrar seus investimentos na região Sudeste do Brasil”, explicou Vitor Mallmann. “Isso implicou vender participações em empresas rentáveis e interessantes como a Deten, porque fora da área geográfica de atuação.”
No mesmo ano, no dia 16 de agosto de 2002 A Braskem foi constituída ou melhor, A FRAUDE, já como a maior petroquímica da América Latina. A criação da Braskem é um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil. 

Nota: 
Abaixo, relatos  à partir de 2002 na má gestão dos dirigentes da empresa Petrobras na exploração dos derivados do petróleo; -  o mesmo ocorre com a exploração mineral, tendo como consequência os resultados catastróficos hoje presentes na vida do cidadão brasileiro; os desmoronamentos, alagamentos, deslizamentos de encostas e morros, soterramentos, a ganância do governo atual em abocanhar a exploração do gás e os liquefeitos do petróleo assim, como a distribuição dos "royalties" sempre negociados no parlamento brasileiro, sem que a segurança, o meio ambiente, a biodiversidade, novas tecnologias se fizessem prevalecer para assegurar ao Brasil sua Soberania como Estado.
  • O governo do Rio tem resistido ao oleoduto, manifestando preocupações ambientais já que o oleoduto vai atravessar 37 municípios (19 no Estado), 100 rios e 17 Áreas de Proteção Ambiental, insiste em criar barreiras para a liberação do oleoduto . A direção da Petrobras afirma ainda que o governo do RJ tem pressionado municípios, por onde passaria o oleoduto, a criarem problemas em seus planos diretores para impedir a obra. Para acabar com este obstáculo, a estatal tem promovido reuniões para esclarecer projeto. Com a chegada do oleoduto, esses locais terão maior participação em royalties
  • O presidente da Petrobras 'na época', José Eduardo Dutra, lamenta a disputa criada. "O oleoduto é importante para a Petrobras, para o Rio e para o Brasil e é lamentável que queiram transformá-lo em objeto de 'disputa política'". No entanto, hoje vemos, os desmoronamentos, deslizamento dos morros e alagamentos continuam a cada dia mais frequentes.
  • A MPX inicia a obra para construção da TermoPantanal e do gasoduto que fornecerá 2 milhões de gás natural por dia para a unidade. No entanto, os planos ambientais protegendo as cidades e municípios no entorno mesmo a biodiversidade do Pantanal, sempre ficaram em segundo plano. Qual o motivo de Eliezer Batista pai de Eike ter recebido a maior área pantaneira fronteira com a Bolívia?[2]http://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br/2013/09/reserva-natural-engenheiro-eliezer.html
Enfim, todos querem uma fatia do Brasil!!! José Eduardo Dutra ex-presidente da Petrobrás, disse que estatais dos Emirados Árabes Unidos pretendem investir na construção de gasodutos no Brasil. A meta de um deles seria resolver o problema da falta de gás no Nordeste. Esse projeto leva o nome provisório de Gasene e ligaria o Nordeste à Bacia de Campos. Os primeiros contatos com as autoridades dos Emirados Árabes foram feitos durante a viagem do presidente Lula ao Oriente Médio. (02.01.2004)
Segundo José Eduardo Dutra, o objetivo da estatal em 2004 é ampliar a presença no setor petroquímico e desenvolver mercados para o escoamento das reservas gigantes de gás descobertas em Santos. A previsão de investimentos é de US$ 8 bilhões durante o ano. "Certamente teremos novidades na questão da petroquímica em 2004", afirmou Dutra. O assunto está sendo discutido na revisão do planejamento estratégico da companhia, que será concluída no primeiro trimestre de 2004, mas o executivo adiantou os objetivos da empresa nesta área: ter uma presença importante na produção de resinas e garantir direito de voto nas empresas em que tem participação. Na área de gás, o desafio da Petrobras é encontrar consumidores para escoar as reservas de Santos e da Bolívia. Neste sentido, um projeto importante é a construção do gasoduto ligando as regiões Sudeste e Nordeste, chamado Gasene, com 900 quilômetros e investimentos estimados em US$ 1 bilhão. "Esse projeto é inexorável, porque está faltando gás no Nordeste", afirmou. (04.01.2004)
A revisão do planejamento estratégico da Petrobras vai contemplar a questão da nova refinaria de petróleo a ser construída no País. O diretor de abastecimento da estatal, Rogério Manso, disse que a empresa vem aprofundando os estudos sobre o empreendimento, que poderá ser menor que o planejado de acordo com as estimativas de consumo de gás natural no País. Para tanto, Dutra vê como opções para investimento a Braskem, a Rio Polímeros e a Ipiranga Petroquímica. Nas duas primeiras, a estatal poderia ampliar sua participação; na terceira, entrar no capital. Ele frisou, porém, que falava apenas em tese e que não há ainda definições neste sentido. Na Braskem, por exemplo, a Petrobras tem uma opção de aumentar sua fatia dos atuais 11% para 32% até 2005, equiparando-se à participação da Odebrecht. O presidente da Petrobras explicou que o segmento de resinas foi escolhido por ter um alto potencial de crescimento. (04.01.2004)
A descoberta de reservas de mais de 400 milhões de metros cúbicos de gás natural no bloco BS-400, na bacia de Santos, pela Petrobras, poderá trazer benefícios ao Estado do Rio. Segundo o secretário estadual de Energia, Petróleo e Indústria Naval, Wagner Victer, embora situado na Bacia de Santos, o bloco fica em águas fluminenses, em frente a Mangaratiba. Por isso, Victer quer a construção de um complexo industrial de gás natural no Porto de Sepetiba para processar o combustível produzido pela Petrobras. Victer disse que o Governo do Estado está discutindo a construção da planta com a Petrobras, com a El Paso e com a Statoil, e o projeto está sendo tratado como prioridade. Seria uma planta de processamento de gás natural, com investimentos de US$ 4 bilhões, construída em seis ou sete anos. (05.01.2004)
O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, vai discutir com a Petrobras a incorporação da região norte do estado no traçado do gasoduto que será construído de Campo Grande até Brasília, passando por Goiânia. O encontro está agendado para o dia 13 de janeiro, entre o governador e o diretor Ildo Sauer. No dia seguinte, o governador levará a proposta ao MME. Segundo ele, não há sentido em se construir um gasoduto em uma região onde não há demanda por energia. Os ramais ligando o Mato Grosso do Sul a Brasília a ao Paraná terão cinco mil km de extensão. (07.01.2004)
A Eletronuclear assinou contrato com a empresa alemã Framatome ANP para o fornecimento de duas novas unidades de vapor para substituir as da usina de Angra I. O investimento será de 46 milhões de euros. As novas unidades serão construídas em 40 meses, com entrada em operação até 2007. As novas turbinas reduzirão custos de manutenção, aumentarão os níveis de segurança e ampliarão a vida útil da usina em 20 anos, de acordo com o comunicado. Em 2002, o fator de capacidade era de 86,3% e a geração bruta era de 3.995 MWh. A Framatome fará uma parceria com a fabricante de equipamentos nucleares brasileira Nuclep, para construção dos geradores na usina da Nuclep em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro. (07.01.2004)
A Petrobras recebeu autorização do Ibama para dar início à operação da Usina Termelétrica de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. A usina prevê a geração de 240 MW, utilizando como combustível gás natural proveniente de um ramal de 33 quilômetros do Gasoduto Bolívia-Brasil. (08.01.2004)
O bagaço da cana-de-açúcar está ajudando a tirar o Nordeste do sufoco energético, compondo o parque de termelétricas emergenciais. Das 20 unidades despachadas pelo ONS para poupar água do rio São Francisco, duas geram energia a partir da biomassa - Destilaria JB (18 MW), em Pernambuco, e Giasa (18 MW), na Paraíba. Na prática, isso significa um preço até 20% menor do que a geração a óleo. (08.01.2004)
O CNPq aprovou recentemente o repasse de cerca de R$ 1 milhão para a implementação de uma usina termelétrica movida a resíduos de madeira. A central estará localizada na Reserva Extrativista de Cautário, no município de Costa Marques, em Rondônia, e beneficiará principalmente a comunidade residente no local, que sobrevivem do beneficiamento da madeira. O Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP está desenvolvendo um projeto piloto para produção de 200 KW de energia com resíduos de madeira, pelos próximos dois anos. O trabalho conta ainda com o apoio de órgãos como o Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio), também da USP e os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. (08.01.2004)
O projeto da usina nuclear de Angra 3 receberá, em 2004, R$ 153 milhões para conclusão de estudos. O montante está previsto na Lei Orçamentária já aprovada no Congresso, que passará ainda por sanção presidencial. A inclusão dos recursos foi considerada positiva pelo presidente da Eletronuclear, Zieli Dutra. "O valor está acima do vegetativo e acredito que será possível concluir os estudos. Mas a construção ou não da usina depende de autorização do CNPE", lembra Dutra. Dutra ressalta que os US$ 750 milhões gastos com a aquisição de equipamentos para a usina não serão perdidos, já que os itens passíveis de se tornarem tecnologicamente obsoletos não foram adquiridos. Além disto, são gastos US$ 20 milhões anuais com a proteção dos equipamentos. (12.01.2004)
O presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Luiz Vieira, está certo de que a pressão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para inspecionar a ultracentrífuga de enriquecimento do urânio da empresa é uma tentativa de descobrir como o Brasil obteve a tecnologia. O presidente da INB reconhece que a tecnologia desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) permite que se produza a bomba atômica, mas garante que a planta da Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende, só enriquece o urânio a 5%, o que é suficiente somente para gerar energia elétrica. O enriquecimento do urânio está previsto para começar ''depois de maio'', segundo documentos oficiais que chegaram à Cnen. A polêmica em torno das inspeções da AIEA na fábrica da INB vieram à tona depois que a imprensa internacional publicou reportagens, acusando o Brasil de dificultar o trabalho da agência e tentar impedir as vistorias não programadas. " Não recebemos nenhum documento oficial de que a agência quer mudar o processo das inspeções", disse Vieira. (13.01.2004)
O Brasil tem a sexta maior reserva de urânio do mundo e apenas 30% do País foi prospectado. O presidente da INB, Luiz Vieira, explica que o projeto brasileiro de enriquecimento tem o objetivo de abastecer Angra 1, 2 e 3. Os planos iniciais prevêem a construção de quatro módulos com dez cascatas - conjunto de máquinas que promovem o enriquecimento. A licença da fábrica brasileira só permite o enriquecimento do urânio até 5%. (13.01.2004)
O Centro de Estudos da Petrobras está montando o maior sistema de geração de energia fotovoltaica do País. É um conjunto com aproximadamente 800 módulos fotovoltaicos. A expectativa é iniciar as operações do sistema em março. O projeto recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão e terá potência instalada de 46 kWp, unidade que representa a capacidade de geração quando o sistema está recebendo a quantidade máxima de luz solar. "O objetivo é testar desempenho, durabilidade e funcionamento dos painéis", diz o coordenador do projeto, Artur José da Silva. (13.01.2004)
A Petrobras investirá US$ 1,6 bilhão na melhoria do abastecimento de gás natural no Nordeste. A empresa trabalha na ampliação da infra-estrutura dos gasodutos da região, dentro do Programa Malhas, e na construção do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), além da exploração o campo de Manati, na Bahia. Segundo Ildo Sauer, o problema de suprimento na região não será resolvido no curto prazo, apesar do esforço da empresa. Sauer conta que a empresa não imaginava o agravamento da situação do nível dos reservatórios do Nordeste. A estatal já conseguiu aprovar, em julho, o financiamento para o Programa Malhas, que terá investimento de US$ 600 milhões para a região. O executivo afirma que o problema de abastecimento de gás natural no Nordeste é conseqüência da estratégia firmada para estabelecimento do PPT. (13.01.2004)
O MME vai definir ao longo deste ano uma nova política para o gás natural no país. As diretrizes envolvem um novo processo de formação de preço do insumo, e a estratégia de aproveitamento das novas reservas de gás. Segundo a secretária de Gás e Petróleo do MME, Maria das Graças Foster, há a possibilidade futura de o país passar de importador para exportador do insumo. A construção no país de uma planta de liquefação de gás também está sob análise. O novo marco regulatório do setor de gás começou a ser discutido ontem com os agentes do setor. Participaram de reunião com Dilma, representantes das 24 distribuidoras de gás do país. O objetivo do governo é se reunir com representantes de todas as empresas da cadeia do gás ao longo do ano. Para as próximas reuniões serão chamadas as produtoras de gás. A criação do marco regulatório para o gás, segundo explicação da secretária, envolverá mudanças na Lei do Petróleo (nº 9. 478). Essa regulamentação será feita com base em portarias, que serão editadas ao longo do ano. (14.01.2004)
Segundo Maria das Graças, dentre as preocupações imediatas do governo está o abastecimento de gás da região Nordeste. O objetivo, segundo ela é dobrar a capacidade de transporte do insumo na região em dois anos, com construção dos gasodutos do Projeto Malhas e do Gasene, que interligarão a região com as bacias de Santos, Campos e do Espírito Santo. A Petrobras teria capacidade de geração de 1.200 MW de suas térmicas a gás na região, mas as usinas TermoFortaleza, Fafen e Camaçari estão produzindo apenas 230 MW por falta de gás. Parte do insumo foi vendido pela Petrobras às indústrias da região, e esse volume agora não pode ser direcionado às térmicas porque seria caracterizado como quebra de contrato. "A Petrobras está no limite do que pode fazer para abastecer as térmicas sem desabastecer outros segmentos importantes", declarou a secretária. (14.01.2004)
Durante a primeira reunião setorial para discussão da implementação da política de gás natural no país, a ministra Dilma afirmou que a definição das novas diretrizes será pautada em um processo participativo, caracterizado na etapa inicial por discussões segmentadas. Os objetivos do grupo de trabalho formados pelo MME e agentes, incluem o estabelecimento de diretrizes para o desenvolvimento do mercado, com a ampliação do gás na matriz energética; formação de preço; aproveitamento das reservas brasileiras; adequação do marco regulatório; e expansão da infra-estrutura de transporte e distribuição. A próxima reunião do GT está marcada para o próximo dia 20, com os produtores de energia térmica. No dia 27, o encontro reunirá representantes da Petrobras e de outras empresas atuantes no segmento de produção. (14.01.2004)
A Petrobras continua avaliando a conclusão das térmicas do PPT. O diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, informa que as usinas Termoaçu, no Rio Grande do Norte, e Cubatão, em São Paulo, ainda estão pendentes. Segundo o executivo, o projeto mais crítico é da Termoaçu, que terá 325 MW de capacidade instalada e gerará 610 t/h de vapor. "Temos interesse no vapor do empreendimento, mas dependemos da Guaraniana", informa. Ele diz que a Petrobras está conversando com a sócia, que tem 70% do projeto, para definir o destino da usina. "A falência do projeto não está descartada", afirma. Já com relação à outra unidade, Sauer diz que o problema está sendo resolvido. (14.01.2004)
A ministra Dilma e o governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, vão discutir a construção de um ramal do Gasbol passando pela região Norte do estado até Brasília. O pleito atende, de acordo com o governador e prefeitos da região, a demanda do local pelo insumo. Também estará em pauta a implantação do pólo gasquímico de Corumbá e a expansão do programa de eletrificação de Mato Grosso do Sul. (14.01.2004)
A produção total de petróleo e gás natural pela Petrobras durante o ano passado aumentou 12,5% na comparação com a 2002. A média diária alcançada ficou em 2.036.500 contra 1.810.200 de barris de óleo equivalente (BOE). Em dezembro, foram produzidos no país e no exterior 2.001.100 barris por dia, em média, de petróleo e gás natural, 18,33% acima dos 1.691.100 barris/dia registrados em dezembro de 2002. Os campos de exploração nacionais produziram, em dezembro último, 1.751.297 barris de óleo equivalente. Já no exterior, a produção diária média de petróleo e gás natural atingiu, durante todo o ano de 2003, 245.879 BOE. (15.01.2004)
Os contratos de fornecimento de gás para a termelétrica Norte Fluminense serão assinados sexta-feira, dia 16 de janeiro, e abrangem a contratação do insumo no upstream e downstream. O contrato de upstream, de produtor, será feito entre a Petrobras e CEG; o de downstream, de distribuidor, entre a CEG e a usina. Serão contratados 3,4 milhões de m3/ dia de gás. A termelétrica terá 780 MW de potência instalada e permitirá que o estado do Rio de Janeiro passe a exportar energia, se necessário. Os investimentos ficaram em torno de US$ 500 milhões, mais incentivos fiscais do governo do estado. A capacidade instalada da termelétrica, do grupo francês EDF, que controla representa cerca de 15% do consumo do estado. A termelétrica iniciará o período de pré-operação no dia 16 de janeiro passando a operar comercialmente a partir de março, em ciclo aberto. Em agosto está prevista a entrada de operação da unidade a vapor, inaugurando o ciclo fechado. (15.01.2004)
O projeto Lara Energia receberá investimentos de US$ 12 milhões a US$ 15 milhões para implantar uma unidade de geração de energia elétrica no aterro sanitário Lara, no município de Mauá. O local recebe cerca de 40 mil toneladas de lixo domiciliar por mês. A usina deverá ter uma capacidade de 10 MW até 2006. O projeto reduzirá o volume de emissões de gases formadores do efeito estufa, com a destruição de aproximadamente 450 mil toneladas de metano nos próximos 21 anos. O trabalho será executado dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Com a redução, o empreendimento gerará mais de 10 milhões de CERs (redução de emissão certificada, equivalente a 1 tonelada de gás carbônico reduzido). Esse certificado poderá ser negociado com empresas e instituições comprometidas com a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. (16.01.2004)
A Petrobras vai contabilizar neste ano perdas de R$ 1,48 bilhão em seu balanço por causa de investimentos realizados em usinas termelétricas. O valor foi divulgado em comunicado à Bovespa. No comunicado, a Petrobras informou que "a principal causa das perdas é a frustração das expectativas quanto ao mercado de energia elétrica, que se reduziu após o racionamento em 2001". Na verdade, o problema ocorre porque a estatal garante a compra de energia das usinas térmicas. Muitas delas, porém, não estão gerando nenhum MW de energia ou têm sua capacidade subutilizada. Ou seja: a companhia não consegue receber de volta o investimento já feito. Em 2003, as perdas com a área de energia somaram R$ 1,368 bilhões. A estatal informou ainda que "a redução do mercado leva a dificuldades na obtenção de contratos de venda de energia em condições que remunerem investimentos realizados." (19.01.2004)
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira que fará uma provisão de R$ 1,48 bilhão no balanço de 2003. Em fato relevante divulgado ao mercado, a estatal argumenta que a medida visa a antecipar perdas no segmento de energia elétrica e gás no decorrer deste ano. Para analistas, é uma forma de a empresa reduzir o lucro e abater impostos. A estatal já fez isso antes, inclusive no balanço do terceiro trimestre. Segundo a estatal, o novo provisionamento refere-se principalmente a contingências contratuais com plantas "merchant" e fornecimento de gás. A principal causa das perdas no negócio de energia é a frustração das expectativas da Companhia quanto ao mercado de energia elétrica, que se reduziu após o racionamento em 2001. (19.01.2004)
O setor de petróleo e gás será capaz de atrair investimentos privados nacionais e estrangeiros que permitirão ao Brasil a retomada do crescimento, "como todos querem". A afirmação foi feita pelo diretor geral da ANP, Sebastião do Rego Barros. Os técnicos da ANP trabalham com o Ministério de Minas e Energia na organização da sexta rodada de licitação de petróleo e gás, prevista para agosto. Rego Barros acredita que o interesse será maior do que nos últimos três anos. (19.01.2004)
A ministra Dilma acha que a Petrobras teria que fornecer gás para todas as térmicas da região. Na semana passada, a Aneel determinou que o ONS dê ordens para a entrada em operação de todas as térmicas a gás do Nordeste, simultaneamente. Mas a Petrobras diz que isso é impossível, já que não há como aumentar o fornecimento de gás para o Ceará. Isso porque não há gás para a TermoCeará, cuja energia é comprada integralmente para a Petrobras. O problema, segundo a estatal é que a capacidade de transportes dos gasodutos na região, que precisa ser aumentada. Para o Ceará só é possível mandar 2 milhões de metros cúbicos/dia, sendo que estão sendo despachados 2,1 milhões, que atendem apenas a TermoFortaleza, da Endesa. Segundo a estatal, o novo gasoduto para o Ceará só não foi construído ainda por falta de licença ambiental. (20.01.2004)
