sábado, 20 de dezembro de 2008

Em 1997, na reunião do Foro de SP em Porto Alegre, decidiu-se que o braço político no Brasil era o PT, e o braço revolucionário era o MST

Por José Carlos Graça Wagner *

O falecido Dr. José Carlos Graça Wagner, o primeiro homem que denunciou o Foro de São Paulo, sofreu tantas perseguições que no fim seu escritório de advocacia tinha um só cliente: ele mesmo. 
Olavo de Carvalho que herdou todo o acervo do Fôro de SP com o falecimento do dr. Graça Wagner disse:  
Não sai da minha cabeça a suspeita de que a perigosa investigação em que ele se metera teve algo a ver com a repentina liquidação de uma carreira profissional até então marcada pelo sucesso e pela prosperidade

Fôro de SP:
Frei Beto, irmão terceiro, depois do livro "Paraíso Perdido – Nos Bastidores do socialismo", afirmou, quando vivia no Planalto, "estamos no governo, mas não no Poder, mas só com o Poder podemos chutar o pau de barraca". A fala de Dirceu, aos "companheiros", vai na mesma direção: convoca para a luta entre "inimigos e amigos", que define como "luta de classes" e contra o que chama de elite política e financeira (esquece que setor financeiro é o único que ganha com a política econômica e que, na luta de classes, é a primeira barraca a ser chutada).

Assistiremos um "pega pra capar" entre Jefferson e Dirceu? Em outras palavras: Dirceu deixa o governo para assumir a revolução, para concretizar o plano B do Foro de São Paulo, fundado por Lula em 90, no Hotel Danúbio, com 48 organizações de esquerda da América Latina (agora com cerca de 150, das "moderadas" às mais radicais) inclusive a Farc, financiadora de toda a esquerda ali arregimentada? 

Em 1997, na reunião do Foro, em Porto Alegre, com a presença do Sub-Comandante Marcos, do México, (por quê "sub"?), decidiu-se que o braço político, no Brasil, era o PT e o braço revolucionário era o MST. Este faria presença, mas se manteria em certos limites, enquanto o PT (o conhecimento desse esquema é mais da cúpula do que dos militantes e mesmo dirigentes "marginalizados"), estivesse em condições de alcançar o poder, dentro do sistema político, e, portanto, enquanto possível a reeleição de Lula, afim de tranqüilizar o esquema financeiro internacional.

Se, porém, o braço político falhar ou se tornar inviável, o MST entra com tudo, contra as elites, como é ensinado em todos os "cursos" do MST, inclusive em sua "universidade". A "marcha sobre Brasília" teve a finalidade de mostrar o poder de mobilização e de organização "paramilitar".

Stédile é o líder mais evidente, mas não faz nem fez nunca nada sem o conhecimento de Frei Beto e de Dirceu. Stédile também é sub-comandante.... Comandante mesmo é Fidel Castro, desde de que, em 8 de janeiro de 1989, em Havana, com a presença do próprio, mas de Lula, Genuíno e Frei Beto, além de Kroscho, Lula foi incumbido de formar a entidade que reunisse toda a esquerda latina-americana. Com a entrada no esquema do Cel. Chavez, este ficou como coordenador militar do Foro, enquanto Lula permaneceu como coordenador civil.

"Quem sabe faz a hora". É a tarefa de Dirceu, que conta com apreciável "experiência" nessa matéria e até curso "especializado". O que não se pode "esperar acontecer"? A perda do poder político como caminho para o poder total. Impõe-se a precipitação do decidido em 97, com todos os figurantes da "cúpula".

E Lula? A tarefa do presidente do "país de todos", é manter-se no governo, ainda necessário para que o MST, "o mais respeitável dos movimentos sociais", possa proceder sem uma resistência maior de parte de um governo hostil. Lula esteve presente a todas as reuniões do Foro de São Paulo  e aprovou todas as suas deliberações, inclusive a de Porto Alegre e sabe de tudo, como deve ter sabido do "mensalão", mas é conveniente que não saiba. Dentro da ideologia abraçada pelos "forenses", não é desonesto "desconhecer" o que convém não saber...

É, também, dentro da ideologia, natural usar a corrupção da "direita" para desmoralizar as elites, ou seja, os inimigos de classe. Por isso continuam de "mãos limpas"... e até respeitáveis "sem nenhum pecado"...

É de se lembrar que Lula "invejou" um presidente africano com mais de 30 anos de poder e candidato à reeleição...além do exemplo do seu amigo, e único com o título de comandante, dentro dos "bastidores do socialismo", que narra o que Frei Beto considera os erros que fizeram do comunismo, em muitos paises, um "paraíso perdido" , menos em Cuba, com quase 50 anos de poder totalitário... Paraíso sem pecados... Acresce a entrevista de Lula à "Granma", jornal oficial do PC de Cuba, na qual declara, em manchete, que "Cuba é exemplo para América Latina"...

Lógico que uma coisa são os esquemas de poder do Foro e do MST. Outra é dar certo. O Brasil é grande demais para tais planos. Será? A Alemanha, a Itália eram pequenos? Mas a URSS, antes do comunismo e da queda do Muro? E a China? O Brasil já teve até a ditadura de Getúlio Vargas, por revolução armada, por guerra civil. São outros os tempos? Parece que muitos países não sabem disto. Coitadinha da Bolívia. Pequena mas nos tempos atuais.

É bom não deixar ficar, para ver como fica. É bom defender a liberdade, enquanto é tempo. "O Preço da Liberdade é a Eterna Vigilância". ..

José Carlos Graça Wagner - OAB-SP -9.151
(*) José Carlos Graça Wagner é advogado, coordenador de Estudos Internacionais do Instituto Tancredo Neves, ex-Conselheiro da Universidade de São Paulo, conselheiro de diversas Fundações de Estudos, da Associação Comercial de São Paulo, da Freedom Economic and Social Development, em Miami e de diversas entidades de formação de carentes.

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