Ainda segundo a Petrobras, se ela for forçada a atender a determinação de despacho do ONS a pedido da Aneel, terá que reduzir a produção de petróleo, lubrificantes e outros derivados, para aumentar a oferta de gás na região. E isso traria impacto ainda não quantificado sobre os níveis de produção, como explicou ontem o diretor de exploração e produção, Guilherme Estrella. Mas a ministra não se mostrou complacente com a estatal. "O despacho das emergenciais produz um prejuízo para o país. A existência de uma térmica sem gás é como se tivesse uma hídrica (hidrelétrica) sem água. Fazer uma hídrica sem água e sem rio é tão grave como fazer uma térmica sem gás", criticou Dilma. (20.01.2004)
A falta de gás no Nordeste, que está agravando a crise de energia na região, será discutida hoje em Brasília. Dirigentes e técnicos da Aneel, do ONS e Petrobras têm reunião às 14hs no MME. Com o apoio da ministra Dilma, a Aneel diz que as térmicas sem gás estão contaminando os cálculos da curva de aversão ao risco de racionamento e acha que os agentes não podem declarar o valor de uma energia do qual não dispõem, por falta de gás. E acusa a Petrobras de descumprir contratos de fornecimento do PPT, além de outras leis e decretos. A estatal explica que sempre informou as deficiências de transporte na região e que não pode aumentar a oferta de gás sem licença ambiental. (21.01.2004)
A Petrobras é a única companhia brasileira a figurar no ranking das "Empresas Mais Respeitadas do Mundo", pesquisa realizada anualmente, desde 1998, pela PricewaterhouseCoopers em parceria com o jornal britânico "Financial Times". Ano passado, entre as 72 empresas listadas, a Petrobras ficou em 65 - caindo duas posições em relação a 2002 - e também é citada como uma das companhias que mais geraram lucros para seus acionistas e melhor demonstraram seu compromisso social. A Copel e a Cemig não foram para o ranking geral, mas são das mais respeitadas em seus setores. A Copel ficou em terceiro lugar no segmento de Serviços Públicos e a Cemig, em 11a na área de Energia/Química. No ranking por países, com votação local, a Votorantim é a empresa mais respeitada, seguida pela Petrobras. Em 2002, as posições estavam invertidas. A pesquisa ouviu mais de mil executivos de 20 países, além de ONGs e jornalistas. (21.01.2004)
A Termorio vai começar a gerar energia comercialmente a partir de julho deste ano. A meta foi estabelecida durante reunião realizada no dia 16 de janeiro entre diretoria da empresa Termorio, que gerencia a usina; e a Petrobras, principal acionista. A data será ratificada nesta semana, quando dirigentes da térmica vão levar o cronograma a representantes da Alston, fornecedora dos equipamentos. A intenção é prevalecer o desenho de datas estipulado no encontro da semana passada, que serviu também para levantar os pontos ainda pendentes para a operação efetiva da unidade. Entre eles, estão a obtenção da licença ambiental de operação, em análise na Feema, e a assinatura do contrato de fornecimento de gás natural com a CEG. O escopo prevê que em março a usina começaria a operar em testes e em comissionamento com primeiro bloco de três turbinas geradoras, totalizando 383 MW. Quatro meses depois, a usina entraria em operação comercial. Caso o cronograma pré-estabelecido seja confirmado junto à Alston, as datas previstas para testes, comissionamento e operação comercial serão levadas à Aneel, que terá que ratificá-las. A estimativa é que os dois outros blocos de geradores da Termorio sejam postos em operação até março de 2005. (20.01.2004)
Paralelamente ao fechamento do cronograma para o início do funcionamento comercial da termoelétrica, o imbróglio societário envolvendo a Petrobras e a NRG na composição da Termorio continua tramitando na Justiça arbitral. De acordo com Carlos Augusto Kirchner, que desde dezembro preside a empresa administradora da usina, depoimentos de representantes das duas empresas sobre o caso foram colhidos na semana passada. A previsão inicial era que a questão fosse definida até o dia 30 deste mês, mas a decisão pela câmara de arbitragem foi estendida até o dia 28 de fevereiro. A questão passa não só pela saída da NRG da sociedade com a Petrobras, mas pelos valores envolvidos com o rearranjo societário. A NRG espera receber, além dos US$ 63 milhões aportados por ela no projeto, outros valores relativos ao ressarcimento por estar saindo da sociedade. Por outro lado, há o fato de que sem outros sócios, a Petrobras perderia o compromisso de comprar a energia produzida pela usina, o que acabaria sendo um problema para a empresa. (20.01.2004)
As termelétricas do PPT, instaladas no Nordeste poderão ser obrigadas a gerar energia com óleo (diesel ou combustível) em vez de gás natural, segundo informação da Aneel. Essas usinas deveriam gerar energia com gás natural, mais barato que o óleo, mas a Petrobras não está fornecendo às empresas em quantidade suficiente. As usinas do seguro geram energia com óleo, a um preço muito mais caro. Esse custo é repassado para o consumidor e já resultou em um aumento médio de 1,9% nas contas de quem consome mais de 350 kWh/mês. Se as usinas forem obrigadas a gerar mais energia usando óleo, o custo extra terá que ser assumidos pelas próprias geradoras e não poderá ser repassado ao consumidor. (22.01.2004)
O gasoduto planejado pela Petrobras para levar gás natural da reserva Campo de Manati, na Bacia de Camamu (próximo a Morro de São Paulo) até São Francisco do Conde, poderá ter mudanças em seu traçado. O projeto de tubulação do gasoduto passa por Jaguaripe, o único município do recôncavo baiano que faz parte do projeto Corredores de Mata Atlântica. A comunidade se mostrou relutante à implantação do projeto na área, apreensiva com a possibilidade de alterações ao ecossistema local e prejuízos à atividade pesqueira. Diante dos apelos da população local, a Petrobras já afirma existir a possibilidade de mudança no traçado do gasoduto. A reserva de gás natural de Campo de Manati foi descoberta em 2000 e a idéia da Petrobras é construir por lá uma plataforma de seis poços, de onde sairá o gasoduto de 117km. As empresas brasileiras Queiroz Galvão e a Petroserv estão participando do projeto como sócias da Petrobras. (22.01.2004)
Ao falar sobre os benefícios do uso do biodiesel no Brasil, o presidente Lula já tinha em suas mãos o relatório final do Grupo de Trabalho Interministerial (GIT) que estudou a viabilidade da utilização do combustível como fonte alternativa de energia. O relatório tem como principal conclusão que o biodiesel "contribui favoravelmente para o equacionamento de questões fundamentais para o país, como geração de emprego, renda, inclusão social, redução das emissões de poluentes, das disparidades regionais e da dependência da importação de petróleo, envolvendo, portanto, aspectos de natureza social, estratégica e econômica". Entre as recomendações feitas pelo GIT a primeira pede que o biodiesel seja imediatamente incorporado à agenda oficial do governo, "de modo a sinalizar a opção política e socioeconômica do país com relação à matéria". (22.01.2004)
A ANP realizou ontem a audiência pública da sexta rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo e gás natural. Segundo a ANP, nesta rodada, a ser realizada em agosto deste ano, serão ofertados blocos localizados em 29 setores de 12 bacias sedimentares espalhadas pelo país. Na audiência foram apresentadas as características geofísicas e ambientais das áreas, o pacote de dados e o processo de licitação. (23.01.2004)
A ministra Dilma inaugura hoje a usina de biogás no Aterro Sanitário Bandeirantes, em São Paulo. A inauguração acontece às 15 horas. Na manhã desta sexta, Rousseff participa da abertura do seminário Mineração no Brasil, Desafios e Oportunidades. O evento acontece no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. (23.01.2004)
A Endesa inaugura no dia 30 de janeiro a Termofortaleza, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém no Ceará. A unidade terá 310,7 MW de capacidade instalada, correspondendo a 30% da demanda do mercado do estado. A potência instalada da unidade, que utiliza o gás natural como combustível, será fornecida para os consumidores da Coelce. O investimento no empreendimento chegou a US$ 250 milhões. (22.01.2004)
O Unibanco, terceiro maior banco do país, inaugura, hoje, em São Paulo, sua termelétrica, alimentada à base de gás metano. Com investimentos de cerca de US$ 15 milhões e em sociedade com a Biogás Energia Ambiental, o Unibanco, agora, começa a gerar a energia para suprimento próprio. A usina, de 20 MW, vai gerar energia a partir do gás proveniente do lixo depositado no Aterro Sanitário Bandeirantes, em São Paulo. (23.01.2004)
Com o objetivo de viabilizar a exploração da reserva gigante de gás natural descoberta no ano passado na Bacia de Santos, a Petrobras anunciará um plano de massificação do uso de gás natural nas próximas semanas. Entre as principais medidas, está o programa de substituição do uso do diesel por GNV nas frotas de ônibus das regiões Sudeste e Sul. Além disso, a estatal deverá pôr em operação um projeto para levar, por meio de caminhões, gás natural comprimido a regiões onde ainda não existe estrutura de gasodutos. Sem entrar em detalhes, o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, explicou que a idéia é que a estatal garanta contratos de fornecimento de gás com preços abaixo dos do diesel por 10 anos. (25.01.2004)
Os contratos seriam feitos entre a Petrobras e as distribuidoras de gás e entre estas e as companhias de transporte. Sauer não confirmou qual a diferença de preço que seria garantida em relação ao preço do diesel, mas fontes ligadas à Petrobras dizem que o GNV custaria de 50% a 60% do valor da quantidade equivalente em energia do diesel. Em média, um metro cúbico de GNV tem rendimento equivalente a 0,8 litro de diesel. Com esse percentual de redução, as tarifas dos ônibus poderiam cair, em média, 18%. Richelle Cabral, coordenadora técnica da Fetranspor, explica que a diferença de preço mínima de preços entre o gás e o diesel precisaria ser de 40% para o programa deslanchar. Ela diz que o gasto com combustível representa 25% do custo total das tarifas, mas não confirmou se haveria redução das passagens. (25.01.2004)
O Ipea está elaborando um estudo sobre o gás natural, um setor ainda com regulação incompleta que ganhou importância após a descoberta das reservas na bacia de Santos. A análise vai focar-se em uma questão de médio e longo prazo que já está em discussão no MME, que é o uso dos dutos da Petrobras para transportar o gás. (26.01.2004)
As usinas termelétricas do PPT no Nordeste têm capacidade hoje de gerar apenas 34% da energia que o governo esperava. O problema é a falta de gás natural. O gás, de acordo com as regras do programa, teria fornecimento garantido pela Petrobras. No entanto a empresa só tem fornecido um terço do gás necessário para o acionamento de toda a capacidade das termelétricas. Depois de verificar que as termelétricas do PPT podem gerar 409 MW médios, e não os 1.195 MW médios com os quais se contava, a Aneel determinou que o ONS recalculasse, em caráter provisório, o nível de risco dos reservatórios. Pela regulamentação do setor, toda vez que os reservatórios ficam abaixo do nível de risco, o ONS pode acionar medidas de emergência, como o seguro antiapagão. Além disso, com os reservatórios abaixo desse limite, as geradoras e as distribuidoras de energia passam a pagar o custo da energia gerada pelo seguro, e não os consumidores. (26.01.2004)
Como o governo já reconheceu que não pode contar com a maior parte da energia das termelétricas do PPT no Nordeste, o nível de segurança dos reservatórios das hidrelétricas ficou situado mais acima - ou seja, como não há energia termelétrica, é preciso ter mais água para garantir o abastecimento com energia hidrelétrica. O PPT foi criado em 2000. O objetivo era incentivar a instalação no país de usinas termelétricas à gás natural, para evitar a dependência das chuvas. O programa chegou a prever 14 mil MW em energia termelétrica, mas depois ficou reduzido a pouco menos da metade. O principal incentivo do governo aos investidores privados era a garantia de fornecimento de gás natural, pela Petrobras, com um mecanismo que "segurava" a variação cambial no preço dessa matéria prima, cotada em dólar. A Aneel e o ONS não têm como punir a Petrobras, uma vez que não é uma empresa do setor elétrico. (26.01.2004)
A Petrobras informou que alertou o governo, desde 2001, sobre "as dificuldades do atendimento às termelétricas do PPT na região Nordeste, tanto com relação à quantidade de gás natural disponível como com relação às ampliações na infra-estrutura existente". O alerta teria sido feito à extinta GCE (Câmara de Gestão da Crise de Energia). Segundo a empresa, para que houvesse mais gás natural teriam sido necessários investimentos para a construção de gasodutos, de infra-estrutura e desenvolvimento de campos de produção de gás natural. Para que esses investimentos fossem rentáveis para a empresa, seria necessário que o governo adotasse algumas medidas, o que não aconteceu e teria causado prejuízos à Petrobras -de US$ 230 milhões em 2002 e US$ 400 milhões em 2003. A Petrobras esclareceu que, como as indefinições a respeito do fornecimento do gás já existiam quando foram assinados os contratos, há cláusulas que estabelecem que a empresa cobrirá os prejuízos que as termelétricas tiverem com a compra de energia para honrar seus contratos de fornecimento. (26.01.2004)
A Petrobras investiu R$ 85 mil na produção de um protótipo que bombeará petróleo do poço MO-14 utilizando energia solar. Os técnicos da empresa analisarão o desempenho do equipamento, localizado na Bacia Potiguar (RN), durante 12 meses. A empresa pretende usar o equipamento em outras unidade afastadas da rede elétrica, caso o protótipo tenha êxito. Segundo a companhia, o bombeamento de petróleo a partir de energia solar significa uma economia de aproximadamente 43 mil metros cúbicos de água por ano, caso fossem obtidos através de geração hidrelétrica. A unidade de bombeamento foi desenvolvida pela Petrobras em parceria com o Laboratório de Energia Solar da UFSC e com a empresa gaúcha Sidermetal. (26.01.2004)
A companhia de petróleo alemã Wintershall encontrou gás natural na Bacia de Santos numa área vizinha à das reservas gigantes descobertas pela Petrobras. A multinacional iniciou na semana passada a perfuração de um poço exploratório a cerca de 20 quilômetros do bloco BS-400, onde está o Campo de Mexilhão, descoberto em setembro, com estimativas de 419 bilhões de metros cúbicos de gás. Ainda não há estimativa do volume descoberto pela Wintershall, informação que depende da análise dos resultados da perfuração do poço. A empresa informou que as pesquisas geológicas indicaram a existência de reservas do combustível e que está otimista quanto às perspectivas da região. A companhia alemã pode ser a última a procurar gás no entorno do BS-400 nos próximos anos, já que o governo decidiu, por enquanto, não colocar em licitação áreas naquela região. (27.01.2004)
A Petrobras inaugurou, na cidade de Macau (RN), o Projeto Piloto de Geração de Energia Eólica. A companhia investiu R$ 6,8 milhões na construção de usina com capacidade de gerar 1,8 MW, que fornecerá energia elétrica para os campos de produção de Macau, Serra, Aratum e Salina Cristal. Segundo a Petrobras, o a usina garantirá economia de 33 milhões de metros cúbicos de água dos reservatórios do sistema hidrelétrico do rio São Francisco. (27.01.2004)
A ministra Dilma disse que o Governo boliviano demonstrou interesse no projeto brasileiro de construção conjunta de um pólo gás-químico na fronteira entre os dois países. Dilma esteve sábado na Bolívia para apresentar a proposta ao Governo daquele país. O projeto, que ainda está sendo elaborado pela Petrobras, prevê a produção de GLP, fertilizantes e produtos petroquímicos. "O projeto tem a perfeita adequação aos objetivos bolivianos e brasileiros", afirmou a ministra. Segundo Dilma, a Bolívia possui um papel estratégico na questão energética do Mercosul. "Em qualquer hipótese, a ampliação das nossas relações bilaterais passa por um processo de aproveitamento desses recursos", disse Dilma. De acordo com ela, é necessário estimular uma discussão conjunta sobre o local de instalação do empreendimento - se em território boliviano ou brasileiro e sobre o cronograma de um eventual projeto. (28.01.2004)
Apesar dos problemas de fornecimento de gás para a TermoCeará, fora de operação em meio à crise de energia no Nordeste, o empresário Eike Batista, dono da MPX Mineração e Energia, não perdeu o apetite pelo setor elétrico. Com apoio do governo do Mato Grosso do Sul, Batista quer construir uma termelétrica em Corumbá, com investimento previsto de US$ 125 milhões em três fases. No total, Batista disse que tem US$ 500 milhões para investir em energia no Brasil, em sociedade com a americana MDU Inc.. A usina terá capacidade final de 172 MW e conclusão prevista para dezembro de 2006. O empresário ressalta ainda o fato de a térmica estar localizada na ponta do sistema. Assim, a usina pode ser usada para dar estabilidade na transmissão, gerando mais do que uma térmica mercantil comum e ajudando a viabilizar o projeto. Ele disse que esta convidando outros investidores, entre eles a Petrobras. (28.01.2004)
Se construída a usina da MPX, que já recebeu o nome provisório de TermoPantanal, será a térmica com o MW mais barato do país. A térmica vai comprar gás diretamente da Petrobras Bolívia (PEB), que sairá por US$ 1,40 a US$ 1,50 por milhão de BTU. Já o gás das demais térmicas que entraram no Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT) é vendido no Brasil por cerca de US$ 2,72 por milhão de BTU. O preço menor, segundo Batista, se deve ao contrato de gás, que será do tipo com interrupções. Além disso, ele ressalta que a usina não terá PPA, contrato que garante a compra da energia por um outro agente. A redução do custo do gás para a TermoPantanal será possível porque ele será despachado para o Brasil saindo do gasoduto da Gás Transboliviano (GTB), que controla o trecho boliviano do Gasbol, diretamente para um outro duto de menor porte de 33 quilômetros, que será construído especialmente para levar esse gás até a fronteira com o Brasil sem passar pelo TBG. (28.01.2004)
O projeto para venda de gás boliviano para a TermoPantanal, a preço mais baixo do que o das térmicas do PPT, ainda não é consenso na diretoria da Petrobras, que pode até vir a se tornar sócia no projeto. José Eduardo Dutra explicou que ainda é necessária a análise jurídica dos contratos para saber se a Petrobras Bolívia (PEB) pode assinar um acordo de fornecimento com a MS Gás independentemente de outros contratos firmados pela Petrobras controladora. (28.01.2004)
O consumo de gás natural para geração de energia no Rio de Janeiro chegou a 500 milhões de metros cúbicos no ano passado. O fornecimento para os projetos térmicos representaram 19% do total distribuído pela CEG em 2003, quando o volume atingiu 2,6 milhões de metros cúbicos diários. O presidente da CEG, Daniel López Jordá, acredita que esse volume irá crescer de forma significativa em 2004. Ele conta que, com a entrada em operação das termelétricas Termorio (1.040 MW) e Norte Fluminense (780 MW), esse percentual poderá dobrar ou triplicar. "Depende do despacho das usinas pelo ONS", ressalva. O presidente informa que os contratos de take or pay e ship or pay assinados entre a CEG e as duas termelétricas chegam a R$ 24 milhões. Para o executivo, o montante é baixo se comparado ao contrato total, e serve para remunerar o investimento na infra-estrutura para abastecer as unidades. (28.01.2004)
O segmento de cogeração no estado do Rio de Janeiro consumiu 60 milhões de metros cúbicos de gás natural no ano passado. Atualmente, a CEG fornece o combustível para oito projetos. "Apesar de ser uma área interessante, o volume de vendas é pouco representativo", diz o presidente da CEG, Daniel López Jordá. Ele argumenta que há limitadores para expansão da cogeração no Brasil. "As regras para exportar energia elétrica que dificultam a viabilização de alguns projetos", explica. Ele cita a relação direta entre o preço do gás natural e o câmbio como um dos problemas. Apesar disso, o executivo confia no crescimento representativo do mercado de gás natural, principalmente após a descoberta da reserva do combustível na Bacia de Santos. (28.01.2004)
A Tractebel e a Koblitz apresentaram pré-projeto a empresários de São Bento do Sul para instalação de usina termoelétrica mediante uso de biomassa e gás natural. O investimento deve ser de R$ 25 milhões. A iniciativa vai gerar 180 mil toneladas de biomassa por ano e 12 mil quilowatts. Industriais de São Bento do Sul vão conhecer trabalho semelhante já desenvolvido em Lages. O consumo de gás natural por parte das indústrias catarinenses aumentou 3,36% no ano passado comparativamente ao ano anterior. (28.01.2004)
A Petrobras pretende investir US$ 1 bilhão até 2007 no desenvolvimento do mercado de gás brasileiro. Segundo o diretor financeiro da estatal, José Gabrielli, os recursos serão concentrados em projetos para a interligação de redes. ''Os nossos investimentos serão em gasodutos, políticas de expansão e projetos para viabilizar o gás como fonte energética e não elétrica'', disse. Gabrielli afirmou que a estatal poderá fazer investimentos adicionais em gasodutos que façam a interligação entre as regiões Sudeste e Nordeste. ''A intenção é criar um anel nacional de gasodutos e diversificar os distribuidores de gás'', disse Gabrielli, lembrando que a Petrobras tem um grande volume de gás a ser explorado, além da alternativa de abastecer o mercado local por meio do gasoduto Brasil-Bolívia. (29.01.2004)
O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, disse que o mercado brasileiro de gás pode chagar aos 100 milhões de metros cúbicos por dia em 2010. Em 2003, o consumo médio de gás no Brasil foi de cerca de 27 milhões de metros cúbicos por dia. "Em 2010, haverá predomínio da produção na Bacia de Santos, mas a Bolívia terá participação importante no fornecimento do produto", disse Sauer. O Brasil consumiu no ano passado pouco menos de 14 milhões de metros cúbicos por dia do gás originado na Bolívia. Em 2010, esse consumo pode até superar o volume contratado se o preço for competitivo, admitiu Sauer. (29.01.2004)
A Petrobras pretende paralisar os investimentos em usinas termelétricas, segundo o diretor financeiro da estatal, José Gabrielli. A decisão faz parte da estratégia da empresa, que quer priorizar os investimentos em distribuição de gás natural. Só neste ano, a estatal estima perder R$ 1,4 bilhão por conta dos investimentos já realizados e que não deram o retorno esperado. O valor, inclusive, já foi contabilizado como provisão no balanço. Gabrielli informou que a decisão não está relacionada com a criação de novo modelo para o setor de energia, proposto pelas duas MPs que estão sendo estudas no Congresso. ''O que inviabilizou os investimentos no setor de térmicas foi a forte queda na demanda nos últimos anos. A nossa posição é de que não se invista mais nessa área'', disse. Apesar da decisão, a empresa continuará tendo perdas nessa área pois é obrigada a garantir a compra de energia de usinas térmicas que atualmente não geram nenhum MW de energia ou têm sua capacidade subutilizada. (29.01.2004)
A Petrobras cobrou uma definição imediata do governo do Rio de Janeiro, que vem resistindo ao Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de óleo da Bacia de Campos (PDET), um projeto de R$ 4,65 bilhões através do qual a estatal pretende escoar 640 mil barris de petróleo por dia produzidos em alto mar por dutos marítimos e terrestres até São Paulo, abastecendo também refinarias do Rio e Minas. O diretor da área de Serviços da Petrobras, Renato Duque, cobrou uma definição rápida do governo do Estado até março dizendo que caso o projeto não seja aprovado até lá, a companhia terá que rever seus projetos, incluindo alterar a plataforma P-51 e o projeto da P-52, tendo eventualmente que transferir investimentos para o Espírito Santo e São Paulo. Segundo ele, sem o projeto, a Petrobras terá que rever alguns programas, incluindo algumas plataformas, o que vai atrasar as metas de produção e de auto-suficiência previstas para 2006/2007, quando se prevê que a produção estará em 2,220 milhões de barris ao dia. Duque estimou que cada mês de atraso na entrada de produção das plataformas (caso precisem de novo projeto) representará atraso de R$ 200 milhões por mês na receita de royalties destinados ao Estado e os municípios. (29.01.2004)
O governo do Rio tem resistido ao oleoduto, manifestando preocupações ambientais já que o oleoduto vai atravessar 37 municípios (19 no Estado), 100 rios e 17 Áreas de Proteção Ambiental. Recentemente foi aprovada lei que cobra 60% de ICMS para produtos e equipamentos destinados à construção e manutenção de oleodutos, medida para dificultar o PDET e incentivar uma refinaria no Estado. "O Rio produz 83% do petróleo nacional e só refina 12%. Esse petróleo vai acabar dentro de algumas décadas e queremos um projeto permanente de desenvolvimento no Norte Fluminense, para que não vire uma Serra Pelada", diz o secretário de Energia e Petróleo, Wagner Victer. (29.01.2004)
A Petrobras informou os oleodutos será financiados por intermédio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que tem como sócios as japonesas Mitsubishi, Mitsui e um consórcio de bancos. A SPE será financiada pelo JBIC (banco de fomento do governo japonês) e a engenharia e construção ficarão a cargo Toyo, que convidou quatro brasileiras para construir a parte terrestre do oleoduto: Norberto Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Etesco. Nas licitações para a plataforma de rebombeio os vencedores são Techint (para jaquetas e estacas), Rolls Royce e Mauá Jurong (geração) e Sulzer (bombas). (29.01.2004)
Responsável por um dos maiores projetos de investimento no RS, no valor de US$ 800 milhões, a alemã Steag está preocupada com as indefinições do novo modelo do setor elétrico. Para garantir a construção da usina a carvão Seival, o grupo precisa de financiamento bancário, que exige garantias não-disponíveis até agora. O presidente da Steag do Brasil e vice-presidente mundial para Europa e América Latina, o alemão Artur Wehrun, esteve em Porto Alegre para uma audiência com o governador Germano Rigotto. Satisfeito com o apoio dado no âmbito estadual, Wehrun disse estar "preocupado" com as chances do projeto gaúcho. Além de Seival, o grupo negocia uma fórmula para garantir a conclusão da usina de Candiota 3 e planeja uma usina a gás na Paraíba. (29.01.2004)
O setor de cogeração sofre uma grande estagnação devido ao ambiente de mudança regulatória da área de gás natural. Segundo Alexandre Wendling, gerente do departamento de Gás, Petróleo, Cogeração e Outras Fontes de Energia do BNDES, o volume de financiamentos caiu porque os investidores aguardam as regras. Wendling relaciona outros dois fatores para explicar a queda nos empréstimos. "O segmento de cogeração concorre com a energia elétrica e o BNDES não financia equipamentos importados", explica o gerente. Se o segmento de gás natural apresenta uma retração, a cogeração com a biomassa da cana-de-açúcar deverá ter um crescimento representativo nos próximos anos. Wendling explica que o Proinfa permitirá a implantação de 1.100 MW em projetos. (29.01.2004)
Carlos Lessa garantiu que o BNDES tem interesse em financiar a indústria do gás do Nordeste. O grande entrave a esse processo, segundo ele, é a limitação geral imposta pela legislação vigente a partir de 1986, quando o então ministro da Fazenda, Dílson Funaro, aceitou a definição do investimento efetuado pelas empresas estatais como gasto público, sem considerar que as empresas, para investirem, costumam se endividar. Para Lessa, essa limitação funciona como uma camisa-de-força que amarra tudo. Lessa informou que o BNDES está pedindo uma medida provisória para excepcionalizar o gás dessa limitação. Ele lembrou que apesar de o BNDES financiar os troncos de gás na região, se não houver a rede de distribuição dentro das cidades, os troncos não terão sustentabilidade. (30.01.2004)
O estado de Rondônia terá sua primeira termelétrica que vai gerar energia a partir de resíduos de madeira. O projeto piloto será desenvolvido pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e deve estar pronto em dois anos, com capacidade inicial de 200 kW. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico financiará o projeto com investimento de R$ 1 milhão. Segundo números do Ministério do Meio Ambiente, com o uso da termelétrica, a economia pode chegar a R$ 4 mil por mês, além de contribuir para a diminuição da poluição atmosférica no interior de Rondônia. (30.01.2004)
O problema do gás, no Ceará, afeta, por enquanto, a usina TermoCeará, do Grupo MPX, que está parada por falta do combustível. A alternativa, segundo a Petrobras, é alterar a planta, tornando-a capaz de operar com óleo diesel. Ildo Sauer explicou que o Nordeste está divido em duas regiões: a setentrional - de Pernambuco até o Ceará - e a região meridional, que abrange Alagoas, Sergipe e Bahia. "Nesta região da Bahia, atualmente, não há falta de gás para nenhuma termelétrica. Pelo contrário, estamos dando mais gás do que o contrato nos obriga". Na outra região, no entanto, só é possível operar com a recém-inaugurada TermoFortaleza. Por isso, a TermoCeará está em conversação para ser tornada bicombustível. Ela vai poder operar tanto com gás, quando houver gás disponível, quanto com óleo diesel", disse. (31.01.2004)
O Nordeste terá de gerenciar a demanda de gás natural por pelo menos mais três anos. Isso significa que, enquanto não forem concluídos projetos da Petrobras na área de fornecimento, a Região terá de controlar o aumento da necessidade do combustível. Segundo o diretor da Área de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, apenas em 2007 se terá uma solução para o abastecimento de gás na Região Nordeste. "Ainda estão em andamento três projetos que darão a solução definitiva para o gás no Nordeste. Em 2007, os três estarão concluídos", disse Sauer. O diretor referiu-se aos investimentos previstos no Projeto Malhas, na construção do Campo de Manati (BA) e na interligação de toda a malha de gasodutos do País, que proporcionará a vinda de gás da Bolívia até o Ceará. O Projeto Malhas - orçado em US$ 1 bilhão, sendo US$ 600 milhões para o Nordeste - prevê a ampliação da rede de gasodutos desde Salvador até o Pecém (CE). Sauer estima que, após liberada a obra, o prazo de conclusão é de 13 meses. (31.01.2004)

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Fevereiro
Apontadas como a solução para dar mais segurança ao sistema elétrico brasileiro, as usinas térmicas movidas a gás natural se tornaram mais um problema a ser resolvido pelo governo. O PPT, previa a construção de 56 usinas térmicas até o fim de 2003. Hoje estão em operação apenas seis usinas que fazem parte do PPT, duas estão em construção e cinco tiveram a implantação suspensa. Mesmo que todas tivessem saído do papel, não existe gasoduto com capacidade para levar todo o gás necessário ao abastecimento das usinas. O problema veio à tona neste início de ano, quando o Nordeste ficou sob o risco de um novo racionamento. "Se precisarmos de gás no Sudeste do País, o problema será igual ao que aconteceu no Nordeste", afirma o economista Adriano Pires, diretor do CBIE. Segundo ele, o gargalo desse combustível atualmente é a falta de infra-estrutura adequada. "Não há dutos que levem esse gás natural a todas as térmicas", completa. (02.02.2004)
A ministra Dilma Rousseff, afirmou que o governo irá avaliar o problema da falta de gás para abastecer as termoelétricas do Nordeste. "Todos temos responsabilidade, não é só culpa da Petrobras. Construir térmica sem gás é tão grave quanto construir hidrelétrica sem água". Ildo Sauer, afirmou que, desde que assumiu o cargo, já era sabido que não há gás para todas as térmicas. (02.02.2004)
A Petrobras tem queimado parte do gás que compra da Bolívia, porque não há como enviar o produto para as outras regiões do País. De acordo com o contrato, a Petrobras tem a obrigação de importar 18 milhões de metros cúbicos por dia do gás boliviano, pagando em dólar pelo produto, mesmo sem consumi-lo. Efetivamente, só são gastos 13 milhões de metros cúbicos. A queima do gás do gasoduto Brasil-Bolívia por falta de infra-estrutura e de condições técnicas para usá-lo, além do pagamento dos royalties pelo gás inutilizado, representaram prejuízo de US$ 20 milhões no ano passado. Segundo o setor de comercialização da Petrobras, esse gasto representa investimentos iniciais para garantir retorno no futuro. (02.02.2004)
Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), Jayme Buarque de Hollanda utilizar o gás em grandes termelétricas é um desperdício de energia. Isso porque a eficiência das térmicas não passa de 50%, ou seja, metade do gás é dissipado em forma de calor e não é convertido em energia elétrica. "Sempre achamos que o gás devia ser capilarizado pelo País e a eletricidade gerada junto às indústrias, num sistema de cogeração", diz Buarque de Hollanda. Nesse sistema, o calor pode ser utilizado em outras partes do processo produtivo, reduzindo o desperdício. (02.02.2004)
A CGTEE está estudando comprar parte da termelétrica de Piratini, associando-se a Koblitz para a administração da usina. Representantes das duas empresas já realizaram uma reunião para estudar o negócio. A usina é capaz de gerar 10 MW. A Koblitz possui 85% da usina e se dispõem a zerar os problemas econômicos que resultaram da crise entre os sócios majoritários. Com a realização do negócio, a CGTEE poderá tocar o projeto, que ainda possibilita a construção de mais três termelétricas, em Capão do Leão, Camaquã e Dom Pedrito. O outro sócio da Koblitz no empreendimento é a CEEE, com 10% das ações. (02.02.2004)
O grupo de empresas formado pela Arcadis Logos Engenharia, Van der Wiel e Heleno & Fonseca Construtécnica está estudando a possibilidade de usar outros aterros sanitários no país para a exploração de gás bioquímico que seria usado em geração de energia. A três empresas constituíram sociedade de propósito específico, a Biogás Energia Ambiental, a fim de explorar o gás do aterro Bandeirante, em São Paulo. "As três empresas estão interessadas em explorar aterros sanitário de outras cidades como Recife e Rio de Janeiro. Ainda não temos projeto concreto, mas as possibiliades estão sendo avaliadas", explica Bertram Shayer, diretor tecnico da Biogás. Shayer conta que, no próprio aterro Bandeirante, há possibilidade de gerar energia com uma nova planta. (02.02.2004)
Em confronto aberto com o governo federal e sob a ameaça de ter o repasse de verbas federais novamente bloqueado, a governadora Rosinha Matheus ameaçou ontem negar licença ambiental a Petrobras para que use o Estado do Rio como passagem para um oleoduto destinado a São Paulo. Ela afirmou que 10 dos 19 prefeitos que terão os municípios cortados pelo oleoduto se comprometeram a não conceder licença à Petrobras. A estatal anunciou que, em troca da licença, vai liberar R$ 15 milhões às cidades. Rosinha sancionou ontem uma lei estadual que aumenta, em até 100%, o ICMS sobre a compra de equipamentos para a construção de dutos com diâmetro superior a 30 polegadas. O oleoduto terá 40 polegadas de diâmetro. (03.02.2004)
A secretária de Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis do MME, Maria das Graças Silva Foster informou que o trabalho para definição da nova política para o setor de gás natural está atrasada. "Temos mais dois meses e muito trabalho pela frente", conta. Ela contou que a ANP já concluiu o seu trabalho dentro do planejamento traçado. Foster explicou que está tendo reuniões freqüentes com distribuidoras de gás natural e produtores de energia térmica. (03.02.2004)
O Governo do Estado autorizou ontem a compra da participação da falida Enron na CEG, que abastece o município do Rio, e na CEG-Rio, que abastece o interior do Estado, pela empresa espanhola Gás Natural. Em troca, as companhias investirão R$ 117 milhões até 2005 na expansão da rede de distribuição do combustível para mais seis cidades do Estado. A contrapartida acertada entre o Estado e a empresa inclui ainda a construção de um gasoduto de Xerém a Petrópolis, para abastecer a cidade serrana. As obras devem começar em 30 dias, e exigirão investimentos de cerca de R$ 24 milhões. Os dois projetos não estão incluídos na previsão de investimentos da CEG de R$ 1,1 bilhão até 2009. (04.02.2004)
A termoelétrica TermoCeará (ou MPX), inaugurada em maio de 2003 e desligada no final de dezembro - e que permanece inativa por falta de gás natural -, poderá garantir um ganho de US$ 130 milhões no prazo de cinco anos. Os cálculos são de um técnico do governo do Ceará, que acompanhou de perto a negociação para a instalação de duas usinas térmicas naquele estado, a MPX e a Endesa Fortaleza. A construção da MPX demandou investimentos de US$ 120 milhões e foi alugada à Petrobras pelo equivalente a US$ 50 milhões por ano, no prazo de cinco anos, o que garante receita bruta superior a US$ 250 milhões no período. Ildo Sauer disse que a Petrobras está analisando alternativas para recuperar o investimento feito na térmica. "É sempre bom lembrar que o contrato foi assinado no governo anterior", observou. Uma das hipóteses é transformar a térmica em uma unidade bicombustível. (04.02.2004)
Segundo o diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer, só com o aluguel de três térmicas do tipo "merchant" (sem contrato fixo de fornecimento com distribuidoras de energia) a estatal tem de pagar US$ 330 milhões anuais, durante cinco anos, e sem nenhuma garantia de receita com as usinas de Macaé, Eletrobolt e MPX Fortaleza. Devido às peculiaridades do sistema elétrico, elas só são "despachadas" (autorizadas a funcionar) pelo ONS em momentos específicos, já que as tarifas são superiores às das usinas hidrelétricas. Além disso, como há excesso de energia elétrica, a Petrobras não tem conseguido vender a energia que poderia gerar. (04.02.2004)
O presidente da Gaspetro, Djalma Rodrigues, admitiu nesta quarta-feira, que houve falha da Petrobrás na questão do gás no Nordeste porque o planejamento não previu que as usinas iam operar com 100% de capacidade e não havia gasodutos suficientes para carregar o gás para aquela região. "Não existe falta de gás", afirmou Rodrigues, esclarecendo que "o que houve foi uma falta de estrutura para entregar o combustível". A empresa planejou que iria operar com menos de 100%, baseando-se nos números das chuvas, explicou. (04.02.2004)
Djalma Rodriguez defendeu a definição dos projetos de gasodutos como investimentos em infra-estrutura, e não como atividade comercial, conforme ocorre atualmente, para que a Petrobrás possa ter melhores condições de crédito junto ao BNDES e outros órgãos de financiamento. A iniciativa, porém, depende de mudança na legislação. Quanto à proposta de alteração da lei boliviana, que poderá introduzir um imposto de até 50% sobre a distribuição de gás, Djalma Rodrigues, afirmou que a medida não deverá alterar o preço do gás no Brasil pelo fato de o contrato com a Bolívia prever um preço já estipulado. Se houver prejuízos, eles deverão afetar os produtores bolivianos, disse o presidente da Gaspetro. (04.02.2004)
O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, entregou a minuta para o novo decreto para o modelo de contrato compartido para exploração de gás natural. No domingo, dia 1º fevereiro, ele tinha anunciado a revogação da regulamentação definida em 1997, criando uma onda de especulação no mercado. A Petrobras ainda está avaliando o impacto da anulação do decreto de 1997 que reconhecia a participação das empresas petrolíferas na exploração do gás natural boliviano. O diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, diz que há várias interpretações para a medida e que o departamento jurídico da estatal estuda o assunto. O entendimento preliminar considera que a mudança da regulamentação só afetará os novos projetos na Bolívia. (05.02.2004)
As contas de gás dos consumidores fluminenses com vencimentos a partir de 4 de março já sofrerão aumento de 4,5% por causa do reajuste da alíquota da Cofins, de 3% para 7,6%. Os preços do GNV nos postos do Estado abastecidos pela CEG e CEG-Rio também deverão subir na mesma proporção. Segundo a companhia, o reajuste se deve ao repasse do tributo. (06.02.2004)
A confirmação do potencial de gás da Bacia de Santos, com a última descoberta da Wintershall, dia 27 de janeiro, num pequeno bloco que faz divisa ao norte com o BS-400 da Petrobras e com o bloco arrematado pela italiana Agip em 2001, pode mudar a estrutura da economia e gerar perspectivas de crescimento nos próximos 10 ou 20 anos, pois comprova as reservas gigantes de gás natural - não associado ao petróleo - na Bacia de Santos. Os 50 trilhões de pés cúbicos de gás estimados para a Bacia de Santos triplicam a atual produção brasileira. O volume é igual ao das reservas da Bolívia e duas vezes o montante garantido pelo acordo do gasoduto Brasil-Bolívia. A região mais promissora da Bacia de Santos está a menos de 300 km da Grande São Paulo e da Grande Campinas, a 350 km do Grande Rio e a pouco mais de 500 km da Grande Belo Horizonte. Esse triângulo concentra 70% do PIB e quase metade dos 175 milhões de brasileiros. Nos últimos 30 anos, nenhuma grande ocorrência de petróleo ou gás esteve tão perto de um grande mercado consumidor. (09.01.2004)
Para Luís Carlos Costa Millan, diretor para o Cone Sul da British Gas, a descoberta da Bacia de Santos antecipa a auto-suficiência de combustíveis fósseis para o Brasil, mesmo que os planos da Petrobras - auto-suficiência em petróleo em 2007 - não se cumpram. A triplicação de imediato das reservas do Brasil dá mais flexibilidade ao uso do gás da Bolívia. Millan acredita que, com a maior oferta doméstica, o gás boliviano, com preço indexado ao dólar e a uma cesta de derivados internacionais (sem relação com o peso boliviano ou o real) deixará de pesar na inflação e inibir o consumo. Isso precipitará mudanças profundas na matriz energética, com peso maior do gás (hoje de apenas 4%). (09.02.2004)
Contando com a parceria do governo do Estado, a Petrobras está na pendência do parecer final do Ipaam (Intituto de Proteção Ambiental do Amazonas) para lançar o edital de chamamento das empresas que irão construir o gasoduto, uma obra orçada em R$ 1,1 bilhão. A classe empresarial do PIM (Pólo Industrial de Manaus) está na pendência de que o processo de utilização do gás natural encontrado na base petrolífera de Urucu, em Coari, seja agilizado. Do contrário, os empresários temem que o parque energético local não suporte a atual demanda e entre em colapso. (09.02.2004)
No processo de Revisão Tarifária a COMGÁS apresentou à CSPE proposta de redução para o segmento residencial. Este segmento que atualmente tem um consumo médio de 17 m3/mês e despesa de R$ 46,51 (incluído o ICMS) passaria a pagar R$ 36,78, ou seja, redução de 20,91%. A COMGÁS está propondo também alteração na cobrança da tarifa mínima, hoje vigente para os consumidores de 0 a 5m3/mês, no valor de R$ 13,88, independente do consumo efetivo. A nova tarifa mínima proposta, no valor de R$ 10,75, somente seria aplicada para consumo zero, correspondendo neste caso a desconto de 22,59%. Os descontos no segmento residencial permanecem para consumos mais elevados, ou seja, aplicados também para grande parte dos usuários que utilizam gás canalizado para cozinhar, e também para aquecimento de água. O objetivo dos descontos é acelerar a penetração do gás canalizado junto às residências, melhorando a competição com o GLP-gás de botijão. O setor industrial também tem propostas de reduções. Os grandes usuários, com consumos superiores a 2 milhões m3/mês, teriam tarifas reduzidas em cerca de 4%. (09.02.2004)
A Comissão de Serviços Públicos de Energia-CSPE, agência reguladora do Estado de São Paulo informa que o processo de revisão tarifária da COMGÁS entra na fase final. A próxima Audiência Pública a ser realizada dia 16/02/04, será uma oportunidade para que todos os agentes interessados e consumidores de gás canalizado apresentem contribuições às propostas divulgadas. A revisão ocorre a cada 5 anos e abrange valores e estrutura das tarifas. Nos próximos 5 anos, após completada a atual revisão, as tarifas passam a ser reajustadas anualmente na parcela referente à margem. A Nota Técnica CSPE-03 - cuja versão integral está disponível em www.cspe.sp.gov.br, - está propondo o valor da Margem Máxima em R$ 0,2644/m3 e o Fator X de 0,89. A Audiência Pública será realizada dia 16/02/2004, 14h, no Instituto de Engenharia. Av. Dr. Dante Pazzanese, nº 120 - Vila Mariana - São Paulo/SP. (10.02.2004)
A Comissão Executiva Interministerial que ficará encarregada pela implantação de ações direcionadas à produção e ao uso do óleo vegetal - biodiesel - como fonte alternativa de energia já está instalada. A reunião para oficializar a implantação da comissão, coordenada pela Casa Civil, aconteceu na semana passada e também definiu prioridades e cronograma dos trabalhos do grupo. A comissão coordena a implantação das recomendações constantes do relatório do grupo de trabalho, que apresentou estudos de viabilidade da utilização do biodiesel como fonte alternativa de energia. O grupo também terá função de elaborar, implementar e monitorar o programa integrado, propondo atos normativos quando necessário e analisando outras recomendações e ações, diretrizes e políticas públicas não previstas no relatório. (10.02.2004)
Ao participar de audiência pública na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, o vice-presidente da Abraget, António Rocha, defendeu que os projetos termelétricos em fase de construção entre nos leilões de energia nova em condições de igualdade e isonomia com os empreendimentos existentes. O executivo apontou a necessidade de uma emenda que altere este ponto do projeto de lei de conversão da medida provisória 144. Se a mudança não acontecer, segundo ele, pode afetar os negócios de cerca de 10 projetos termelétricos, que representam investimentos da ordem de US$ 2 bilhões. Segundo o executivo, mais de 10 turbinas a gás ou a vapor para projetos aprovados estão estocados no exterior, aguardando o processo de importação. "Estes investimentos ficarão no limbo, se a energia destas usinas tiver que competir com a energia velha amortizada", afirmou o vice-presidente da Abraget. (10.02.2004)
As reservas de petróleo e gás natural da Petrobras no Brasil e no exterior somaram 14,5 bilhões de barris de óleo equivalente, em 31 de dezembro de 2003. Esse volume representa um aumento de 19,5% em relação ao de 2002, que foi de 12,1 bilhões de barris. Pelos critérios da Society of Petroleum Engineers (SPE), as reservas provadas de óleo e condensado internacionais da Petrobras aumentaram de 319,8 milhões de barris no final de 2002 para 1,013 bilhão em 2003. Pelo mesmo critério, as reservas de gás natural evoluíram de 4,817 bilhões de pés cúbicos para 5,342 bilhões de pés cúbicos no mesmo período. Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, o crescimento das reservas permitiu que a estatal mantivesse um volume adequado de estoques, até porque a alta ocorreu em um ano de fraco consumo de combustível. O corte na produção de petróleo, decidida esta semana pela Opep, não afetará a Petrobras, segundo ele. (12.02.2004)
A produção da Petrobras permaneceu, em 2003, nos patamares de 2002. Isso ocorreu devido a interrupção de duas plataformas, a P-35 e a P-33, durante cerca de três semanas cada uma. Com isso, a Petrobras deixou de produzir 190 mil barris de petróleo por dia no período. Em fevereiro do ano passado, a produção da Petrobras atingia 1,6 milhão de barris/dia. No fim do ano, a produção caiu para 1,540 milhão de barris/dia. A mudança de cenário nacional levou a empresa a rever sua estratégia em relação aos investimentos previstos em uma nova refinaria. Estrella observou que a estagnação do consumo no ano passado adiou os planos de construção da refinaria. Em 2003, a produção da Petrobras foi de 1,791 milhão de barris de óleo equivalente/dia, um aumento de 2,23% na média geral e de 24,6% na de óleo. O volume de óleo, no entanto, ficou abaixo da meta estabelecida pela empresa, que era de 1,59 milhão de barris/dia. (12.02.2004)
O anel Meio-Norte do Gasun, que ligará o Maranhão ao Piauí, terá 1,96 mil quilômetros de extensão e custará US$ 720 milhões. O projeto está a cargo da Transportadora Meio Norte, empresa criada e incorporada pela Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), Empresa de Gás do Piauí (Gaspisa) e Termogás. A expectativa é que a Petrobrás anuncie participação na sociedade nos próximos dois meses. A TMN está providenciando o licenciamento prévio ambiental do projeto do gasoduto no Ibama e solicitará a autorização para transporte do gás à Agência Nacional de Petróleo nos próximos dias. A previsão é que o gasoduto entre em operação no final de 2006. Além do anel principal, está previsto a construções de ramais do gasoduto para atender dez municípios. O presidente da Gasmar, Carlos Eduardo Gomes, afirmou que a abertura das propostas de realização de estudos georeferenciado de mercado para implantação dos ramais está prevista para o dia 19 de fevereiro. O processo de lictação para estudo dos ramais deverá estar concluído em julho de 2004, segundo previsão da Gasmar. O orçamento para esta malha está em US$ 50 milhões. (11.02.2004)
A Siemens da Amazônia está na expectativa do gás natural de Urucu por considerá-lo um combustível ecologicamente correto, pois não agride o meio ambiente. O interesse da empresa pelo produto mais esperado dos últimos tempos é quanto a seu uso na área de energia, já que é especializada no fornecimento de tecnologia para as empresas que geram e vendem energia. Atualmente a Siemens atende mais de 300 empresas, de médio e grande portes, do PIM (Pólo Industrial de Manaus) fornecendo tecnologia. (12.02.2004)
A Manaus Energia está no aguardo do gás natural de Urucu, que vai inclusive poder operar com um produto mais barato. Atualmente trabalhando com 600 MW de energia em Manaus e capacidade instalada superior a mil MW em todo o sistema, a companhia utiliza o combustível fóssil, que será trocado pelo gás natural. Quanto a preocupação do empresariado local no tocante a demanda de energia industrial em Manaus, o assessor da diretoria técnica da Manaus Energia, Renê Formiga, garantiu que não há o que temer porque a empresa tem 1,068 mil MW de energia instalado em todo o sistema. A maior demanda utilizada no ano passado, no mês de outubro por conta da alta demanda, chegou a 682 MW, o que representa 60% da capacidade instalada. "Mesmo que haja um incremento de 5% no PIM não corre o risco de colapso", garantiu. (12.02.2004)
Os acionistas da Petrobras vão receber nesta sexta-feira antecipação de pagamento de dividendos, sob a forma de juros sobre o capital próprio. O valor é de R$ 3 por ação ordinária e preferencial, mais a atualização pela taxa Selic, no período de 31 de dezembro último a 13 de fevereiro. A decisão de antecipar dividendos, sob a forma de juros sobre o capital próprio, foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras, no dia 13 de novembro, quando foram divulgados os resultados financeiros da companhia, referentes ao terceiro trimestre de 2003. A remuneração a ser paga será deduzida dos dividendos totais, cujo valor é proposto pelo Conselho de Administração à Assembléia Geral Ordinária (AGO) que delibera sobre a destinação do resultado do exercício de 2003. A AGO relativa ao exercício de 2003 está marcada para o dia 29 de março próximo. (13.02.2004)
Lula pretende ajudar a Bolívia a exportar gás pelo gasoduto brasileiro. Ele informou que a ministra Dilma , esteve em La Paz, tratando da construção de um pólo gás-químico entre Porto Soares e Corumbá, no valor de US$ 2,7 bilhões. Essa obra seria parte do projeto de integração latino-americana através da infra-estrutura e está sendo discutida como alternativa à saída pelo Pacífico, inviabilizada por causa de desentendimentos entre a Venezuela, Peru e Chile. Lula está empenhado, também, na criação de um banco de desenvolvimento na América Latina, através de participações do BNDES, do Fonplata e do Comitê Andino de Fomento. (13.02.2004)
A BR distribuidora está decidida a participar da co-geração de energia por meio da cana-de-açucar. Dezenove usinas dos estados de São Pulo, Goiás e Mato Grosso já assinaram com a BR um protocolo de inteções para que possam gerar um excedente de 350 MW de energia para ser comercializado, depois do estudo de viabilidade ora em curso. Implantando uma nova filosofia para se transformar em uma empresa de soluções energéticas, a idéia que a BR vem alinhavando é criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para cuidar da área de co-geração. Essa SPE teria participação acionária das usinas, da própria BR, e de um investidor. Esse mesmo modelo vem sendo discutido com indústrias para a co-geração de energia, através do gás. "Já temos cerca de 60 protocolos assinados nesse sentido, só para a área de gás. Definidas as regras para o setor elétrico, inclusive para o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), creio que a utilização do gás e do bagaço tendem a ganhar musculatura dentro da nossa matriz energética", diz Marco Antonio Vaz Capute, diretor de Mercado Consumidor da BR Distribuidora. (16.02.2004)
A Petrobras conseguiu um resultado histórico em seu exercício financeiro de 2003, apresentando um lucro líquido de R$ 17,79 bilhões no período, o equivalente a um crescimento de 120% em relação a 2002. O desempenho da empresa foi puxado, principalmente, pelo aumento do preço médio do barril de petróleo no exterior, por ganhos cambiais e pela expansão da produção. Este foi, de acordo com a consultoria Economática, o maior lucro já registrado por uma empresa de capital aberto no Brasil desde 1986. A receita operacional líquida da petrolífera bateu R$ 95,7 bilhões no ano passado, superando em 38% o volume de 2002. Os lucros bruto e operacional de 2003 foram, respectivamente, de R$ 42,8 bilhões e R$ 27,5 bilhões, e o Ebitda, de R$ R$ 32,61 milhões. Em relação à geração de caixa, o lucro líquido permitiu que a petrolífera atingisse o nível de R$ 25 bilhões. A contribuição da empresa ao País totalizou R$ 89 bilhões, com R$ 52 bilhões em gastos governamentais. (16.02.2004)
O recorde histórico da Petrobras ocorreu mesmo diante da queda de 6% nas vendas de derivados no mercado interno e do provisionamento de R$ 1,47 bilhão para as termelétricas. Soma-se a isto o prejuízo de R$ 293 milhões amargado no Equador em um contrato de transporte de óleo pesado do tipo "ship or pay" (embarque ou pague). Entre os fatores que mais colaboraram para o bom resultado alcançado pela empresa está o nível de preço do petróleo no mercado internacional, que teve um aumento médio de 16% no barril do tipo Brent (US$ 28,4) em relação a 2002, e o aumento global de 12% na produção de petróleo e gás natural da companhia. A área internacional da empresa também colaborou para a formação do lucro, com participação de R$ 618 milhões por conta da incorporação da argentina Perez Companc, atual Petrobras Energía. A produção de petróleo e LGN da empresa cresceu 11% em 2003, enquanto a de gás natural teve expansão de 22%, principalmente pelas atuações na Bolívia e na Argentina. (16.02.2004)
A Petrobras manteve o posto de maior exportadora do Brasil, com um volume total de US$ 4,5 bilhões. Pela primeira vez, a Petrobras registrou superávit comercial em líquidos (excluindo-se gás) - de US$ 103 milhões - em suas contas externas. O resultado positivo foi possível graças à queda de 51% nas importações de derivados e de 2% nas de óleo bruto. Já as exportações tiveram um aumento de 1%, e as vendas no mercado externo (basicamente por conta da incorporação da Perez Companc), crescimento de 27%. "Isto não quer dizer, contudo, que já estamos na auto-suficiência", comentou o diretor de finanças e de relações com investidores da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. (16.02.2004)
Os investimentos da estatal no ano passado somaram R$ 18,6 bilhões (2% a menos que em 2002), sendo a maior parte deste montante destinado às áreas de exploração e produção (R$ 8,8 bilhões) e nas atividades internacionais (R$ 2 bilhões). Se levado em consideração, no entanto, o aporte feito pelas Sociedades de Propósitos Específicos (SPEs) e desconsiderando-se os R$ 4,4 bilhões para a compra da Perez Companc, em 2002, chega-se ao montante real de R$ 21,1 bilhões, valor 19% maior que o de 2002. "Tivemos redução nos investimentos previstos no início do ano passado por conta da desvalorização cambial. O orçamento do ano foi feito com um câmbio de R$ 3,43, mas 2003 fechou com taxa média de R$ 3,07", disse Gabrielli. (16.02.2004)
No orçamento enviado ao Congresso, a Petrobras prevê investimentos de R$ 28 bilhões para este ano. Gabrielli ressalta, no entanto, que este volume foi calculado em agosto de 2003, com taxa de câmbio de R$ 3,35 por dólar. Se houver apreciação do real, portanto, o montante poderá ficar novamente abaixo do planejado. (16.02.2004)
A Petrobras e a White Martins anunciam a criação de uma joint-venture para operar na área de gás. Um dos objetivos da nova empresa é o de comercializar o gás natural comprimido (GNC), usando a tecnologia da White Martins de compressão do gás em cilindros, transportado em caminhões específicos para o produto. O processo, batizado de "gasoduto virtual", tem como principal vantagem sua capilaridade, uma vez que chega aos consumidores por rodovias, abastecendo regiões ainda não alcançadas pelos gasodutos. Além de atingir regiões até então inacessíveis, a nova empresa poderá comercializar o gás em áreas de concessão de outras empresas. O objetivo da Petrobras na área de gás natural é o de atuar em todos os elos da cadeia produtiva - tanto no Brasil quanto nos países do Cone Sul. (16.02.2004)
Segundo um estudo feito pela diretoria de gás e energia da Petrobras, entre as principais vantagens do gasoduto virtual estão a capacidade de antecipar a criação de mercados em locais sem infra-estrutura de transporte ou distribuição, a antecipação de receitas com a venda de gás natural e a redução do risco do mercado nos projetos de ampliação da malha de transporte ou distribuição. Além disso, há também a redução da importação de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e da diversificação da matriz energética. (16.02.2004)
A Petrobras negou, no dia 13 de fevereiro, que esteja negociando a compra dos ativos da companhia de petróleo italiana ENI no Brasil. "A Petrobras está, como sempre, analisando todas as oportunidades de negócio, inclusive na área de gás liquefeito. Estamos olhando o mercado, tendo conversas e fazendo avaliações, mas não há no momento nenhuma negociação em curso", disse o diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, José Sérgio Gabrielli. Na sexta-feira, foi publicada a informação de que a ENI estaria acertando os últimos detalhes da venda da maior parte de seus ativos no Brasil à Petrobras, em uma operação que poderia antecipar sua saída deste mercado, onde fez fortes investimentos nos últimos anos. A operação, segundo informações do jornal italiano "Il Sole", que cita fontes do setor petrolífero no Brasil, poderia superar os US$ 200 milhões. (16.02.2004)
A construção do trecho meio-norte do Gasoduto da Unificação (Gasun), que liga o Maranhão ao Piauí, está prevista para ser iniciada em 2005. Neste ano, serão concluídas etapas de caráter institucional do projeto, que visa interligar os dois estados ao Ceará por meio de um gasoduto com 1.965 quilômetros de extensão. O trecho está avaliado em US$ 720 milhões. A implantação do trecho meio-norte vai ser comandada pela Transportadora Meio Norte (TMN), empresa constituída pela Gasmar, Companhia de gás do Piauí (Gaspisa) e Termogás. No momento, está em negociação a participação da Petrobras na empresa, o que deve ser definido nos próximos dois meses. A TMN já deu entrada no pedido de licença prévia ambiental do gasoduto no Ibama. O próximo passo é a solicitação formal à ANP da autorização para o transporte do gás natural, com base no projeto conceitual do gasoduto. No próximo dia 19, a Gasmar iniciará a licitação para a realização dos estudos das malhas derivativas do gasoduto que deverá englobar 10 municípios maranhenses. O Gasun possui 5,1 mil km de extensão e vai exigir investimentos estimados em US$ 2,48 bilhões na implantação total. (16.02.2004)
A instalação do Gasun vai contar com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), mantida pelas concessionárias de energia elétrica do País. Os recursos da CDE, dos quais R$ 225 milhões já estão assegurados para este ano, são destinados ao desenvolvimento de fontes de energia alternativas. A TMN está negociando a antecipação dos recursos via BNDES para que sejam iniciadas as obras. O gás natural visa atender, de início, a demanda dos setores industrial e automotivo no Maranhão e no Piauí. A previsão é que o gasoduto entre em operação no final de 2006. De acordo com as perspectivas de mercado da Gasmar, em São Luís existe demanda de gás natural por parte de empresas como Alumar (Consórcio de Alumínio do Maranhão), Ambev e Companha Vale do Rio Doce (CVRD). (16.02.2004)
A ministra Dilma Rousseff, recentemente afirmou que um leilão para a implementação de uma termelétrica a carvão será aberto até 2005. Como, segundo dados da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, o Rio Grande do Sul detém 89,25% das reservas do mineral, enquanto Santa Catarina tem uma participação de 10,41%, é possível que os estados concorram entre si para sediar o empreendimento."O novo modelo do setor elétrico prevê a competição entre fontes iguais sendo o diferencial a menor tarifa para o consumidor. Neste ponto poderá haver uma disputa, mas a expectativa é de que os projetos possam ser desenvolvidos em paralelo", diz o secretário de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres. (16.02.2004)
A área de gás e energia da Petrobras registrou investimentos de R$ 1,1 bilhão em 2003. As descobertas de reservas de gás natural e condensado foram destaques no balanço da estatal. A empresa destacou o fato de o gás recém-descoberto ter maior valor econômico. A Petrobras destacou ainda a localização destas reservas, localizadas fora da Bacia de Campos, o que possibilita o surgimento de novos pólos de produção. Os investimentos totais da estatal chegaram a R$ 18,6 bilhões, uma redução de 2% em relação ao ano anterior. (16.02.2004)
A administração da Petrobras encaminhará proposta à Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada em março, para aumentar o capital social de R$ 19,86 bilhões para R$ 32,89 bilhões. O aumento seria feito mediante a capitalização de reserva de lucros de exercícios anteriores, sem a emissão de novas ações. Segundo a estatal, o objetivo é compatibilizar o capital da empresa aos níveis de investimentos de uma indústria de petróleo. (16.02.2004)
A geração termelétrica diminuiu o lucro da Petrobras em R$ 2,624 bilhão em 2003. No exercício de 2002, o impacto havia ficado em R$ 1,55 bilhão. O prejuízo no ano passado engloba as perdas e contingências contratuais com negócios de energia (R$ 2,123 bilhões), ajuste a valor de mercado de turbinas para termelétricas (R$ 330 milhões) e provisão para a exposição financeira de termelétricas - ship or pay (R$ 171 milhões). Segundo o diretor Financeiro e de Relação com Investidores, José Sérgio Gabrielli, o lucro líquido da estatal teria chegado a R$ 20,65 bilhões sem o impacto dos itens extraordinários, que inclui ainda liquidações de hedge, provisionamento do INSS, entre outras questões. O lucro ficou em 17,79 bilhões. (17.02.2004)
A Koblitz e o grupo pernambucano Petribu fecharam, recentemente, acordo para a instalação de uma central térmica em São Paulo. O contrato, no valor de R$ 5 milhões, prevê o fornecimento do projeto, painéis elétrico, sistema de automação e a montagem eletromecânica de toda a usina. A usina Petribu Paulista, de 10 MW, está prevista para iniciar operação em maio deste ano. Outro projeto firmado entre as duas empresas é a ampliação da térmica Petribu, em Pernambuco. O contrato está orçado em R$ 6 milhões e prevê a ampliação da potência instalada de 25 MW para 47 MW. (17.02.2004)
A Petrobras terá meta menor do que a de 2003 no resultado primário acertado com o FMI para este ano. O valor da estatal petrolífera caiu de R$ 8,5 bilhões em 2003 para R$ 6,5 bilhões neste ano. Além do alívio nas metas, a Petrobras poderá utilizar neste ano mecanismo acertado com o FMI em 2002 que lhe permite investir mais sem afetar o resultado fiscal. No cálculo do resultado primário, os investimentos são contados como despesas comuns. Pelo atual acordo com o Fundo, a empresa tem programados investimentos de R$ 13,5 bilhões para 2004. O mecanismo diz que, caso esse teto seja ultrapassado, o "excesso" não será contado como despesa no cálculo do resultado. A programação de gastos das estatais divulgada ontem no "Diário Oficial" da União diz que a Petrobras poderá realizar investimentos de R$ 14,6 bilhões. Se o mecanismo for utilizado neste ano, será a primeira vez. (18.02.2004)
O desenvolvimento da tecnologia para a liquefação de gás natural, cujo primeiro passo foi dado nesta semana com a parceria com a White Martins, abre caminho para que a Petrobras exporte o produto e aproveite as reservas gigantes encontradas na Bacia de Santos. E reforça a estratégia da petroleira de adiar a construção de uma refinaria, até então vista como necessária para atender à demanda de derivados em 2007 ou 2008. "A parceria foi firmada para comercialização no Brasil, mas pode ser usada, sim, para isso (exportar), dependendo de como vai ser o desenvolvimento dessa troca tecnológica", afirmou o diretor financeiro da petroleira, José Sérgio Gabrielli, ao ser indagado sobre a possibilidade de exportação das reservas de 419 bilhões de m³ do insumo somente na Bacia de Santos. (18.02.2004)
A substituição de óleo diesel e gasolina por gás natural, aliada à contração da demanda de combustíveis, poderá postergar a necessidade da nova refinaria. Os planos de massificação de gás, com previsão de aumento do uso de GNV por ônibus e automóveis e da troca do diesel na indústria, está levando a Petrobras a redefinir toda a estratégia de abastecimento para os próximos anos. "Não somente a contração do mercado de combustíveis como também a substituição de gasolina e diesel faz com que nossa análise, que previa necessidade de refinaria em 2007, possa ser alongada", admitiu José Sérgio Gabrielli. (18.02.2004)
A Petrobrás destaca que o aumento do consumo de gás natural reduzirá a importação de GLP, mais poluente, além de permitir a economia de combustíveis mais caros, tal como o óleo diesel. Ao aumentar sua participação na cadeia de distribuição de gás natural, a estatal tem como objetivo aumentar o mercado e apoiar as distribuidoras, mas nega que queira competir com elas. "Não se trata de competição com as distribuidoras, mas benefício", diz o diretor de gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer. Segundo ele, quando o mercado estiver maduro, as distribuidoras poderão aumentar sua rede de gasodutos, sem precisar depender tanto da infra-estrutura que está sendo montada pela estatal. O projeto, batizado de Gasoduto Virtual, tem sido a maneira encontrada pela estatal de escoar o crescente volume de gás que tem importado da Bolívia e produzido no País. (18.02.2004)
A Comgás registrou um aumento de 56,6% na receita bruta em 2003 em relação ao ano anterior, mas teve queda de 4% no lucro líquido no mesmo período. De acordo com informações preliminares enviadas ontem pela empresa à Bovespa, o faturamento da companhia no ano passado ficou em R$ 2,326 bilhões, sendo que R$ 2,322 são referentes à venda de gás. O lucro da empresa em 2003 foi de R$ 103 milhões. A Comgás deve divulgar o balanço do ano passado no próximo dia 23 e enviou os dados preliminares à Bovespa devido à divulgação dos resultados do BG Group, controlador da empresa. O Ebitda da Comgás no ano passado atingiu R$ 330 milhões, uma queda de 5% em relação a 2002. O lucro líquido, que em 2002 foi de R$ 108 milhões, diminuiu 4% no ano passado. O volume de gás natural distribuído pela empresa em 2003 foi de 3,418 bilhões de metros cúbicos, o que representa um crescimento de 15,8% em relação ao mercado em 2002. (18.02.2004)
Segundo informações da Comissão de Serviços Públicos de Energia do Estado de São Paulo (CSPE), o mercado paulista de gás encanado cresceu 153,8% entre julho de 1999, período da privatização do setor, e novembro de 2002. A Comgás é responsável pelo fornecimento de gás natural para a região de São Paulo compreendida entre a divisa com os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e os municípios de Brotas e Peruíbe. (18.02.2004)
A Petrobras confirmou oficialmente o interesse pela Agip Liquigás, segunda maior distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha) do país. Em nota enviada à Bovespa na noite de terça-feira, a empresa admitiu que "vem mantendo conversações com Eni SpA (controladora da empresa Agip do Brasil SA), à procura de novas oportunidades de negócio nos setores onde ambas empresas atuam". A compra da Agip pela Petrobras é considerada certa no mercado de GLP, que estuda quais serão as conseqüências do negócio. Se confirmada, a operação vai criar a única empresa totalmente verticalizada no segmento, operando da produção à revenda do gás de cozinha. Atualmente, todas as distribuidoras que atuam no Brasil compram o produto da estatal. (19.02.2004)
A diretoria da Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) anunciou ontem que irá conceder desconto adicional de até 8% para os usuários de gás natural. Cálculos feitos pela companhia prevêem que o insumo poderá ter uma redução em seu custo final maior, uma vez que atualmente já está sendo proporcionado desconto de até 5% aos clientes do segmento industrial. Para o presidente da SCGás, Otair Becker, ao agir dessa maneira, a companhia "está premiando os clientes inseridos no Plano de Fidelidade, ou seja, pagamentos em dia, uso de gás natural com exclusividade e demanda otimizada". Becker disse que a decisão tem efeito retroativo a 1º de fevereiro, estendendo-se até 31 de julho deste ano, podendo ainda ser ampliada. (19.02.2004)
A tecnologia de fusão nuclear, processo que nos próximos 15 anos promete se tornar uma fonte inesgotável de energia com baixo impacto ambiental, foi incluída no orçamento do Plano Plurianual (PPA) do governo federal até 2007. Agora, os grupos brasileiros de pesquisa em física de plasmas termonucleares querem acelerar a criação de um Plano Nacional de Energia por Fusão e, além disso, viabilizar a instalação do Laboratório Nacional de Plasma. O programa, segundo o chefe do Laboratório de Plasma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Edson Del Bosco, tem o objetivo estratégico de capacitar o país para o desenvolvimento e futuro domínio da tecnologia de geração de energia por fusão termonuclear controlada. A fusão nuclear, ao contrário do processo de fissão, empregado nas usinas nucleares atuais, não utiliza o urânio enriquecido como combustível. (19.02.2004)
Dilma Rousseff, adiou para a primeira quinzena de abril a reunião que teria com os governadores do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT e de Goiás, Marconi Perillo, prevista para a última quarta-feira, 18 de fevereiro, em Brasília. Durante a audiência, seria discutido o traçado do gasoduto que vai derivar de Mato Grosso do Sul, passar por Goiás e chegar ao Distrito Federal. Segundo o governo do MS, o comunicado foi feito pela própria ministra ao governador Zeca do PT. Ainda de acordo com o governo do MS, o adiamento da reunião aconteceu em função do encaminhamento das Medidas Provisórias no Congresso, que está mobilizando todos os setores do governo federal envolvidos com a política energética. (19.02.2004)
O processo de revisão tarifária da COMGÁS entra agora na sua fase final. A CSPE, agência reguladora do Estado de SP, divulgou informações sobre as próximas audiências públicas. Foi realizada uma audiência pública no dia 16.02.2004, e os agentes interessados e consumidores de gás canalizado apresentaram contribuições às propostas divulgadas. A revisão ocorre a cada 5 anos e abrange valores e estrutura das tarifas. Os resultados da audiência pública serão analisados pela CSPE, que deverá propor na SEGUNDA ETAPA do processo, em 10/03/04, revisão das propostas que serão submetidas à audiência pública em 23/03/04. A decisão final do processo será publicada pela CSPE em 13/04/04, com vigência das novas tarifas a partir de 31/05/04. (20.02.2004)
A Petrobras deve enviar em breve uma missão ao Timor Leste para efetuar estudos de exploração e prospeção de petróleo. A informação foi dada ontem em Brasília pelo ministro timorense das Relações Exteriores, José Ramos Horta. "Falamos com o presidente da Petrobras (José Eduardo Dutra), que manifestou interesse em enviar uma missão de estudo a Timor Leste. O convite foi feito por mim", declarou Ramos Horta. "Numa região do mar de Timor há uma reserva estimada em US$ 25 bilhões e a vida útil desta reserva é estimada em aproximadamente 25 anos. Há outras três reservas que são exploradas por australianos e que já renderam US$ 3 bilhões à Austrália", afirmou. (20.02.2004)
A AmBev vai utilizar biogás como fonte de energia na sua fábrica de Jaguariúna, em São Paulo. A medida reduz em 7% o uso de gás natural não-renovável e diminui a emissão de gás carbônico. Mais fábricas da empresa terão biogás em 2004. (20.02.2004)
Minas Gerais traçou um plano de meta para se tornar auto-suficiente na produção de açúcar e álcool até 2007. Nos próximos três anos, a partir deste, o Estado deverá receber investimentos de US$ 210 milhões na construção de sete novas usinas sucroalcooleiras. Desse total, cerca de US$ 90 milhões já estão confirmados com a expansão de grupos sucroalcooleiros nordestinos no Estado. Segundo Eduardo Lery Vieira, subsecretário da Indústria, Comércio e Serviços da Secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas, os incentivos concedidos pelo governo resumem-se ao recolhimento de um percentual de 30% a 60% menor de ICMS, conforme os projetos apresentados pelas indústrias que pretendem investir no Estado, além da concessão de maior prazo de carência e amortização. "As empresas utilizam os recursos deduzidos como capital de giro para o novo negócio". (20.02.2004)
As usinas do Nordeste do país estão preocupadas com a ameaça de boicote por parte das distribuidoras de combustíveis que atuam na região. "As companhias ameaçam trazer álcool do Centro-Sul para forçar a queda dos preços praticados no Nordeste", afirmou Renato Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar). As distribuidoras confirmaram que poderão transportar álcool do Centro-Sul para os Estados nordestinos com o objetivo de baratear seus custos. Nos Estados de Alagoas e Pernambuco, dois principais produtores de cana-de-açúcar do Nordeste, o litro do anidro está cotado em torno de R$ 0,72. Em São Paulo, o litro estava cotado a R$ 0,42, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo Cunha, as distribuidoras estão pressionando as usinas para que os preços caiam para R$ 0,63. Com a safra de cana de setembro a abril, a região vai produzir neste ciclo (2003/04) em torno de 1,5 bilhão de litros de álcool, praticamente o mesmo volume da safra anterior. Com a topografia acidentada, os custos de produção da região são mais altos que os do Centro-Sul. (20.02.2004)

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Março
Um acordo fechado com a subsidiária da Petrobras na Bolívia permitirá à Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGás) comprar gás natural até 58,3% mais barato do que o valor pago hoje pelas demais distribuidoras para a estatal pelo combustível. Serão dois milhões de metros cúbicos, mesmo volume do mercado da MSGás no Estado atualmente, que serão destinados à construção da TermoPantanal, projeto do Grupo MPX. O preço menor se deve primeiramente ao contrato de fornecimento, que será do tipo com interrupções (sem a cláusula que garante o pagamento mesmo sem consumo). A assinatura do contrato será celebrada no dia 11 de março. (02.03.2004)
Depois da descoberta de óleo na perfuração do poço Massapé n 22, (MP-22) localizado no Campo de Massapé, a 58 quilômetros de Salvador, a Petrobras anuncia investimentos de US$ 178 milhões na exploração e desenvolvimento da produção, combinada e em separado, de óleo e gás natural, em dez bacias marítimas no sul da Bahia e dois campos terrestres no recôncavo baiano. Responsáveis pela descoberta do novo poço e pelos estudos de prospecção que determinaram os investimentos nos campos marítimos, os geólogos Julius Heinerici e Edson Menezes estão otimistas com a perspectiva de encontrar gás e óleo nas perfurações futuras. Menezes esclarece que, quando uma nova perfuração é feita em um campo maduro, a expectativa de encontrar óleo sobe para 40%. (03.03.2004)
O Brasil tem um potencial estimado em 13,5 mil MW em projetos de geração com biomassa, segundo o Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa). O coordenador de projetos, Carlos Eduardo Machado Paletta, explica que o montante pode variar de acordo com a safra. O coordenador destaca a importância dos empreendimentos com biomassa para levar energia elétrica para comunidades isoladas. Paletta conta que o custo dessa geração pode ser atraente, já que gasta-se quase duas vezes o consumo de diesel de uma planta térmica para levar o combustível ao local. "Estamos avaliando o desempenho ambiental e financeiro dos empreendimentos, mas a energia mais cara é a que não existe", cita. (03.03.2004)
A FGV Energia (Fundação Getúlio Vargas) preparou uma análise de sensibilidade do cálculo do valor econômico para biomassa da cana-de-açúcar. Levando em consideração o período médio de safra calculado pela entidade de 182 dias, a FGV Energia chegou a um VE de R$ 116 para esta fonte. O estudo anterior definia uma remuneração de R$ 92,58 pelo MWh baseado no período de safra de 210 dias divulgado pelo MME no ano passado. Outros pontos incluídos no trabalho, encomendado pela APMPE (Associação Brasileira de Pequenos e Médios Produtores de Energia), foram o aumento da Cofins para 7,6%, PPA de 20 anos, isenção de ICMS e atualização do IGP-M. O responsável pela área de cogeração da entidade, Onório Kitayama, explicou que a duração da safra é afetada por diversos fatores, como crescimento da produção e capacidade instalada da planta de açúcar e álcool. "O MME deveria levar em conta uma média nacional próxima de 180 dias", disse. (03.03.2004)
A Petrobras informou que está discutindo com a estatal chinesa de petróleo Sinopec um acordo de cooperação nas áreas de refino, petroquímica, exploração e produção de petróleo e comercialização de óleo e gás. Encerradas as discussões, um acordo será assinado em maio, durante a visita do presidente Lula àquele país.A estatal explicou que as discussões, que estão sendo conduzidas pela área internacional, poderão resultar na entrada da Petrobras na China e da Sinopec no Brasil. A China produz 3,3 milhões de barris de petróleo/dia e tem reservas de 25 bilhões de barris de óleo equivalente (boe, que inclui petróleo, gás e LGN). Já a Petrobras produziu em média 2,068 milhões de boe/dia em 2003, dos quais 1,680 bilhões de boe no Brasil, contabilizando reservas de 14,5 bilhões de boe no Brasil e exterior pelo critério da Society of Petroleum Engineers. (04.03.2004)
Com relação ao Irã, onde a Petrobras ganhou licitação para explorar petróleo em um bloco "offshore" no Golfo Pérsico, o diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, disse que a área técnica está "ultimando os detalhes" para assinar o contrato com a National Iranian Oil Company. No ano passado, a Petrobras venceu duas licitações para explorar dois blocos de gás natural no México. (04.03.2004)
As negociações entre os governos do Brasil e da Bolívia sobre o preço do gás natural boliviano devem permitir uma redução de 25% a 30% no valor cobrado atualmente. Hoje, o preço do gás natural proveniente do gasoduto Brasil-Bolívia está em US$ 3,36 por milhão de BTU. Segundo Egon Krakhecke, vice-governador do estado do Mato Grosso do Sul, o governo boliviano já dá sinais de que o preço pode ser baixado, porém, exige como contrapartida garantias de aumento no consumo de gás natural no país. Além disso, ele diz que as descobertas de reservas de gás natural na bacia de Santos (SP) contribuíram para que o preço do gás boliviano pudesse ser reduzido. "Essa descoberta coloca o país em posição privilegiada no ranking de países que possuem reservas de gás natural na Améria Latina", compara. (04.03.2004)
A companhia de gás do Mato Grosso do Sul vai assinar com a Petrobras Bolívia um contrato de compra de até 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural para a termelétrica Corumbá (180 MW). O preço negociado no contrato já é diferenciado, com valor de US$ 1,50. O acordo prevê ainda a construção de um ramal no gasoduto Brasil-Bolívia, que levará o gás até a TermoPantanal. Sem informar os investimentos previstos para a obra, o vice-governador do MS, Egon Krakhecke, conta que o ramal terá 34 quilômetros de extensão. Segundo ele, a implantação da térmica Corumbá vai permitir que a oferta no estado seja equivalente à demanda de energia elétrica atual. (04.03.2004)
O diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, disse que o aumento da adição de álcool anidro à gasolina de 26% para 30% não é mais um pleito importante para o setor sucroalcooleiro. Segundo ele, o que o setor está solicitando é um aumento dos recursos para financiar estoques. Bressan explicou que além dos R$ 500 milhões que estão disponíveis para este ano, estuda-se a possibilidade de que os pagamentos feitos pelas usinas do financiamento de R$ 500 milhões concedido no ano passado, sejam reconvertidos em novos empréstimos para o setor, o que dobraria o volume de recursos disponível. Para o diretor, esta seria uma forma mais fácil de atender as usinas que o aumento da mistura do álcool à gasolina. (05.03.2004)
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, assina, no dia 18 de março, a ordem de serviço para início das obras do Gasoduto de Campina Grande. Segundo Cássio, o Governo já realizou a licitação da tubulação e a empresa que vai executar a obra também já foi contratada. O governador Cássio Cunha Lima reuniu-se com as diretorias da Gaspetro, do BNDES, da ANP e com a Gaspart, única empresa privada sócia da PBGás. Ele negociou a instalação de 132 km de tubulação para o gasoduto em Campina Grande. Na Gaspetro, Cássio Cunha Lima, em companhia do presidente da PBGás, Franklin Araújo Neto, tratou dos detalhes de suporte que a Petrobras dará ao processo de instalação de 132 quilômetros de tubulação de gás para Campina Grande. (05.03.2004)
A diretoria da Petrobras aprovou no mês passado a assinatura de um contrato entre a Petrobras Bolívia (PEB) e a MS Gás, distribuidora do Mato Grosso do Sul, que prevê a venda de aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos de gás por US$ 1,40 para a MS Gás. A distribuidora repassará o insumo para a MPX a US$ 1,50, com margem de US$ 0,10. O contrato entre a PEB, subsidiária integral da Petrobras, e a MS Gás (da qual a Gaspetro tem 49%) é válido por 20 anos. Com o gás vendido mais barato do que em outras regiões do país, o Mato Grosso do Sul ganhará uma nova termoelétrica, a TermoPantanal. (05.03.2004)
O gás de US$ 1,40 ao invés dos US$ 2,70 cobrados de outras térmicas do PPT é explicado pela MPX e a própria Petrobras. Segundo as empresas, o preço mais alto em outros Estados inclui a tarifa de transporte cobrada pela TBG (que controla o trecho brasileiro do gasoduto Bolívia Brasil), por onde o gás não passará para chegar até o Mato Grosso do Sul. A previsão do vice-presidente da MPX e sócio de Eike Batista, Flavio Godinho, é de que a primeira fase da térmica, com previsão de gerar inicialmente 43 MW, será concluída no final deste ano a partir da instalações de turbinas LM 6000, da GE. Ele explica que somente dentro de 15 dias saberá qual o investimento necessário para dar início ao projeto, que inclui a construção de um ramal de 34 quilômetros, orçado em R$ 19,5 milhões, saindo do gasoduto da GTB na fronteira e de lá até a TermoPantanal, além de estudos ambientais e de engenharia. (05.03.2004)
A Petrobras captou no ano passado US$ 5,426 bilhões no mercado externo e continua líder absoluta entre as empresas brasileiras no ranking de captações. Na avaliação do diretor financeiro e de relações com o mercado da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a percepção do mercado de capitais a respeito da Petrobras tem melhorado, apesar do que considera uma "perturbação" no final de 2003. O executivo espera uma melhora da percepção no primeiro trimestre deste ano e prevê que até o final do primeiro semestre a situação "não piora, ficando igual ou melhor". "Quanto ao segundo semestre de 2004, dependendo do que aconteça com a economia dos Estados Unidos, com o grau de disputa da eleição americana e das respostas que o Fed dê a potenciais pressões inflacionárias, isso pode ser alterado. E, mesmo que haja uma elevação da taxa de juros do tesouro americano, não será nada dramático", diz Gabrielli. (08.03.2004)
A Petrobras tem vários fundos exclusivos onde aplica dinheiro no Brasil, sem contar as aplicações no mercado internacional, que dividem a aplicação do caixa da empresa, de R$ 24,9 bilhões. Com todo esse dinheiro, Gabrielli explica que, "em tese", a Petrobras não precisará de empréstimos em 2004 para fazer frente aos investimentos previstos."Poderíamos financiar todo nosso investimento com a geração operacional de caixa, considerando os preços internacionais e os preços domésticos. No entanto, havendo possibilidade de alongar e baixar o custo da nossa dívida, trocar dívida mais cara por mais barata é uma política saudável no longo prazo", pondera o executivo.Com um caixa dessa magnitude, a companhia tem condições de exigir maior competitividade entre os bancos que administram seus recursos. De acordo com Gabrielli, a empresa estatal pretende começar a fazer um ranking, mostrando a rentabilidade dos fundos exclusivos que ela mantém no Brasil, geridos por 13 instituições financeiras que aplicam basicamente em títulos públicos e cujos nomes a Petrobras não revela. A intenção é incentivar uma maior competição entre elas e assim aumentar a rentabilidade. (08.03.2004)
Para emissões futuras e abertura de novos mercados, Gabrielli explica que a Petrobras pretende "prospectar um pouco mais" o mercado brasileiro, lembrando que no ano passado não fez nenhuma operação aqui. "Por isso estamos olhando a situação da taxa de juros. Sabemos que, dado o tamanho da Petrobras, o mercado brasileiro vai ser importantíssimo para diminuir a vulnerabilidade da nossa dívida em dólar. Porém, o mercado brasileiro no momento é pequeno para ser a principal fonte de captações", explica o diretor. (08.03.2004)
A Petrobras garantiu que o campo de gás natural da Baía de Camamu, na Bahia, iniciará a operação até outubro de 2005. A estatal está investindo US$ 280 milhões no chamado Projeto Manati, que permitirá uma oferta adicional de 6 milhões de metros cúbicos por dia. O diretor financeiro da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o gerente-geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da empresa na Bahia, Antonio José Rivas, estiveram reunidos com o governador Paulo Souto no dia 2 de março, para assegurar o cumprimento do prazo. A Bahia está passando por uma crise no abastecimento do gás natural. A oferta de 6,5 milhões de metros cúbicos por dia corresponde à metade da demanda do estado. Segundo o governo, a entrada do campo de Camamu supriria as necessidades das empresas. Atualmente, a Bahiagás fornece 5,3 milhões de metros cúbicos e importa 1,1 milhão de metros cúbicos por dia do Sergipe. (05.03.2004)
A Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira, que acontece de 9 e 11 de março, em São Paulo, espera movimentar R$ 400 milhões em negócios. São esperados 15 mil pessoas, que visitarão 123 expositores. Entre as presenças confirmadas estão os ministros Dilma Rousseff e Luiz Fernando Furlan. A feira contará com seminários para discussões de temas relacionados ao mercado interno e externo de açúcar e álcool. O papel do gás na matriz energética brasileira também será tema de debate na feira. (05.03.2004)
A Comgás vai fazer neste ano a maior expansão da sua rede de distribuição de gás natural desde sua privatização, em 1999. A empresa prevê a construção de 400 km de rede nos 45 municípios onde já atua e também em sete cidades para onde vai ampliar o fornecimento. No ano passado a expansão da Comgás foi de 300 quilômetros de rede. Antes da privatização, a Comgás estava presente em 17 municípios e possuía uma rede com 2,4 mil quilômetros. Atualmente a rede de distribuição é de 3,5 mil quilômetros. Os investimentos em expansão entre 2004 e 2008 serão de R$ 1,1 bilhão. O aumento na rede de abastecimento neste ano será igualitário nos segmentos industrial e residencial. Em 2004, segundo o diretor de operações da empresa, John Costin, a empresa vai investir na capilarização da rede criada para abastecer grandes consumidores industriais e ampliar o número de clientes residenciais e comerciais em sua área de abrangência. "Nossa estratégia é expandir em bolsões residenciais que estão nas áreas de abrangência da rede já instalada", diz Costin. A expectativa da empresa é aumentar o fornecimento total de gás em torno de 15% neste ano, semelhante aos 15,8% verificados em 2003. (08.03.2004)
Além do segmento residencial, o planejamento da Comgás para este ano prevê a ampliação no fornecimento para clientes comerciais e indústrias de médio e pequeno porte também dentro da estratégia de aumentar a chamada rede capilar. De acordo com o diretor de operações, John Costin, para o segmento de cogeração de energia, a previsão é aumentar a rede em 20 km e, no setor de GNV, a expansão prevista para 2004 é de 17 km. Segundo Costin, o GNV é o segmento do mercado que mais tem crescido, em torno de 70% ao ano. A indústria é responsável por 78% do mercado de gás natural da empresa, seguida pelo GNV, com 10%. O restante é dividido entre os clientes residenciais, comerciais, a cogeração de energia e o fornecimento para usinas termelétricas. (08.03.2004)
Apesar de comemorar o acordo que permitiu a redução do preço do gás natural boliviano para a termelétrica de Corumbá, da MPX, o governo do MS ainda não está satisfeito. O vice-governador Egon Krakhecke afirma que o ideal seria reduzir o valor para todos os empreendimentos do estado. Krakhecke conta que o preço especial de US$ 1,50 por metro cúbico é restrito aos 2 milhões de metros cúbicos destinados à térmica de Corumbá. O negócio foi firmado entre a Petrobras Bolívia, MS Gás e MPX. Segundo o vice-governador, as usinas em operação e os projetos do pólo mínero-siderúrgico e gás-químico ainda não gozam desse privilégio. "O regime especial partiu do interesse de criar um pólo gás-químico binacional com a Bolívia", conta. (08.03.2004)
O contrato entre a MS Gás e a Petrobras Bolívia para o fornecimento de gás com preço reduzido será assinado, com a presença da ministra Dilma Rousseff, no dia 11 de março. Os 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia não fazem parte do volume de 30 milhões de metros cúbicos contratado da Bolívia pelo Brasil, nem do contrato de 3,4 milhões assinado pela MS Gás com a estatal. Hoje, o consumo do Mato Grosso do Sul está muito abaixo do valor contratado. O presidente da MS Gás, Maurício Arruda, informa que o montante está em 1,2 milhão de metros cúbicos por dia devido ao nível de operação das térmicas William Arjona, da Tractebel, e Três Lagoas, da Petrobras. (08.03.2004)
A Cogerar, que atua no desenvolvimento de plantas de cogeração a gás, está avaliando a possibilidade de gerar energia de biomassa, usando lixo como combustível. Segundo o diretor técnico da empresa, Edson Tito, ainda não há nada concreto. "A demora é em função da indefinição da legislação na área, mas as chances de alavancar projetos na área são consideradas positivas", comenta Tito. O diretor critica a rentabilidade dos negócios de cogeração, considerada complicada pelo diretor. A viabilidade dos negócios deste segmento, segundo ele, depende também da qualidade do projeto. "Com este preço baseado no nível internacional, fica difícil competir com as tarifas. Mesmo que o preço do gás caia de 20% a 30%, a viabilidade depende do preço da energia. Diria que é quase impossível ter uma competição nivelada", justifica Tito. Apesar da questão do preço, nos últimos seis meses, muitas empresas decidiram tocar projetos neste segmento, de acordo com avaliação da Cogerar. Tito atribui este expressivo interesse ao quadro de indefinição do setor elétrico. (08.03.2004)
A Petrobras gastou US$ 90,6 milhões em compras no mercado brasileiro em janeiro de 2004. O total corresponde a 87% do valor gasto pela estatal na aquisição de materiais e equipamentos. A área de exploração e produção ficou com a maior parte dos gastos (US$ 60 milhões), seguida pelos departamentos de abastecimento e refino (US$ 26,7 milhões), tecnologia da informação (US$ 4,3 milhões), a subsidiária Transpetro (US$ 3,7 milhões), a parte de engenharia (US$ 3 milhões), e pelo Cenpes (US$ 2,4 milhões). Em 2003, a Petrobras gastou US$ 1,742 bilhão com materiais e equipamentos e o índice de compras no País foi de 86%. (09.03.2004)
Segundo levantamento da Economática, a Petrobras movimentou em fevereiro US$ 115,541 milhões diários, em média, entre ações ordinárias, preferenciais e American Depositary Receipts (ADRs), os recibos negociados na Bolsa de Nova York. Com esse volume, a petrolífera brasileira consolidou-se como a companhia de maior volume de ativos negociados na América Latina no período, à frente da mexicana Telmex, que até novembro era a empresa latino-americana que mais mobilizava o mercado financeiro internacional. A liderança dos ativos da Petrobras foi alcançada em dezembro. A grande procura por ativos brasileiros, dada a tão citada liquidez internacional, seria a responsável pela busca por ativos da Petrobras, já que a companhia tem sua imagem fortemente associada à economia do país, segundo o analista de petróleo da corretora Fator, Paschoal Paioni. (09.03.2004)
Depois de sete anos, a Petrobras decidiu retomar as atividades de exploração de petróleo de forma intensificada na Bahia. Este ano, a companhia pretende investir no estado o montante de US$ 30 milhões em exploração e de US$ 148 milhões em projetos de desenvolvimento da produção. O início da exploração é o poço 1-BAS-138, na Bacia de Jequitinhonha, litoral de Una, próximo a Ilhéus. O gerente de comunicação da Unidade de Exploração e Produção de Petróleo (Unba), Carlos Alberto Figueiredo, ressalta que a probabilidade de encontrar petróleo neste poço cresceu para 15%, pois já houve outras 12 tentativas no Bloco da Bacia de Jequitinhonha. A Petrobras obteve ainda, para os próximos anos, dez concessões para exploração no mar e duas concessões para exploração em terra, ambas na Bacia do Recôncavo. (09.03.2004)
O governador de SP, Geraldo Alckmin, debateu com um grupo de deputados paulistas a formação de um movimento para reivindicar a instalação de um núcleo operacional da Petrobras em Santos. Durante a reunião, o governador afirmou que vai manter novos contatos com a Petrobras e com a bancada de SP na Câmara dos Deputados para discutir o assunto. O encontro foi coordenado pela deputada federal Telma de Souza (PT). A parlamentar, ex-prefeita de Santos, trabalha há quatro anos pelo projeto de instalação do núcleo operacional de negócios para gás e petróleo. A estimativa da Petrobras, de acordo com Telma, é de que a Bacia de Santos tenha capacidade para exploração de 3 trilhões de metros cúbicos de gás. "São negócios que mudariam o perfil de toda a região e até do Estado", afirmou a deputada. (10.03.2004)
A Petrobras estuda a construção de uma central petroquímica no estado do Rio de Janeiro. O projeto foi apresentado à estatal pelo grupo Ultra há algumas semanas e está em fase de análise pela diretoria. A nova unidade petroquímica, a ser construída possivelmente no município de Itaguaí, teria capacidade de refino de óleo pesado superior a 150 mil barris diários e demandaria investimentos de cerca de US$ 3 bilhões. O projeto, embora ainda em fase de análise, surge, também, como alternativa da Petrobras para o governo do RJ na difícil negociação em torno da concessão para a construção de um oleoduto, que escoaria o petróleo da Bacia de Campos a São Paulo. A direção da empresa não confirma, mas observadores do conflito entre a estatal e o governadora Rosinha acreditam que a decisão da companhia de investir em uma unidade petroquímica no estado poderá facilitar o aval do governo fluminense para a construção do gasoduto. (11.03.2004)
A Gaspetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de gás natural, registrou lucro líquido de R$ 598,212 milhões em 2003, revertendo prejuízo de R$ 699,561 milhões registrado em 2002. A receita líquida de serviços prestados saltou de R$ 695,661 milhões em 2002 para R$ 1,596 bilhão no ano passado. O patrimônio líquido alcançou R$ 324,537 milhões em 2003. O endividamento de longo prazo caiu de R$ 5,23 bilhões em 2002 para R$ 3,51 bilhões em 2003. A Gaspetro informou ter sido beneficiada pelo crescimento do uso do gás natural como combustível industrial, residencial e automotivo. Em 2003, foram comercializados 28.082 mil metros cúbicos de gás, incluindo na média a produção da Petrobras e o gás importado da Bolívia. (11.03.2004)
A CEP (Companhia Energética de Petrolina), que administra uma usina termelétrica emergencial com capacidade de 128 MW na cidade pernambucana, já pensa no que fará com a unidade a partir de 2006. Isto porque o contrato firmado entre a empresa a CBEE, estatal que garante a compra da energia - em caso de funcionamento - e o pagamento do combustível das emergenciais, termina no final de 2005. Segundo o diretor técnico da CEP, Helio Takeno, o futuro da usina após o término do contrato com a CBEE dependerá fundamentalmente das novas regras com o modelo em implementação. Outra possibilidade aventada é alocar a produção da usina na composição da reserva energética criada pelo novo modelo. Neste caso, lembra Takeno, a alternativa depende do processo de regulamentação pelo MME. Para ele, a necessidade das térmicas emergenciais permanecerá nos próximos anos. (11.03.2004)
A ANP apresentou o pré-edital para a 6ª Rodada de Licitações de áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural. Ao todo, 977 blocos - distribuídos por 12 bacias sedimentares - serão licitados. O número final depende dos resultados da avaliação ambiental feita pelo Ibama e por órgãos estaduais, a ser concluída em março.No pré-edital, a agência reguladora fez alterações com o objetivo de atrair empresas de pequeno e médio porte, como a redução nas taxas de participação para bacias terrestres maduras e áreas marítimas consideradas novas fronteiras petrolíferas. Entre as novidades previstas no pré-edital estão a flexibilização do processo de qualificação técnica para empresas não-operadoras concessionárias de áreas situadas em águas rasas.Outro atrativo para as pequenas e médias é a possibilidade de uso do seguro-garantia nos chamados Programas Exploratórios Mínimos, o que permitiria à companhia reduzir seus custos caso não encontre reservas de petróleo ou gás. (12.03.2004)
Segundo avaliação do economista Adriano Pires, do CBIE, o pré-edital apresentado pela ANP difere pouco dos utilizados em leiloes anteriores. Ele enxerga grandes chances de insucesso para a nova rodada, marcada para agosto. Ao todo, 977 blocos - distribuídos por 12 bacias sedimentares - serão licitados. O número final depende dos resultados da avaliação ambiental feita pelo Ibama e por órgãos estaduais, a ser concluída em março. Embora não descarte os benefícios que a redução nas taxas de participação para bacias terrestres maduras e áreas marítimas consideradas novas fronteiras petrolíferas pode trazer, Pires argumenta que os destaques serão mesmo os chamados 'blue blocks', áreas que a Petrobras reteve em 1998, antes da realização do primeiro leilão, e posteriormente devolveu à ANP. Para ele, fatores como a alta no preço do petróleo e a estabilidade política tendem a favorecer a 6ª Rodada de Licitações. "Mas o ambiente está longe de ser favorável", diz. (12.03.2004)
O setor carbonífero vai ganhar mais espaço nas decisões da política energética nacional com a aprovação de duas Medidas Provisórias, ontem na Câmara dos Deputados. A MP 144/03 altera as regras de comercialização da energia elétrica e a MP 145 cria a EPE, e ambas finalizam a primeira etapa de regulamentação do setor energético nacional. Com a criação da EPE, o setor carbonífero passa a ter representatividade no Conselho Consultivo da estatal que irá prestar serviços (estudos e pesquisas) destinados a subsidiar o planejamento do setor energético. "A inserção nesse Conselho é uma voz que temos para expor as nossas reivindicações", avalia o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, Fernando Zancan. O dirigente também destaca a possibilidade de realização de estudos para ampliação da participação do carvão na matriz energética do país. (12.03.2004)
A Aneel autorizou a empresa Destilaria Água Bonita Ltda. a se estabelecer como Produtora Independente de Energia (PIE) com a construção da termelétrica Água Bonita, em São Paulo. A usina tem investimento previsto de R$ 10,6 milhões e entrada em operação prevista para março de 2006. A térmica será implantada no município de Tarumã e terá 17 MW de capacidade instalada. (12.03.2004)
A Cosan S/A Indústria e Comércio teve sua situação regularizada e vai atuar como produtora independente de energia com a exploração das usinas Rafard, de 10,2 MW de potência, e São Francisco, de 4,2 MW, localizadas nos municípios de Rafard e Elias Fausto, respectivamente. A termelétrica Rafard se encontra em operação comercial desde 1941 e a São Francisco, desde 1986. (12.03.2004)
Após ficar na casa dos 3% por mais de uma década, a participação do gás na matriz energética brasileira subiu para 7,5% em 2002. O valor reflete uma alteração na metodologia do cálculo do Balanço Energético Nacional (BEN), que modificou o critério que convertia energia hidráulica para tonelada equivalente de Petróleo. Com a mudança, o governo reduz a distância para o cumprimento de sua meta de 10% para a participação do gás na matriz energética brasileira até 2010. O engenheiro da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Arlindo Charbel, que fez o levantamento dos dados, destaca que, mesmo com a adoção do antigo critério para este cálculo, o gás teria atualmente uma fatia de 5,7% no BEN. Segundo ele, o número espelha a entrada do gasoduto Brasil Bolívia em operação, a partir de 1999, e políticas para o incentivo do consumo do gás natural. (14.03.2004)
Para o consultor do CBIE, Adriano Pires, o ritmo de crescimento da participação do gás na matriz energética tem sido muito lento. Ele lembra que a meta de 10% para esta participação foi criada há mais de 10 anos e que, mesmo após a entrada do Gasbol em operação, este valor só cresceu dois pontos percentuais. "Em outros países que têm as mesmas características de consumo e de extensão do Brasil, esse percentual está em torno de 15%", avalia. (14.03.2004)
A CSPE divulgou, no site www.cspe.sp.gov.br, consulta pública, no âmbito do processo de revisão tarifária, disponibilizando a NOTA TÉCNICA Nº 4. Neste documento é revisada a proposta de estrutura tarifária da COMGÁS, apresentada na audiência pública de 16/02/04, e considera as informações obtidas naquela audiência. Os interessados poderão enviar suas contribuições à CSPE e também se inscreverem para apresentar suas sugestões e análises na Audiência Pública de 23/03/04, no Instituto de Engenharia. A CSPE, na revisão da proposta da COMGÁS, atualizou as bases de cálculo de junho/03 para abril/04, incorporou valores de investimentos no período, revisou os volumes projetados para os próximos 5 anos, definindo uma redução na MARGEM MÁXIMA de R$ 0,2644/m3 para R$ 0,2517/m3. As estruturas tarifárias propostas pela COMGÁS foram basicamente mantidas, destacando-se a redução tarifária no SEGMENTO RESIDENCIAL, da ordem de 15% para consumos residenciais mensais típicos entre 10 e 17m3, permitindo uma melhor competição com o GLP. (15.03.2004)
A Gas Natural SPS, que tem concessão para distribuir gás em 93 municípios do interior paulista, quer dobrar o número de clientes este ano. Para atingir seu objetivo, planeja investir R$ 71 milhões em 2004. Nos próximos seis anos, o investimento total previsto na ampliação da rede de distribuição - dos atuais 437 quilômetros para 1.603 - chega a R$ 385 milhões. A empresa deve inaugurar, ainda em 2004, unidades de distribuição em Araçariguama, Mairinque e São Roque. Segundo a chefe de relações externas da empresa, Lislaine Grup, desde que assumiu a concessão na região com menor PIB do estado de São Paulo, a empresa, controlada pela espanhola Gas Natural, também dona das distribuidoras CEG e CEG Rio, tem adotado posicionamento agressivo no que ela caracteriza como marketing regional para conquistar mercado. (15.03.2004)
Na próxima segunda-feira, dia 22 de março, a MPX inicia a obra para construção da TermoPantanal e do gasoduto que fornecerá 2 milhões de gás natural por dia para a unidade. O ramal, que trará o combustível da Bolívia, terá 35 quilômetros. A MPX e MS Gás investirão R$ 13 milhões no projeto. Além da usina, a empresa prevê investimentos de mais US$ 75 milhões em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, na implantação de uma siderúrgica para agregar valor ao minério de ferro produzido pela Mineração Corumbaense. A empresa ainda avalia a implantação de uma indústria produtora de aço e outros investimentos, como o pólo gás químico. O proprietário da MPX, Eike Batista, já está negociando com empresários bolivianos investimentos nos dois lados da fronteira. "Estamos abertos para que os bolivianos sejam nossos parceiros em Corumbá, assim como pretendemos investir também em Puerto Suarez e Puerto Quijarro", conta. (15.03.2004)
A Comgás defende a redução imediata dos preços do produto fornecido pela Petrobras. "Não podemos esperar até 2007 ou 2010 para investir e viabilizar a expansão do consumo", diz Roger Ottenheym, diretor de suprimentos da empresa. A empresa projeta investimentos de mais R$ 1,2 bilhão para os próximos cinco anos. "Há um potencial para acelerar a expansão da demanda, se houver a redução de preços proposta pelo governo paulista", diz Ottenheym. Aos preços atuais "haverá apenas crescimento orgânico da demanda". Na opinião de Ottenheym, há um conflito de interesses dentro da Petrobras que impede uma redução mais acentuada dos preços do gás natural. "Ela tem de decidir se quer vender mais óleo combustível ou mais gás", observa. Como a estatal também comercializa os óleos combustíveis leves e pesados usados pelas indústrias como insumo, esses produtos historicamente têm sido oferecidos a preços inferiores ao do gás pela empresa. "Ou o transforma em gás liquefeito e exporta por menos de US$ 2 por milhão de BTU ou vende mais barato, desde já, às distribuidoras paulistas e dos demais Estados para estimular a troca de matriz energética", argumenta Ottenheym. (16.03.2004)
Segundo Ildo Sauer, diretor de gás e energia da Petrobras, a estatal já vem desenvolvendo esforços para atrair novos consumidores para o gás natural. "O gás é uma questão nacional: a expansão da demanda depende da interligação dos gasodutos existentes", diz. A Petrobras deverá iniciar em junho deste ano a ligação dos gasodutos do Nordeste e do Sudeste. "Já temos US$ 1 bilhão em caixa para investir. Estamos só aguardando a licença ambiental do Ibama", diz Sauer. Além disso, a empresa planeja a construção de um gasoduto ligando todo o Centro-Oeste, o Meio-Norte e o Nordeste do país. Segundo ele, a empresa também está investindo na expansão do uso do gás natural na co-geração de energia. Todos esses projetos poderão dispor do gás da bacia de Santos. (16.03.2004)
A produção média de gás natural pela Petrobras, em fevereiro, foi de 41,7 milhões de m³/d, excluindo o volume liqüefeito. O volume é 2% superior aos 40,8 milhões de m³/d registrados em janeiro. A produção internacional da estatal foi de 165,9 mil barris diários de óleo e 15,87 milhões de m³/d de gás natural, excluindo o liqüefeito. (16.03.2004)
A disputa entre o governo do Rio de Janeiro e a Petrobras em torno do oleoduto que levará petróleo da Bacia de Campos (RJ) para refinarias do Sudeste, chegou à Câmara dos Deputados. O tema será discutido hoje na Comissão Geral, onde a direção da empresa busca esclarecer a opinião pública da necessidade da liberação ambiental para o projeto, que seria definido até o final deste mês. Avaliada em R$ 4,65 bilhões, a obra é considerada pela estatal como esteio para a sonhada auto-suficiência do País, a partir de 2006. No entanto, a governadora do Rio, Rosinha Garotinho, insiste em criar barreiras para a liberação do oleoduto pela Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente (Feema). O governo federal entende que o aval deveria ser do Ibama, pois o percurso envolve também o estado de São Paulo, enquanto a Petrobras alega que o oleoduto passará por locais onde já existem dutos. Outro obstáculo à operação é a ameaça de aumentar o ICMS pelo governo Rosinha. (16.03.2004)
O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, lamenta a disputa criada. "O oleoduto é importante para a Petrobras, para o Rio e para o Brasil e é lamentável que queiram transformá-lo em objeto de disputa política", afirmou. Dutra vai hoje à Câmara com o objetivo de despolitizar o debate. Ele argumenta que o tema deve ser tratado com parâmetros técnicos e não políticos. E acrescenta que em 2007, 40% dos 1,7 milhões de barris seriam transportados por dutos. A direção da Petrobras afirma ainda que o governo do RJ tem pressionado municípios, por onde passaria o oleoduto, a criarem problemas em seus planos diretores para impedir a obra. Para acabar com este obstáculo, a estatal tem promovido reuniões para esclarecer projeto. Com a chegada do oleoduto, esses locais terão maior participação em royalties. Outro argumento a ser usado é a autonomia do Brasil em refino de petróleo. Dutra enfatiza que se o oleoduto não sair, o atraso para que o País chegue a auto-suficiência seria de pelo menos um ano. (16.03.2004)
A Fiesp e as secretarias de Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Econômico e Turismo e de Energia e Recursos Hídricos anunciam dia 15 de março, a criação da "Câmara de Energia: Gás para o Desenvolvimento de São Paulo". A iniciativa prevê o estabelecimento de ações conjuntas para promover e intensificar o uso do gás natural pelas indústrias instaladas no estado, visando a diminuir os custos operacionais e o aumento da competitividade do setor industrial. A câmara conta também com a participação das três distribuidoras que atuam no mercado estadual: Comgas, Gas Brasiliano e Gas Natural. (16.03.2004)
A empresa Destilaria Água Bonita recebeu autorização da Aneel para construir a termelétrica Água Bonita, em SP. A usina terá investimentos de R$ 10,6 milhões e deve entrar em operação em março de 2006. A termelétrica será implantada no município de Tarumã e terá 17 MW de capacidade instalada. A energia será enquadrada na categoria de produção independente. (16.03.2004)
A empresa Cosan S/A Indústria e Comércio teve regularizada a situação de duas termoelétricas: Rafard e São Francisco, com 10,2 MW e 4,2 MW de capacidade, respectivamente. As usinas estão localizadas nos municípios de Rafard e Elias Fausto, respectivamente. A empresa atuará como produtora independente de energia. (16.03.2004)
O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse ontem que o governo do Rio de Janeiro está cometendo um erro ao condicionar a construção do oleoduto para São Paulo à implantação de mais uma refinaria no Estado. O projeto da Petrobras, combatido pela governadora Rosinha Garotinho, prevê a construção de um oleoduto que liga a Bacia de Campos às refinarias de São Paulo. "Caso se espere que a Petrobras venha a estabelecer uma troca entre oleoduto e refinaria, isso não vai acontecer", afirmou Dutra, após fazer uma exposição em defesa da construção do oleoduto, em audiência no plenário da Câmara que tratou do tema. Dutra frisou que o Estado do RJ não terá prejuízo com a obra e que compensações financeiras poderão ser negociadas. O presidente da Petrobras voltou a afirmar que a entrada em operação da refinaria poderá ser retardado em dois anos - de 2008 para 2010 - por causa da queda do consumo de derivados de petróleo no país e que o local onde deverá ser construída não será definido neste ano. (17.03.2004)
O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, descartou que a nova refinaria da estatal possa ir para São Paulo. Ele disse, em audiência pública no plenário da Câmara dos Deputados, que São Paulo não está competindo com os outros Estados para sediar o novo projeto de refino. Dutra respondeu ao secretário de Energia do Rio, Wagner Victer, que afirmou que São Paulo ficaria com maior competitividade na área por causa do oleoduto que a Petrobras pretende construir entre o Norte Fluminense e a cidade de Guararema (SP). A tese de Victer é de que o chamado Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos (PDET), do qual faz parte o oleoduto, inviabiliza a construção da refinaria no Norte Fluminense, e aumenta a competitividade paulista para sediar o projeto. Dutra disse que o PDET não tem vinculação com a decisão futura da Petrobras de instalar uma nova refinaria. (17.03.2004)
Conversão das turbinas da térmica de Camaçari para bicombustível começa em dezembro. A Chesf fechou com a matriz da Alstom, na Suíça, um cronograma que prevê para o final de dezembro a entrada em funcionamento da primeira unidade de geração da térmica de Camaçari que funcionará movida a gás ou óleo combustível. A conversão das cinco unidades de geração da térmica será feita para atender determinação do MME. A ministra Dilma determinou a conversão de 500 MW, sendo 350 MW de Camaçari e 150 MW de unidades em usinas da Petrobras. As medidas foram adotadas como forma de evitar problemas como o ocorrido no final de 2003 e início de 2004, quando os reservatórios das hidrelétricas que abastecem o Nordeste ficaram abaixo do limite mínimo de segurança e as térmicas movidas a gás natural não puderam funcionar com capacidade plena por falta do combustível. (17.03.2004)
A BR Distribuidora está estruturando programa de parceria com usinas de álcool para geração de energia de olho nas oportunidades de negócios do Proinfa. A estimativa da empresa é que sejam investidos R$ 630 milhões, sendo 30% de capital da BR Distribuidora e das usinas e o restante, 70%, de financiamentos. A empresa deverá destinar cerca de R$ 90 milhões dos investimentos. A meta é gerar até 350 MW, que seriam comprados pela Eletrobrás no âmbito do Proinfa. O valor econômico que garantiria a viabilidade dos projetos fica entre R$ 115 a R$ 120 por MWh, de acordo com a BR. O programa seria formatado em Sociedades de Propósito Específico estabelecidas em parceria com uma ou mais usinas de álcool, localizadas em alguns estados do país. De acordo com Renato Costa, gerente da BR Distribuidora, as usinas de álcool se beneficiariam com a presença da BR Distribuidora em função da sinergia da estatal com o mercado. Ele explica que a idéia da BR é trazer soluções energéticas, e não simplesmente vender energia. (17.03.2004)
A Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), empresa do grupo Eletrobrás, teve em 2003 um lucro líquido de R$ 10,6 milhões, o primeiro resultado positivo desde que foi criada, em 1997. No exercício anterior, o prejuízo contabilizado foi de R$ 9,6 milhões. O faturamento da CGTEE foi de R$ 232 milhões, 11,1% maior em relação a 2002. Segundo a direção da empresa, o resultado foi extremamente positivo não apenas por ter revertido os sistemáticos prejuízos, mas também por conta do complexo cenário de mercado que a empresa teve de administrar em 2003. O lucro é atribuído a um maior controle gerencial das despesas de custeio, ao resultado de receitas financeiras, mas principalmente ao aumento das tarifas no fornecimento de energia para a RGE, AES Sul e à estatal gaúcha CEEE, as três distribuidoras que atuam no RS. No ano passado, a CGTEE gerou 1.353 GWh, o equivalente a 7% do consumo gaúcho. (18.03.2004)
A reavaliação do plano de investimentos da Petrobras pode levar a empresa a investir mais do que os US$ 34,3 bilhões previstos no plano já aprovado para o período 2003/2007. A afirmação foi feita ontem pelo diretor de serviços da empresa, Renato Duque. O diretor da estatal voltou a garantir o compromisso da Petrobras com o aumento do índice de nacionalização e com investimentos voltados para o mercado nacional. "Os números podem ser ainda melhores em decorrência da reavaliação que está sendo feita do plano estratégico da companhia. Nada indica que vai haver redução do volume de investimentos, muito pelo contrário", afirmou. (18.03.2004)
O diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, reclamou que projetos importantes da empresa vêm sofrendo atrasos em razão da demora na concessão de licenças ambientais. Segundo o diretor, a Petrobras investiu R$ 6,2 bilhões em meio ambiente e segurança de 2000 a 2003, R$ 1 bilhão a mais do que o previsto. "O governo precisa olhar para este aspecto da questão, pois tem que haver mais agilidade na liberação dessas licenças", disse. (18.03.2004)
Países que vivenciaram o aumento da competição e a conseqüente desregulamentação do mercado de gás tiveram reduções de preço significativas ao longo do tempo. Um estudo feito pelo Instituto de Energia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que nos Estados Unidos a queda chegou a 15% para consumidores industriais e de 19% para concessionárias de distribuição de energia elétrica. Na Austrália, que ainda está consolidando este processo, a estimativa é de um recuo de 5% a 10% nas tarifas. (14.03.2004)
O autor do levantamento da FGV, Fernando Camacho, define quatro modelos de desenvolvimento de mercados de gás. O primeiro deles, onde o Brasil está inserido, é o de integração vertical, no qual produção, transporte por gasodutos e distribuição são realizados por uma única empresa. A estrutura é composta de um só mercado, onde o gás natural e serviços de transporte são vendidos como um único produto. Neste caso, não existe mercado atacadista, pois todas as transações são conduzidas internamente pela companhia monopolista, como a Petrobras. Camacho destaca que essas empresas oferecem contratos firmes e de longo prazo, que especificam o volume total de gás que será entregue durante a duração do contrato. Este instrumento permite que as empresas tenham certeza quanto à demanda e tenham condições de recuperar custos fixos de transporte por meio de receitas geradas com capacidades contratadas. É o caso da Transpetro, que faz o transporte e armazenamento de gás no Brasil, e da Petrobras, controladora da transportadora. (14.03.2004)
No segundo modelo descrito pelo autor do levantamento, Fernando Camacho, a produção é separada do restante da indústria. Há, portanto, competitividade entre produtores. O terceiro modelo descrito pelo autor do estudo é o de livre acesso ao transporte por gasodutos. Este modelo, já vivenciado pelos EUA, mostra avanços significativos em relação aos dois primeiros: a transportadora de gás pode escolher entre vender apenas o serviço de transporte para o grande consumidor, ou então vender o gás mais o transporte. O quarto modelo, adotado na Austrália, é o de "desempacotamento". Ou seja, há uma total separação entre a oferta de gás natural e os serviços de transporte e distribuição do gás. (14.03.2004)
Fernando Camacho defende uma agenda de desenvolvimento para que o Brasil, em alguns anos, possa evoluir para outras etapas. Segundo ele, o primeiro passo já foi dado quando a ANP começou a licitar blocos para a exploração de petróleo e gás. "Desta forma, em poucos anos teremos quebrado o monopólio de produção de gás da Petrobras no Brasil", diz. A segunda medida necessária seria o livre acesso de empresas ao transporte por gasodutos, colocado em consulta pública pela ANP. A terceiro seria estabelecer que empresas de transporte, como a Transpetro, se restrinjam a oferecer apenas este tipo de serviço. Camacho diz que a questão do livre acesso é extremamente importante, pois sem essa regulamentação haverá um conflito de interesses. "O intuito da transportadora é maximizar a quantidade de gás que passa no gasoduto, por meio da abertura do transporte para outras produtoras. Mas, com isso, a Petrobras, controladora da Transpetro, perderá mercado na venda do gás. Acaba que a empresa de transporte fica trabalhando em função da Petrobras", analisa. (14.03.2004)
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, disse ontem que o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, pediu um novo prazo para a efetivação das obras de construção do gasoduto em Campina Grande. Anteontem, havia a informação de que Lula assinaria em Fortaleza uma Medida Provisória (MP) para a liberação de recursos para essa obra, o que não aconteceu. O projeto sofrerá novo processo de avaliação a pedido de Smith. A MP que deveria que seria assinada ontem pelo Presidente da República, em Fortaleza, prevê que os recursos para financiar a obra seriam disponibilizados através do Fundo Constitucional de Desenvolvi-mento do Nordeste (FNE). (18.03.2004)
Segundo Eike Batista, existem duas alternativas para colocação da energia da TermoPantanal: uma é a venda nos leilões do "pool" do novo modelo elétrico, mas isso vai depender da regulamentação, já que hoje é proibida a participação nos leilões de usinas com gás "interruptível", cujo fornecimento pode ser interrompido a critério da fornecedora. A segunda alternativa é tornar-se auto-produtor de energia para o pólo siderúrgico. Flávio Godinho, sócio de Batista, diz que o pólo poderá consumir até 200 MW, o que poderá resultar na necessidade de mais investimentos em energia. (18.03.2004)
O presidente do BNDES, Carlos Lessa, informou ontem que o BNDES está analisando um projeto de gás no Ceará, "que já está maduro". (18.03.2004)
A Aneel autorizou as empresas Cosan S/A Indústria e Comércio e Usina Caeté S/A a ampliarem a capacidade instalada das termelétricas Diamante e Volta Grande, respectivamente. A usina Diamante, localizada em São Paulo, passará a ter 40 MW de potência instalada. A térmica Volta Grande terá mais uma unidade geradora, totalizando 54,9 MW de capacidade instalada. (19.03.2004)
Nos últimos dois dias, representantes dos governos e empresas brasileiras e ucranianas estiveram reunidos em Brasília para debater um projeto de cooperação na área energética. A idéia é criar uma empresa privada, de capital misto, que produza turbinas a gás para centrais termelétricas. Os valores da transação ainda não foram revelados. "Estamos na parte inicial da negociação, avaliando a legislação e diretrizes da parceria", afirma o ministro da Política Industrial da Ucrânia, Oleksandr Neustroyev. (20.03.2004)
A Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE) realizará, amanhã, dia 23/03, em São Paulo (SP), a 2ª etapa da Audiência Pública para colher subsídios ao processo de Revisão Tarifária da COMGÁS. A 1ª etapa da Audiência Pública, ocorrida em 16/02, tratou da proposta de Valor Inicial da Margem Máxima (P0) e Fator X, propostos pela CSPE, e da estrutura tarifária associada a esses valores, elaborada pela COMGÁS. Nesta 2ª etapa, a CSPE apresentará a proposta de estrutura tarifária da COMGÁS, já revisada, e considerará as informações obtidas na 1ª etapa da audiência. A partir da 2ª etapa da audiência, será estabelecida a nova estrutura tarifária, assim como o Fator X, mecanismo que reduz a aplicação do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), e permite o repasse às tarifas dos consumidores de parte dos ganhos de eficiência projetados para as empresas no período compreendido entre a revisão atual e a próxima revisão. Informações sobre a Revisão Tarifária da COMGÁS podem ser obtidas na página da CSPE na internet (www.cspe.sp.gov.br). A audiência será aberta às 14h, no auditório do Instituto de Engenharia, na Av. Dante Pazzanese, nº 120, Vila Mariana, em São Paulo. (22.03.2004)
Os estudos de reavaliação do plano de investimentos da Petrobras podem levar a empresa a investir mais do que os US$ 34,3 bilhões previstos no plano já aprovado para os anos de 2003 a 2007. A afirmação foi feita pelo diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, na sede da Firjan. Duque voltou a garantir o compromisso da Petrobras com o índice de nacionalização cada vez maior e com investimentos cada vez mais voltados para o mercado nacional. "Os números podem ser ainda melhores em decorrência da reavaliação que está sendo feita do plano estratégico da companhia. Nada indica que vai haver redução do volume de investimentos, muito pelo contrário. Toda vez que verificamos os dados e as possibilidades de investimentos damos de cara com novos projetos robustos", afirmou Renato Duque. (21.03.2004)
A Gasmig vai vender à Petrobras 40% do seu capital social. A participação da estatal de petróleo na distribuidora mineira de gás natural, subsidiária da Cemig, será 15 pontos percentuais superior à previsão inicial das duas empresas. A informação foi dada pelo diretor de finanças, participações e relações com investidores da Cemig, Flávio Decat de Moura. "Estamos nos reunindo todos os dias para trabalhar no arcabouço legal dessa associação", explicou o diretor da Cemig. A compra do capital da Gasmig pela Petrobras vai garantir os investimentos necessários para a duplicação do gasoduto Rio-Belo Horizonte (Gasbel), estendendo-o para o Vale do Aço, Triângulo Mineiro e Sul de Minas, esclareceu o diretor da Cemig. (22.03.2004)
A usina nuclear de Angra 2, da estatal Eletronuclear, deve permanecer desligada até o próximo dia 8. Neste período, a empresa vai deixar de fornecer 1.350 MWh de energia e de faturar R$ 5,8 milhões. Segundo a Eletronuclear, a usina foi desligada inicialmente no dia 15 de março para operação de reparo em uma das válvulas da turbina de geração e, no processo de religamento, os técnicos constataram que havia necessidade de fazer reparos nas válvulas de retenção que ligam o sistema de remoção de calor residual ao circuito primário de refrigeração do reator nuclear. De acordo com informações da Eletronuclear, os reparos nas válvulas vão custar cerca de R$ 2,5 milhões. No mês de maio, a usina de Angra 2 será novamente desligada para reabastecimento de combustível, operação anual que vai provocar a interrupção programada na geração de energia da unidade. (22.03.2004)
A alta nos custos foi o principal fator de pressão no balanço da distribuidora de gás paulista Comgás em 2003, segundo seu superintendente de controladoria, Luiz Cláudio Ribeiro. A empresa teve lucro líquido de R$ 103,471 milhões, com queda de 4% na comparação com o ano anterior. Os custos com gás passaram de R$ 748,722 milhões para R$ 1,446 bilhão. O executivo explicou que esse aumento embute uma compra maior de gás por parte da companhia e um impacto sobre estoques gerado ainda em 2002. Segundo Ribeiro, a volatilidade do câmbio ao final daquele ano fez com que os estoques da Comgás ficassem superavaliados. A compra maior em dólares em 2002, no entanto, foi apropriada a custos somente no ano seguinte. (23.03.2004)
A Comgás vendeu mais gás em 2003, com elevação de 15,8% nos volumes, para 3,418 bilhões de metros cúbicos. Como está limitada a comprar apenas 1,1 bilhão de metros cúbicos por ano de gás nacional, mais barato, as aquisições do gás boliviano para revenda, mais caras, subiram. O superintendente comentou ainda que, no ano passado, o gás nacional valia cerca de 20% menos que o boliviano. Sobre a possibilidade de diminuição de custos, com queda no preço pago pelo gás da Bolívia, o executivo contou que as negociações entre a Petrobras e os bolivianos não estão encerradas. A Comgás compra seu insumo da estatal, e não diretamente da Bolívia. A companhia também cita como positiva a descoberta de uma grande reserva na Bacia de Santos para a diluição dos custos. Na avaliação de Ribeiro, essa reserva pode inclusive elevar o poder de barganha da Petrobras junto aos bolivianos. (23.03.2004)
O Presidente da Eletronuclear, Zieli Dutra Thomé Filho, participará pela segunda vez, como Vice-Presidente, da reunião do Grupo Internacional de Segurança Nuclear (International Nuclear Safety Group - INSAG), ligado à ONU. O encontro acontecerá de 24 a 26 de março e na ocasião serão definidos critérios globais de segurança que servirão como recomendação para os 441 reatores nucleares em operação no mundo. O Grupo é formado por 12 grandes especialistas no campo nuclear, presididos pelo Presidente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, que trocam experiências e atualizam recomendações para melhorar a segurança dos reatores. (23.03.2004)
A Electron Centrais Elétricas Ltda. teve sua situação regularizada e vai atuar como produtora independente de energia com a exploração da termelétrica Santa Olinda, de 4,6 MW de potência, localizada no município de Sidrolândia (MS). (23.03.2004)
A Agência autorizou as empresas Cosan S/A Indústria e Comércio e Usina Caeté S/A a ampliarem a capacidade instalada das termelétricas Diamante e Volta Grande, respectivamente. A usina Diamante, localizada em São Paulo, passará a ter 40 MW de potência instalada. A térmica Volta Grande terá mais uma unidade geradora, totalizando 54,9 MW de capacidade instalada. (23.03.2004)
A Petrobras está determinada a criar programas que incentivem a adaptação das usinas térmicas para a geração de energia usando óleo diesel ou gás natural. O sistema é uma das apostas da estatal para aumentar o consumo de gás no Brasil, permitindo a exploração de novas reservas do combustível. A empresa iniciou os estudos para a criação de uma política de preço específica para incentivar as térmicas. Ainda não há previsão de quando sairá o pacote de preços, mas o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, antecipou que o sistema para as usinas deverá seguir o mesmo modelo do programa destinado às frotas de ônibus, já em funcionamento. Os contratos firmados com donos das frotas fixam um teto de cobrança pelo preço do metro cúbico de gás natural, tornando a adaptação vantajosa. O incentivo, neste caso, é a garantia às frotas que, durante dez anos, o preço do metro cúbico de gás não passará de 55% do valor do litro de óleo diesel. (24.03.2004)
Os fornecedores de bens e serviços da Petrobras passarão a contar com fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) para financiar seu capital de giro, anunciou o diretor financeiro da estatal, José Sérgio Gabrielli. O sistema em implantação permitirá antecipar créditos que os fornecedores têm a receber da Petrobras, vendendo-os para bancos gestores dos FIDC. Os bancos oferecerão no mercado cotas para investidores. Gabrielli estimou que há entre 3 mil e 4 mil fornecedores que mantêm contratos em curso com a estatal, os quais são potenciais candidatos a usar os FIDC. O diretor da estatal lembrou que, em 2003, a Petrobras comprou cerca de R$ 18 bilhões em materiais e serviços no Brasil. Gabrielli adiantou que os FIDC serão vendidos na Bovespa e devem ser custodiados pela Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).Os fundos contarão com seguro de performance administrado pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), que vai dar limites de crédito para cada fornecedor. "Os fundos permitirão aumentar o capital de giro dos fornecedores a juros mais baixos", prevê Gabrielli. (24.03.2004)
O Governo do Estado quer isentar as usinas termelétricas do pagamento do ICMS na utilização de gás natural para geração de energia elétrica. Um projeto de lei foi enviado pelo Executivo à Assembléia Legislativa e está tramitando em regime de urgência. A matéria foi aprovada nas comissões de Justiça e de Finanças, Orçamento e Tributação. O líder do PT na Casa, deputado Isaltino Nascimento, criticou o projeto. "O Governo está abdicando de uma receita quando sequer tem noção do montante que pode ser gerado com as futuras usinas. Isso acarretará em prejuízo para a população", destacou o parlamentar. Para Nascimento, a política que está sendo seguida pelo Executivo é contraditória, tendo em vista que, no final do ano passado, foi enviado um pacote à Assembléia majorando o ICMS de vários produtos e serviços, inclusive sobre a energia elétrica. (24.03.2004)
Durante solenidade de assinatura da ordem de serviço para as obras do gasoduto de campina Grande, o governador Cássio Cunha Lima disse que a obra representará um investimento de R$ 50 milhões. Segundo ele, o Empreendimento significará uma nova etapa no processo de desenvolvimento de Campina Grande. A obra será iniciada dentro de, no máximo, 15 dias e sua conclusão terá prazo previsto de 12 meses. O projeto compreende um trecho de 132 km de ramal principal (tronco) de alta pressão e será implantado a partir do local onde situa-se o `city-gate´ do município de Santa Rita até a ERP próximo ao distrito industrial de Campina Grande. (24.03.2004)
A empresa Koblitz, de Recife, especializada no fornecimento de sistemas interligados de energia, comprou a participação da Companhia Geral de Distribuição de Energia (CGDe), de Portugal, na usina termelétrica Piratini. A cota correspondia a 75% do valor total. Com a aquisição, a Koblitz torna-se sócia majoritária, com 85% do controle (até então, tinha 10%). A CEEE continua com 10%. Os restantes 5% estão com outros sócios. (24.03.2004)
O Governo quer simplificar o licenciamento ambiental dos gasodutos planejados pela Petrobras e, para isso, deverá enviar ao Congresso um projeto de lei, para alterar a lei de loteamentos. A informação foi dada à Comissão de Infra-Estrutura do Senado pelo diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer. A atual lei de loteamentos exige que seja mantida uma margem de afastamento de 15 metros de cada lado de ferrovia, dutos ou estruturas semelhantes. Sauer considera tecnicamente desnecessária as margens genéricas da lei atual, e lembra que os projetos têm sua própria análise de risco. A Petrobras já está tendo prejuízos financeiros com a falta de licença ambiental para a construção de gasodutos, informou Sauer. O principal problema da atual lei de loteamentos é o atraso que pode provocar nas obras, caso sejam necessárias as desapropriações exigidas para o seu cumprimento. (24.03.2004)
O Governo federal estima que a próxima rodada de licitações da ANP, para a exploração de campos de petróleo e gás, gerará investimentos de US$ 20 bilhões entre 2005 e 2012. O valor equivale ao montante de investimentos programados nas cinco licitações anteriormente feitas. A projeção foi feita pelo secretário-executivo do MME, Maurício Tolmasquim, baseado na expectativa criada pela recente descobertas de blocos de petróleo nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. Tolmasquim se mostrou otimista com o próximo leilão da ANP, marcado para agosto. Além disso, o secretário acredita que os blocos devolvidos pela Petrobras, por não ter descoberto petróleo nos prazos estipulados por lei, vão movimentar ainda mais o leilão. Ele disse ainda que a expectativa dessa rodada é de que as reservas de óleo e gás cheguem a 3,3 bilhões de barris. (25.03.2004)
Tolmasquim lembrou que a política adotada pelo Governo Lula, de que um conteúdo mínimo nacional de empresas seja responsável pelas áreas oferecidas, não vai mudar, apesar das reclamações de investidores estrangeiros. "Na última rodada, realizada no ano passado, essa exigência mínima foi superada e o leilão foi um sucesso. Não há razão para mudanças". A exigência de empresas brasileiras na exploração de blocos petrolíferos é de pelo menos 15%. Em relação à produção, esse número sobe para 25%. Antes das mudanças, as exigências eram, respectivamente, de 3% e 12%. (25.03.2004)
Maurício Tolmaquim adiantou que o Governo pretende expandir a malha de gasodutos no País. Para o secretário-executivo do MME, esse é um dos principais desafios para os próximos anos. Ele explicou que está sendo desenvolvida uma lei ambiental em caráter de urgência para sanar possíveis empecilhos ao projeto que levará gás natural para o Nordeste. "Essa lei, que já está sendo feita na Casa Civil, vai eliminar a exigência de uma faixa de isolamento de 15 quilômetros em torno do gasoduto", explicou. A Petrobras anunciou que já possui a liberação de recursos no valor de US$ 2,418 bilhões para investir nos projetos de gasodutos para abastecer o Nordeste, mas depende de licença ambiental para iniciar as obras. Um outro projeto, denominado de Gasene, tem um investimento previsto de US$ 747 milhões, e vai transportar 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia do Sudeste para o Nordeste. (25.03.2004)
Diante do pleito feito por praticamente todos as companhias petroleiras que atuam no Brasil, o governo federal estuda prorrogação do Repetro - um regime aduaneiro para importação de bens destinados ao setor de petróleo e gás. O MME criou um grupo de trabalho com o objetivo de analisar e decidir se o sistema será mantido ou estendido para além de 2007 quando vence seu prazo de vigência. Outra reivindicação dos investidores trata da concessão de licenças ambientais e pode ser resolvida em parte nas próximas semanas com lei que tramita na Casa Civil à espera de assinatura das ministras de Energia e do Meio Ambiente, respectivamente Dilma Rousseff e Marina Silva. A lei acaba com exigência de construção de gasodutos e oleodutos a distância de pelo menos 15 km de áreas habitadas. (25.03.2004)
O setor carbonífero, representado pelo Sindicato das Indústrias de Extração do Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc), aguarda a publicação nos próximos dias de um decreto federal para regulamentar os contratos de fornecimento de carvão para a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, operacionalizada pela Tractebel. A ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, já teria enviado o decreto para a Casa Civil. A informação de que o documento foi encaminhado à Casa Civil foi transmitida ontem à tarde pelo governador Luiz Henrique da Silveira em telefonema ao secretário-executivo do Siecesc, Fernando Zancan. Apesar da garantia do governador, o secretário-executivo Zancan afirmou ontem que a notícia precisa ser encarada com cautela. "Não posso dizer que o assunto está resolvido, pois não conheço o teor do decreto", disse Zancan, que deve viajar hoje para Brasília com o objetivo de esclarecer essa questão. (25.03.2004)
A ministra Dilma Rousseff, garantiu ao governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, que as empresas carboníferas de Santa Catarina receberão o preço mínimo pelo produto que vendem para as termelétricas até que a Aneel regulamente os contratos com o setor. Segundo o governador, o acordo é retroativo ao mês de janeiro. Para Luiz Henrique, a decisão em caráter provisório e a regulamentação pela Aneel representam vitórias para o setor carbonífero. (25.03.2004)
A Comissão de Serviços Públicos de Energia - CSPE muda de endereço. A partir de segunda-feira, 29/03/2004, a CSPE estará com sua sede instalada na Rua Boa Vista, nº 170, 3º e 4º andar, Centro, São Paulo - SP, CEP 01014-000, tel. 11-3293-5100. O site e o telefone e o fax do serviço de ouvidoria continuam os mesmos: http://www.cspe.sp.gov.br/, 0800-555591 (tel) e 0800-555822 (fax). A mudança de endereço da sede da CSPE tem por objetivo dar continuidade ao programa de governo de revitalização do Centro de São Paulo. (26.03.2004)
A pedido da Petrobras, o Governo está estudando editar uma Medida Provisória para alterar o artigo da lei 6766/79, que proíbe a construção de dutos em áreas edificadas. Pelas atuais regras, se houver uma construção a 15 metros de qualquer lado por onde passar um gasoduto projetado, este não poderá ser construído. A legislação está empacando a construção de, pelo menos, um projeto estratégico da empresa. A maior parte dos recursos para o projeto Malhas já está garantida, mas todos os passos para consolidá-lo ainda dependem de licença do Ibama. A minuta de MP, encaminhada pela Petrobras ao Ministério das Cidades, tem a intenção, segundo o diretor de gás e energia da empresa, Ildo Luiz Sauer, de flexibilizar a lei, dando instrumentos para que o Ibama possa fazer uma análise de risco e conceder ou não a licença ambiental. (29.03.2004)
A termelétrica Fafen, controlada pela EDP Brasil, tenta amanhã vender 35 MWm em um leilão organizado pela Enertrade, comercializadora do mesmo grupo. A tentativa anterior da usina de encontrar mercado para a energia não deu resultado. As negociações da térmica com uma comercializadora, em dezembro passado, não evoluíram por conta da ausência de garantias de fornecimento de gás natural, por parte da Petrobras, para a térmica. A energia que vai a leilão, segundo informou o gerente da Enertrade, Rodrigo Violaro, tem lastro, ou seja, tem a garantia necessária de fornecimento de gás. No leilão, a Enertrade vai ofertar os 35 MWm em 7 lotes de 5 MWm. O preço mínimo inicial do leilão ainda não foi definido mas, segundo a empresa, ficará bem abaixo dos praticados pelas concessionárias de energia elétrica. " (29.03.2004)
A CEG registrou lucro líquido de R$ 74,68 milhões em 2003, 68,76% a mais que os R$ 44,25 milhões de 2002. A receita operacional bruta da empresa atingiu R$ 905,68 milhões, resultado 40,39% superior aos R$ 645,13 milhões de 2002. A venda de gás gerou receita de R$ 875,91 milhões em 2003, 40,8% a mais que R$ 622,07 milhões de 2002. Já a receita de prestação de serviços aumentou de R$ 23,05 milhões para R$ 30,77 milhões, expansão de 33,47%. O lucro operacional da CEG aumentou 77,18%, passando de R$ 72,93 milhões em 2002 para R$ 129,22 milhões em 2003. Segundo a companhia, esse crescimento reflete, além do aumento do lucro bruto e do controle rigoroso das despesas, decisão favorável obtida frente à Receita Federal sobre a compensação de tributos federais recolhidos indevidamente em anos anteriores. O lucro bruto da empresa em 2003 foi de R$ 311,07 milhões, um crescimento de 21,49% em relação a 2002. Já a receita líquida das vendas e serviços cresceu 38,32%, saltando de R$ 545,20 milhões para R$ 754,13 milhões. As despesas operacionais foram de R$ 162,177 milhões, um crescimento de 10,08%. (29.03.2004)
O presidente da CEG, Daniel López Jordá, destacou que 2003 concentrou o maior nível de investimentos em um ano, de R$ 207,551 milhões. Mais da metade deste volume (52%) foi destinada à expansão comercial, com destaque para captação e colocação em serviço de 34.349 novos clientes. A companhia encerrou 2003 com base de 635.397 clientes, 4,57% a mais que os 607.60 clientes registrados ao fim de 2002. O volume de vendas, sem considerar o segmento de geração elétrica, foi 9,4% superior a 2002. O volume de gás vendido foi de 1,343 bilhão de metros cúbicos, 1,6% superior ao volume registrado em 2002. (29.03.2004)
A crise de energia na Argentina poderá trazer problemas para o contrato de fornecimento de gás firmado entre Repsol YPF e a termoelétrica Uruguaiana, da AES no RS. A crise trouxe à tona a existência de uma dívida de aproximadamente US$ 31milhões da usina com a Repsol YPF, maior produtora de gás da Argentina. A dívida se refere ao não pagamento pelo gás contratado na modalidade "take or pay" nos últimos dois anos. O contrato prevê a entrega diária de 2,8 milhões de BTUs para Uruguaiana, mas a térmica nunca despachou essa quantidade, consumindo 1,1 milhão de BTUs/dia, suficiente para gerar 240 MW. Com a crise, a expectativa é de que essa importação seja suspensa. Brasil e Argentina devem fechar um acordo prevendo a suspensão. A Uruguaiana tem contratos de fornecimento de energia com as três distribuidoras do Sul: CEEE, RGE e a AES Sul. (29.03.2004)
A Assembléia Geral de Acionistas da Petrobras aprovou investimentos de R$ 18,86 bilhões para este ano, 51% a mais que os R$ 12,482 bilhões do ano passado. A assembléia também definiu o pagamento de dividendos a acionistas sobre o exercício de 2003 e a eleição dos membros do Conselho de Administração. A assembléia decidiu a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio no valor total de R$ 5,15 por ação ordinária e preferencial, incluindo o pagamento de juros sobre o capital próprio, distribuídos em 13 de fevereiro de 2004, no valor de R$ 3,00 por ação. (30.03.2004)
O Ibama vai propor a retirada de 142 dos 977 blocos incluídos no pré-edital da 6ª Rodada de Licitações de áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural, segundo informou a assessoria do Ibama. Entre os blocos cuja retirada foi sugerida à ANP, 28 estão na Bacia do Espírito Santo. O diretor da ANP responsável pelas áreas de Banco de Dados, Licitações e Estudos Geológicos para Definição de Blocos, John Forman, informou que até ontem a agência não tinha conhecimento dessa exclusão."É possível que o Ibama tenha a intenção de nos propor a retirada desses blocos. E se essa proposta for feita, vamos analisar e argumentar. Nosso entendimento com o Ibama é da melhor qualidade", disse Forman. O diretor explicou que a ANP ainda aguarda informações sobre as exigências operacionais do Ibama para realização de atividades de exploração ou sísmica nos 977 blocos que serão oferecidos na 6ª rodada, marcada para agosto. (30.03.2004)
Se o Brasil não destravar investimentos em infra-estrutura e não elevar sua capacidade de importação de gás da Bolívia e da Argentina, poderá não ter gás suficiente para abastecer o mercado caso haja um novo apagão de energia elétrica em 2012. A conclusão é de um estudo do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, que calcula um déficit de oferta de gás natural entre 6 milhões e 28 milhões de metros cúbicos por dia. "Se houver um déficit de energia elétrica, precisaremos desenvolver um novo PPT. E, ainda assim, teremos problemas de infra-estrutura para colocar o gás no mercado" alerta o consultor do CBIE, Leonardo Campos. Segundo o especialista, a estiagem que recentemente ocorreu no Nordeste e reduziu a capacidade de geração de energia hidráulica pode se repetir em outros mercados, forçando uma demanda abrupta por gás natural. (30.03.2004)
A Usina Termelétrica de Uruguaiana poderá paralisar suas atividades devido ao corte nas exportações de gás que a Argentina estabelecerá para Brasil, Chile e Uruguai. "Estamos esperando a assinatura do decreto. É grave. A Argentina corta o envio de gás, e a usina de Uruguaiana pára de funcionar. Significa romper contratos com o Brasil, porque 51% da Sulgás pertence ao governo gaúcho, e 49% à Petrobras. São 10% da energia consumida no Rio Grande do Sul", disse Ary Demarco, presidente da Sulgás. O MME, que deve exportar 70 MW ao Uruguai e 300 MW para a Argentina devido à crise energética que este país atravessa, acompanha o caso. A ministra Dilma Rousseff disse que o caso está "na pauta", mas não falou sobre condicionar as exportações. A termelétrica de Uruguaiana funciona exclusivamente com gás argentino e gera 250 MW. "Talvez tenhamos de comprar energia de São Paulo. Isso, sem dúvida, pode afetar de alguma forma todo o sistema energético nacional", disse Demarco. (30.03.2004)
A obra da usina nuclear de Angra 3 dificilmente sairá do papel neste ano. Foi o que disse ontem o presidente da Eletronuclear, Zieli Dutra Thomé. Ao comentar as dificuldades para a construção, ele disse que os aspectos políticos superam os financeiros. Ao lado dos diretores da Câmara de Comércio Americana, Gabriela Icaza e Sérgio Raposo, e do presidente do Instituto Brasil-Estados Unidos(IBEU), Jerry Lepecki, Zieli Dutra lembrou que, em agosto do ano passado, ficou decidido que seria criada comissão do CNPE, para acompanhar os trabalhos relativos ao projeto da usina, para que ela saísse do papel. "Até agora, nenhum membro foi nomeado. Não estou pedindo a aprovação de Angra 3. Só quero entregar ao CNPE os dados para que a decisão possa ser agilizada". Dos US$ 2,5 bilhões orçados para a construção, foram gastos até agora cerca de US$ 750 milhões com a compra de equipamentos, que têm um custo de US$ 20 milhões anuais com a manutenção. (30.03.2004)
O presidente da Eletronuclear disse que tem certeza que a implementação de Angra 3 é viável. "É um investimento que vai dar retorno, criará cerca de 8.000 empregos diretos e viabilizará outros setores, como um efeito cascata", afirmou ele, para quem a maior parte dos investimentos restantes, cerca de 1,2 bilhão, que resultariam em encomendas para a indústria nacional. Ele afirmou que a geração de energia nuclear é a única forma de energia que não polui e é barata. Apesar de assegurar que o Brasil tem competência para garantir a segurança do trabalho na usina, Zieli Dutra reconheceu que a questão dos restos nucleares é fator que pesa contra a produção nuclear, e que precisa ser melhor trabalhado. "Mas as condições ambientais para a usina já estão definidas", afirmou. (30.03.2004)
O presidente Lula informou que os ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente estão trabalhando de forma conjunta para resolver as pendências na área de infra-estrutura, principalmente na construção de gasodutos, para os quais a previsão é de investimentos de R$ 6,8 bilhões. Parte desses gasodutos alimentará termelétricas que, segundo Lula, foram construídas sem a garantia de suprimento de combustível. "Temos pressa, temos urgência, porque nós, que acreditamos no desenvolvimento do Brasil, sabemos que a energia é condição sine qua non' para que o Brasil possa retomar o seu crescimento", afirmou. (31.03.2004)
A CEG fechou empréstimo de US$ 40 milhões, numa operação acertada pelo Banco Europeu de Investimentos (BEI) e pelos bancos Societé Générale, Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e Santander. Os recursos foram desembolsados pelo BEI, a instituição da União Européia para financiamento, enquanto os outros bancos são responsáveis pela garantia do risco comercial da transação. O empréstimo tem prazo de 4 anos e vencimento em março de 2008. A taxa não foi divulgada. Anne disse que foi a primeira operação feita pelo banco na área de gás. Os recursos serão usados na expansão das atividades da CEG. (31.03.2004)[1]topo
Principais Fontes de Pesquisa: Correio Braziliense, Diário Catarinense, Diário do Grande ABC, Diário do Nordeste , Folha de Pernambuco, Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil, InvestNews/GM, Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, O Estado do Paraná, O Estado de São Paulo, O Globo, Zero Hora.